quarta, 24 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Estresse (quando saber se ele está acima do saudável) capítulo 4

19 Mar 2020 - 06h30Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Estresse (quando saber se ele está acima do saudável) capítulo 4 -

Stress é uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Quanto mais a situação durar ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar, há meios de se aprender a lidar com o stress de modo que mesmo nos piores momentos o organismo não entre em colapso.

Que sintomas o stress pode criar?

O stress se desenvolve em 4 estágios. Inicialmente a pessoa entra no processo de stress pelo estágio de alerta, esta é a fase boa do stress, onde produzimos adrenalina e ficamos cheios de energia e de vigor, prontos para, se necessário, varar a noite ou despender grande quantidade de energia se tivermos que lidar com uma emergência.

Durante esta fase, podemos também sentir tensão ou dor muscular, azia, problemas de pele, irritabilidade sem causa aparente, nervosismo, sensibilidade excessiva, ansiedade e inquietação. Caso o que nos causa stress desapareça, saímos do processo de stress sem seqüelas, se o estressor continua ou se algo mais acontece para nos desafiar, podemos entrar no estágio de resistência, que significa a etapa em que tentamos resistir ao stress, nesta fase, dois sintomas mais importantes surgem, dificuldades com a memória e muito cansaço.

Se nosso esforço for suficiente para lidar com a situação, o stress é eliminado e saímos do processo de stress.

O problema maior começa a ocorrer quando não conseguimos resistir ou nos adaptar e nosso organismo começa a sofrer um colapso gradual. Entramos na fase de quase-exaustão, onde podem surgir os problemas mencionados a seguir.

Sintomas da fase de quase-exaustão do stress; Cansaço mental; Dificuldade de concentração; Perda de memória imediata; Apatia ou indiferença emocional; Impotência sexual ou perda da vontade de ter sexo; Herpes; Corrimentos; Infecções ginecológicas; Aumento de prolactina; Tumores; Problemas de pele; Queda de cabelo; Gastrite ou úlcera; Perda ou ganho de peso; Desânimo, apatia ou questionamento frente a vida; Autodúvidas; Ansiedade; Crises de pânico; Pressão alta; Alteração dos níveis de colesterol e triglicérides; Distúrbios de menstruação; e Queda na qualidade de vida.

 Dificuldades relatadas por pessoas que se encontravam em cada fase do stress.

Fase de Alerta:

SONO: Dificuldade em dormir muito acentuada devido à adrenalina.

SEXO: Libido (vontade de ter sexo) alta. Muita energia. O sexo ajuda a relaxar.

TRABALHO: Grande produtividade e criatividade. Pode varar a noite sem dificuldade.

CORPO: Tenso. Músculos retesados. No inicio da fase, aparece a taquicardia (coração disparado). Sudorese. Sem fome e sem sono. Mandíbula tensa. Respiração mais ofegante do que o normal. No todo, o organismo reage em uma perfeita união entre mente e corpo. A tensão do corpo encontra correspondência na mente.

HUMOR: Eufórico. Pode ter grande irritabilidade devido à tensão física e mental experimentada.

Fase de Resistência:

SONO: Normalizado.

SEXO: Libido (vontade de ter sexo) começa a baixar. Pouca energia. O sexo não apresenta interesse.

TRABALHO: A produtividade e a criatividade voltam ao usual, mas às vezes não consegue ter novas idéias.

CORPO: Cansado, mesmo tendo dormido bem. O esforço de resistir ao stress se manifesta em uma certa sensação de cansaço. A memória começa a falhar. Mesmo não estando com alguma doença, o organismo se sente “doente”.

HUMOR: Cansado. Só se preocupa com a fonte de seu stress. Repete o mesmo assunto e se torna tedioso.

Fase de Quase-exaustão:

SONO: Insônia. Acorda muito cedo e não consegue voltar a dormir.

SEXO: Libido (vontade de ter sexo) quase desaparece. A energia para o sexo está sendo usada na luta contra o stress e a pessoa perde o interesse.

TRABALHO: A produtividade e a criatividade caem dramaticamente. Consegue somente dar conta da rotina, mas não cria e nem tem idéias originais.

