É deveras assombroso ver o número diário de brasileiros que saem do país, principalmente rumo a Portugal. Basta entrarmos nos grupos públicos e privados no Facebook relativos a “Portugal X Brasil” (ou similares) e observarmos as centenas - senão milhares - de pedidos de informações tendo como foco “como sair do Brasil rumo a terras Lusitanas” até o final do ano. As principais justificativas de quem está querendo sair do país é, sem dúvida, a procura por melhores condições de vida, de um melhor emprego, seja na área de sua especialidade, seja também em outras áreas profissionais. Para que esse sucesso seja alcançado, muitos arriscam partir apenas como turistas. Segundo depoimentos de alguns que embarcaram em uma verdadeira e complicada aventura (não recomendada), entrando no país como turistas, mas pretendendo ficar para sempre, cerca de três anos (por vezes penosos) bastaram para conseguirem sua regularização, obterem residência permanente e, inclusive, fazerem uma poupança que lhes permitiu alugar um apartamento mais espaçoso e chamar a família para junto deles. Quanto aos “veteranos” que já se encontram há algum tempo em solo português, as opiniões são quase unânimes. Embora a grande maioria saliente que os salários não são altos e que o custo de vida também não é nenhum mar de rosas, o certo é que, segundo eles, valeu a pena o sacrifício de mudar de país e de cultura, por vezes deixando a família temporariamente para trás. Os grandes benefícios alcançados, segundo os mesmos, é o idioma, a interação com os portugueses, a segurança e tranquilidade, o acesso à saúde, a existência de várias possibilidades de emprego, mesmo que não sejam na área específica de cada um, a legalidade, a disciplina, e a possibilidade de poderem fazer uma poupança digna. Este verdadeiro êxodo pode ter diversas interpretações, sendo que política, justiça, economia e segurança estarão certamente entre elas.
(*) O autor é Jornalista profissional / Membro da GNS Press Association (Alemanha) / Correspondente internacional freelancer. MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.
