terça, 23 de abril de 2024
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Herpes

20 Jun 2019 - 07h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Herpes -

Não faz muito tempo que os vírus foram descobertos pela nossa ciência, isso aconteceu no final do século XIX e só em meados do século XX que um deles foi visualizado pela primeira vez. Doenças causadas por vírus se desenvolvem de formas diferentes das doenças provocadas por bactérias, o vírus é um parasita celular, somente dentro das células de outros seres vivos é que esse organismo consegue se reproduzir.

Estima-se que cerca de 90% da população mundial tenha o vírus do herpes alojado no organismo, apenas de 10 a 15% manifesta os sintomas. A transmissão é feita por gotículas de saliva, beijo, objetos contaminados levados à boca, é bem comum que o primeiro contato com o HSV aconteça ainda na infância, a transmissão também se dá pelo contato direto das lesões com a pele ou a mucosa de uma pessoa não infectada.

O vírus do herpes também pode ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez, no momento do parto e após o parto.

O vírus invade o corpo, percorre a mucosa da boca e se instala em terminações nervosas, especialmente nos gânglios e fica por ali sem causar incômodo, quando as defesas do indivíduo estão enfraquecidas é quando os sintomas começam a aparecer em função de estresse, muita exposição ao sol ou quando o organismo está debilitado por gripe e resfriado. Nesse momento, o herpes sai do gânglio e refaz o percurso até alcançar a epiderme, camada mais superficial da pele, onde deflagra uma ferida, a doença desaparece à medida que a imunidade se restabelece e seu ciclo costuma durar de cinco a 12 dias.

O herpes do tipo 1 é transmitido principalmente por contato oral ocasionando feridas e pequenas bolhas ao redor dos lábios ou na cavidade interna da boca.

Os sintomas do herpes simples tipo 1 são: Pequenas bolhas, aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios, nas gengivas ou nos genitais, Nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente somente no momento inicial da infecção), Herpes de boca, Febre, especialmente durante o primeiro episódio de infecção, Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimação ou formigamento.

O herpes tipo 2 que é uma variação do tipo 1 é uma infecção sexualmente transmissível que ocasiona feridas e bolhas na região genital, da vulva, ânus, nádegas e virilhas. Para evitá-las, a recomendação é usar preservativos durante as relações sexuais, as feridas potencializam o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como AIDS.

Os sintomas do herpes tipo 2 são: Dores e irritação que surgem de dois a dez dias após o contágio, Manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas que costumam surgir dias após a infecção, Úlceras na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar, Cascas que se formam quando as úlceras cicatrizam

Ambos os tipos têm uma característica em comum, uma vez que penetram no organismo, nunca são eliminados, em ambos os casos, entrar em contato com uma pessoa infectada aumenta consideravelmente o risco de contágio. O fundamental, portanto, é manter as defesas do corpo em dia e controlar os eventuais sintomas quanto antes.

Entre as especialidades que podem diagnosticar herpes simples estão: Clínicas médicas, Infectologia, Imunologia, Dermatologia, Urologia e Ginecologia. Procure ajuda médica caso você apresente sintomas que lembrem a infecção do herpes, existem muitas doenças diferentes que podem causar lesões similares a herpes, principalmente na região genital, por isso a consulta com um especialista é tão importante, se você tiver um histórico de infecção de herpes e desenvolver lesões similares, informe um médico caso elas não melhorem de sete a dez dias ou caso você sofra de alguma doença que enfraqueça o sistema imunológico.

Em geral, a simples observação das características físicas da infecção por herpes é suficiente para chegar ao diagnóstico, como o vírus propicia episódios recorrentes e os gatilhos são conhecidos do paciente, fica mais fácil identificar o problema. Se o médico achar necessário, pode solicitar um exame de cultura de uma amostra retirada da área afetada para confirmar a presença do vírus outra forma de checar se ele é o responsável pelas feridas é por meio de uma análise sanguínea do paciente, se o resultado der positivo, não resta mais dúvida sobre o agente por trás dos sintomas.

Não existe uma cura para herpes, mas a doença é auto-limitada, ou seja, desaparece à medida que o sistema imune do indivíduo se recupera. De qualquer jeito, durante as crises infecciosas, o objetivo principal é diminuir o desconforto na área afetada, aplicar gelo sobre as lesões ajuda, porque a temperatura fria alivia a dor e auxilia na recuperação.

Para reduzir a concentração de herpes simples no corpo e, conseqüentemente, a freqüência de lesões e a intensidade das manifestações futuras, o médico às vezes lança mão de remédios antivirais, o ideal é iniciar o uso da pomada ao menor sinal do herpes, de preferência ainda na fase do formigamento e coceira. Essa tática abrevia a crise e minimiza a disseminação da enfermidade, quando as bolhas e feridas se rompem, assim o vírus se torna mais contagioso.

Alguns casos de herpes são leves e não precisam de tratamento a não ser tratamentos tópicos. Mas pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infecção), que têm problemas no sistema imunológico ou aquelas que têm recorrência freqüente talvez precisem fazer uso de medicamentos antivirais.

Siga à risca as orientações médicas e obedeça às instruções de tratamento. Além disso, procure sempre lavar as mãos e evite tocar as lesões características do herpes simples.

Vacinas estão sendo testadas para tratamento e prevenção da doença, mas nenhuma comprovou ser totalmente eficaz. No entanto, existem medicamentos antivirais que ajudam a diminuir o período de evolução da crise herpética e os sintomas.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia, atua em São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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