CORPO: Cansado. Uma sensação de desgaste aparece. A memória é muito afetada e a pessoa esquece fatos corriqueiros, até mesmo seu próprio telefone. Doenças começam a surgir. As mulheres apresentam dificuldades na área ginecológica. Todo o organismo se sente mal. Ansiedade passa a ser sentida quase que todo dia.

HUMOR: A vida começa a perder o brilho. Não acha graça nas coisas. Não quer socializar. Não sente vontade de aceitar convites ou de convidar. Considera tudo muito sem graça e as pessoas tediosas.

Fase de Exaustão:

SONO: Dorme pouco. Acorda cedíssimo e não se sente envigorado pelo sono.

SEXO: Libido (vontade de ter sexo) desaparece quase que completamente.

TRABALHO: Não consegue mais trabalhar como normalmente. Não produz. Não consegue se concentrar e nem decidir.O trabalho perde o interesse.

CORPO: Desgastado e cansado. Doenças graves podem ocorrer, como depressão, úlceras, pressão alta, diabetes, enfarte, psoríase etc. Não há mais como resistir ao stress. A batalha foi perdida. A pessoa necessita de ajuda médica e psicológica para se recuperar. Em casos mais graves, pode ocorrer a morte.

HUMOR: Não socializa. Foge dos amigos. Não vai a festas. Perde o senso de humor. Fica apático. Muitas pessoas têm vontade de morrer.

Tratamento de Estresse; Quando o estresse está alto e atrapalhando seu dia a dia, é importante consultar profissionais da saúde para que esse sintoma seja atenuado. Só um médico ou psicólogo pode dizer se o tratamento para o estresse deve ser feito com medicamentos ou se há alternativas naturais e caseiras.

Antes de chegar a este profissional, você pode tentar algumas opções naturais para aliviar o estresse, como, comer chocolate amargo, peixes e outros alimentos com triptofano, o triptofano é um aminoácido que ajuda a reduzir marcadores bioquímicos do estresse, em particular o hormônio cortisol, que apresenta muitos efeitos adversos no corpo humano.

Os alimentos fontes de triptofano são: peixes, peru, ovo, nozes, castanhas, leguminosas (feijão azuki, lentilha, soja), semente de abóbora, levedo de cerveja, linhaça, aveia, arroz integral, chocolate amargo e queijo tofu.

Faça algum tipo de massagem, para aliviar o estresse, outra alternativa é relaxar com uma massagem terapêutica.

Segundo Fisioterapeutas, qualquer pessoa pode fazer, independente da idade. "Além de livrar os músculos das tensões, a massagem ajuda também a amenizar alguns desequilíbrios como a dor, fadiga e má postura", explica.

Identifique o que causa estresse, monitore seu estado mental ao longo do dia. Quando você se sentir estressado, escreva o motivo, ao longo dos dias, será possível perceber um padrão e evitar estas situações.

Construa bons relacionamentos. Lidar com pessoas pode ser uma fonte de estresse, mas passar momentos com quem você ama e se sente bem pode aliviar esse sintoma.

Ande! Quando o estresse toma conta de você, é possível que você sinta vontade de reagir às situações de maneira impulsiva, colocando muito a perder, por isso, o que a AAP recomenda é andar antes que isso aconteça.

Descanse bem. Seu sono está realmente acabando com todo o cansaço do seu dia? Segundo com a pesquisa da associação, quase metade dos adultos estressados ficam acordados à noite. Para facilitar uma boa noite de descanso, não tome bebidas com cafeína e remova as distrações do seu quarto, como televisão e computador, também é recomendado ter uma hora certa para dormir.

Busque ajuda. Se nenhuma destas alternativas ajudar, não demore em procurar um psicólogo ou psiquiatra. Eles poderão ajudar a identificar situações que contribuem para seu estresse crônico e traçar um plano para combatê-lo.

Todo estresse só é negativo quando se torna excessivo. O problema é que na maior parte das situações do dia-a-dia as pessoas são tomadas por tantas preocupações que o estresse em excesso tem se tornado um problema comum dos tempos de hoje.

Alimentação muitas vezes parece ser remédio para todos os problemas, e talvez seja mesmo. No caso do estresse, ter pratos equilibrados ajuda o organismo de muitas formas, ter um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bem-estar do organismo, se o nosso organismo recebe diariamente esses nutrientes, por meio da alimentação, naturalmente ele irá funcionar melhor, aumentando a energia e vitalidade que precisamos para enfrentar os problemas do cotidiano.

