quinta, 18 de abril de 2024
Memória São-Carlense

Há 32 anos falecia o engenheiro e professor que dá nome à SP-318

Quem conheceu Thales de Lorena Peixoto Junior, o descreve como um homem afável, alegre, muito inteligente e articulado

06 Mai 2021 - 13h12Por Cirilo Braga
Thales: Um professor apaixonado pela Engenharia e muito dedicado ao trabalho - Crédito: Arquivo PessoalThales: Um professor apaixonado pela Engenharia e muito dedicado ao trabalho - Crédito: Arquivo Pessoal

Um incentivador e amigo dos alunos, um mestre que fez diferença na vida deles, sendo lembrado pela vida afora.  Assim foi o engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior, docente do Departamento de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), falecido em 5 de maio de 1989, aos 45 anos, e que se tornou nome de estrada – ou seria uma metáfora do caminho que ajudou a abrir no horizonte de seus discípulos?

Quem o conheceu o descreve como um homem afável, alegre, muito inteligente e articulado. Um professor apaixonado pela Engenharia e muito dedicado ao trabalho. “Um ser humano espetacular que deixou um legado de sabedoria e humildade”, me disse um ex-aluno.

São-carlense, nascido em 30 de maio de 1943, filho do Tabelião Thales de Lorena Peixoto e da professora Hilda de Lourdes Dias Peixoto – diretora da antiga Escola Modelo -, ele fez os estudos iniciais em São Carlos e o secundário na capital paulista. Retornou à cidade natal para cursar engenharia na EESC e graduou-se em 1966, mesmo ano em que se casou com Maria Lígia Savelli, mãe de seus dois filhos: Christian e Regina Estela. Era genro do professor Ítalo Savelli, destaque da educação, cultura e empreendedorismo de São Carlos no século passado.

Thales ingressou no quadro de docentes da EESC no Departamento de Engenharia de Transportes, especialidade em que se destacou, atuando também na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto. Nesta instituição, seus ex-alunos até hoje fazem questão de enfatizar o valor de seus ensinamentos e a influência que exerceu em suas carreiras.

Em 1989, perto de completar 46 anos, o professor vivia um momento especial de sua vida (seria promovido a diretor de departamento na Unicamp), quando ao regressar a São Carlos numa sexta-feira à noite, sofreu o acidente que lhe tirou a vida no quilômetro 244 da rodovia SP-318, próximo ao trevo de acesso ao distrito de Santa Eudóxia. A estrada de pista simples receberia obras de duplicação no trecho próximo a São Carlos somente quase duas décadas depois.

Em 5 de abril de 1990, foi publicada a lei estadual Nº 6.824, proposta pelo deputado Corauci Sobrinho, que atribuiu seu nome à rodovia SP-318 de São Carlos até a SP 255 (Antônio Machado Sant'Anna).

A inscrição “Engenheiro Thales de Lorena Peixoto” nas placas de identificação da SP-318 - uma rodovia que tantas vezes teve adiada a sua duplicação -, evoca a memória do saudoso professor. A rodovia ainda mantém pista única no trecho entre São Carlos e a Rodovia Antônio Machado Sant'Anna (SP-255), hoje administrado por uma concessionária e com um pedágio cuja operação foi iniciada em fevereiro de 2020 no km 254.

A homenagem ao professor na denominação da estrada faz pensar em quantas vidas podem ser poupadas – se já naqueles anos 1980 a segurança viária fosse levada a sério.  A SP-318 não seria tantas vezes chamada de “rodovia da morte” se as autoridades estaduais realizassem as obras e consultassem especialistas do gabarito daquele notável engenheiro.

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