sexta, 29 de março de 2024
Artigo Netto Donato

Precisamos ter diálogo e respeito!

04 Abr 2019 - 13h57Por (*) Netto Donato
Precisamos ter diálogo e respeito! -

Vivemos em uma democracia. Quantos de nós já não ouvimos essa afirmação? Mas o que realmente é viver em uma democracia?

De origem grega, a palavra democracia nasceu da união dos termos “demo” (povo) e “kratos” (governo) na Grécia antiga, mais detidamente na Cidade-Estado de Atenas.

Assim, em linhas gerais, podemos afirmar que a democracia é o governo do povo. Nesse sentido, se não temos democracia, é provável que tenhamos outras formas de governo, todas essas sem a participação popular, como a monarquia, a aristocracia, a tirania, entre outras.

É fato que na democracia temos as mais diversas opiniões e pensamentos, muitos destes totalmente diferentes, mas que devem ser tolerados para que o convívio na democracia seja harmônico e reine a paz social.

Claro que conflitos de ideias irão existir em uma democracia. É essa pluralidade de pensamentos que a define, não como a melhor forma de governo, mas como aquela capaz de dar voz para toda uma sociedade. Prova disso é a célebre frase do estadista inglês, Sir. Winston Churchill, que em seu humor britânico profetizou: “a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais”.

A democracia atual passou por inúmeras transformações ao longo do tempo e encontra seu fundamento em instituições sólidas e em ordenamentos jurídicos capazes de dar sustentação à plena participação popular nas decisões e nos rumos de um país, seja esta participação direta ou indireta, através de representantes eleitos por meio do voto (vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente). É o que está estampado no parágrafo único do artigo 1° da Constituição Federal de 1998: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Pois bem. Viver em democracia então seria exercer seu poder por meio de representantes ou diretamente, dentro das previsões contidas na Constituição Federal? Mas o que fazer quando não nos sentimos representados? Como podemos reverter essa situação?

É difícil perceber como podemos agir e participar mais ativamente dos rumos de nosso país, de nosso estado, de nosso município, até mesmo de nosso bairro, nossa rua.

Isso se deve ao fato de estarmos vivendo um período de heróis. Heróis de mentira que dizem defender o povo, mas na verdade mascaram os seus reais intuitos, que na maior parte das vezes é sua própria promoção e benefício.

Será que é disso que nós precisamos? Vivemos num país privilegiado. Temos muitas áreas verdes, abundância de água, belas paisagens, clima agradável, povo trabalhador. Mas, infelizmente, alguns não querem a paz e harmonia, preferem adotar a velha máxima “dividir para conquistar”, do filósofo precursor do Estoicismo, Epicuro.

Podemos e devemos buscar o consenso, a paz, a harmonia e a boa-fé nas relações humanas, mas a certeza é que com agressões, físicas ou não, embustes, ardis e má-fé nunca será o caminho correto.

Precisamos ter diálogo e paciência. Não estamos dentro de um ringue para ver quem bate mais. Não estamos em uma novela para fingirmos ser alguém que não somos. Isso é viver em democracia.

(*) O autor é advogado, especialista em Direito Público e mestre em Gestão e Políticas Públicas, na Fundação Getúlio Vargas - FGV/SP.

O exposto artigo não reflete, necessariamente, o pensamento do São Carlos Agora.

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