Exercícios têm diversas características que se relacionam com o relaxamento de quem os pratica. Em primeiro lugar há a liberação de hormônios que otimizam o funcionamento do corpo, a adrenalina age na redução do estresse, o cortisol atua como anti-inflamatório, o glucagon aumenta a quantidade de glicose no fígado, o GH (hormônio do crescimento) transmite bem-estar e a endorfina produz a sensação de prazer e melhora a qualidade do sono.

Desta forma, a prática de uma atividade física ajuda a mudar um pouco o foco, saindo daquele problema que ficou incomodando o dia todo e estava causando estresse.

Ter uma postura melhor é benéfico também para a mente. E a palavra "postura" aqui não significa apenas a forma como recebemos as informações, e sim com a maneira que posicionamos nosso corpo no dia a dia, pratique Pilates.

Estudos de 1989 foram os primeiros a demonstrar alguma relação entre o riso e a redução do estresse, ao perceber que voluntários que assistiam vídeos humorísticos tinham uma queda maior nos hormônios cortisol e adrenalina, do que os que assistiam a qualquer vídeo.

Rir libera endorfinas, que são hormônios que promovem a sensação de bem-estar; também ativa a sua resposta ao estresse, aumentando a sua frequência cardíaca e pressão arterial e criando uma sensação de relaxamento.

Como grande parte do estresse é devido a pensamentos, julgamentos e pressões internas por resultados que vamos criando no decorrer do dia, rir pode ser uma boa alternativa para conseguir ver a situação sobre um ponto de vista diferente.

Sexo vai além do prazer: os mecanismos hormonais da prática sexual beneficiam o corpo a lidar com estresse. O contato íntimo produz alterações químicas cerebrais, melhorando o humor devido à liberação de testosterona, estrogênio, prolactina, hormônio luteinizante e prostaglandina na corrente sanguínea.

O estresse prolongado, antes de tudo, funciona como uma agressão ao nosso organismo. E dormir bem é uma das melhores formas do corpo se recuperar desse tipo de ataque.

A respiração está diretamente relacionada com nossas emoções e tem a capacidade de regulá-las de duas formas: primeiro por um mecanismo fisiológico, já que o estado de ansiedade nos faz inalar o ar com mais rapidez e de forma mais rasa, e mudar isso conscientemente ajuda a acalmar, pois o corpo volta ao equilíbrio.

Auto incentivar-se. Dentro da psicologia existe um termo chamado "Positive talk" (em livre tradução, algo como fala positiva), o conceito vem do fato de que todas as pessoas conversam consigo mesmas, mas enquanto algumas sabem fazer isso como uma forma de alento e carinho, outras não sabem se auto incentivar, a maior parte das pessoas cultiva pensamentos de injustiça, sofrimento e pesar, além de fazer julgamentos sobre si mesmo que certamente não faria para os outros.

Deixar o celular de lado. Hoje em dia o celular parece parte de nós, mas saiba que ele ajuda (e muito!) a aumentar o estresse das pessoas, estudo publicado no BMC Public Health em 2011 acompanhou 4156 jovens de 20 a 24 anos de idade por um ano, relacionando seu uso de celular com problemas de saúde mental, como depressão, estresse e falta de sono.

Foi percebido que aqueles que usam muito seus telefones tinham incidências mais altas de estresse, principalmente naqueles que percebiam esse uso como algo estressante. Diversos fatores podem ajudar nisso.

Muitas pessoas acabam continuando conectadas ao trabalho, por exemplo, por meio de seus celulares, não permitindo que elas tenham tempo de descanso.

Outra questão é o imediatismo desses aparelhos: o uso excessivo do celular, das redes sociais e aplicativos pode colaborar com o estresse, na medida em que se torna mais uma obrigação, porque aparece para a outra pessoa a que horas que você abriu o aplicativo ou conversou pela última vez.

Claro que não há problemas em se usar o celular, desde que seu uso seja equilibrado.

Olá caros leitores aqui encerro as colunas relacionadas ao estresse, espero que tenham gostado, desde já agradeço a todos pela companhia, forte abraço.

(*) O autor é fisioterapeuta.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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