sábado, 20 de abril de 2024
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Psicologia do esporte

26 Ago 2019 - 07h00Por (*) Bianca Gianlorenço
Psicologia do esporte -

A Psicologia do Esporte é a ciência que estuda a otimização do desempenho de atletas e equipes. Através da compreensão da influência das emoções e sentimentos na boa realização do esporte é possível auxiliar para que os resultados sejam os melhores possíveis.

Ela estuda os fatores comportamentais que influenciam o desempenho no esporte, exercício e atividade física.

É interessante ver a quantidade de pessoas hoje que pratica corrida nas ruas. É um esporte democrático e de baixo custo, não é obrigatório um investimento em equipamentos, você precisa de você mesmo e de roupas e calçados confortáveis.

Entretanto, se você está despreparado “mentalmente” será muito difícil conseguir correr longas distâncias, por mais que tenha capacidade física para isto.

Imagine só, é um dia propício e você está pronto para iniciar sua primeira corrida.

Você está realmente animado, vestiu-se, ajustou os cadarços e o celular (para medir a distância e tempo percorrido, óbvio), respirou fundo e foi. Eis que está tudo bem, mas começa a pensar sobre milhares de outras coisas que nada tem a ver com aquele momento.

De repente, percebe que existe uma dificuldade de respirar e de continuar correndo bem. Olha no celular e percebe que correu 400m apesar de ter certeza que já tinha atingido 1km.

A sensação de que não vai conseguir atingir sua meta inicial, de 2km, começa a aumentar. Sente que seu corpo não responde e assume que é incapaz. Por fim, faz 1km e sente que não é possível atingir a meta.

Este exemplo é de uma pessoa comum, mas você pode identificar que a pessoa estava preparada para iniciar um treino físico em todos os aspectos menos o emocional. Saber lidar com a dificuldade inerente a realizar um esporte, requer treino físico e emocional.

O principal aspecto aqui é ser capaz de gerenciar a ansiedade e os pensamentos enquanto pratica o esporte.

O atleta necessita aprender lidar com a ansiedade e responder adequadamente as pressões por resultados. Muitas vezes, o treino é ótimo e consegue ter um alto rendimento, mas ao chegar à competição, não se tem os resultados esperados. Ser capaz de fazer um gerenciamento emocional adequado é essencial e inegável.

Ouvimos muito os treinadores dizerem, “precisamos estar prontos psicologicamente para esta partida”.

 É inegável que atletas que saibam utilizar ferramentas adequadas para não se deixar levar pela emoção do momento, irão apresentar ótimos resultados. Mas como conquistar essas ferramentas?

O principal é conhecer sua limitação/fragilidade, para encontrar outras soluções para essa questão.

Nem todos irão ter dificuldade em lidar com a pressão, mas talvez você tenha. Encontrar a razão pela qual essa dificuldade exista e traçar um novo caminho quando ela aparecer é uma das maneiras de conquistar melhores resultados.

Mais ainda do que perceber os aspectos a serem melhorados, é muito importante saber quais os seus pontos fortes. Quais as melhores características que tornam você bom nesse esporte?

Não vale comparações com outros que você julga “melhores” que você. O que queremos aqui é saber o que em você é muito bom para fortalecer ainda mais esses pontos.

Exercendo o equilíbrio entre limitação x capacidade o atleta pode ser capaz de experimentar equilíbrio durante a competição.

Dar aos atletas respaldo psicológico é tão importante quanto lhes fornecer uma alimentação balanceada, programada por nutricionistas. Afinal, o corpo físico e o mental são as duas faces de uma mesma unidade e merecem a igual atenção.

Cuidar do corpo significa também percebê-lo como um todo unificado, do qual fazem parte emoções e estruturas mentais. O papel do psicólogo responsável pela saúde psíquica de um time se desenvolve a partir de uma abordagem das emoções vivenciadas pelos jogadores em sua rotina de trabalho

(*) A autora é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista. CRP:06/113629, especialista em Psicologia Clínica Psicanalítica pela Universidade Salesianos de São Paulo e Psicanalista. Atua como psicóloga clínica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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