Acho que uma das palavras mais longas da língua portuguesa é o mas. O tempo entre ele e a próxima palavra parece durar uma eternidade, ainda mais quando vem antecedido de elogios.
Mas tem um mas que me incomoda mais: aquele que vem depois do desculpe-me.
“Me perdoe, mas é que você...” ou “Desculpa, mas ontem minha mãe... meu filho... o trânsito... etc. etc. e tal”.
Pouco importam os motivos, verdadeiros ou inventados, eles apenas aumentam a discussão, as réplicas e as tréplicas.
Se você realmente quer manter essa relação (profissional, familiar, sentimental ou de amizade), mesmo que você tenha razão, diga apenas “Perdoe-me, o que posso fazer para reparar o que aconteceu?”.
Sempre que houver um mas em sua frase, pense um pouco mais, talvez ele não seja mais necessário.
(*) O autor é escritor, filósofo e especialista em aprendizagem, linguagem, comunicação e escrita criativa