quarta, 24 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Bico de Papagaio (Osteófito ou Osteofitose)

14 Nov 2019 - 07h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Bico de Papagaio (Osteófito ou Osteofitose) -

O nome “bico de papagaio” refere-se a uma característica muito comum que afetam pessoas após os 40 e 50 anos de idade provocando forte dores na costas e formigamento, que pode surgir nos braços ou nas pernas. Bico-de-papagaio ou osteofitose é uma patologia que se caracteriza pelo crescimento anormal de tecido ósseo em torno de uma articulação das vértebras no disco intervertebral, que deveria funcionar como amortecedor entre os ossos, está comprometida.

Tais osteófitos, (osteon do grego = osso, fitos = vegetação, saliência) surgem no contorno externo dos discos intervertebrais e decorrem da degeneração do platô vertebral e do anel fibroso do disco intervertebral, como também da inflamação local e sistêmica e da deposição de íons de cálcio nas áreas inflamadas. É considerada uma formação comum em tipos avançados de osteoartrite.

Portanto, os bicos de papagaio nada mais são do que saliências ósseas formadas ao redor do disco intervertebral que fazem parte da própria defesa do organismo e que são visíveis ao exame de raio X simples da coluna.

Essa doença é hoje considerada um problema crescente de saúde pública no mundo todo, tudo devido ao aumento da expectativa de vida. Hoje, a osteoartrite afeta mais da metade da população com mais de 65 anos, é uma doença degenerativa que causa uma inflamação considerada de “baixo grau” nas cartilagens e membranas que a recobrem, resultando na perda da estrutura das articulações e com isso a deterioração progressiva da função dessas estruturas.

A doença, cientificamente definida por osteofitose, é chamada de bico de papagaio porque quando se faz uma radiografia da coluna elas apresentam a forma de gancho que é semelhante ao bico dessa ave. A osteofitose vai piorando com o passar dos anos e não tem cura, porém existem tratamentos que pode incluir analgésicos e fisioterapia para aliviar a dor.

Essas alterações, os osteófitos ou bicos-de-papagaio, surgem como consequência da desidratação do disco intervertebral, o que favorece a aproximação das vértebras e torna possível a compressão das raízes nervosas. Na verdade, os osteófitos podem ser considerados um tipo de defesa do organismo para absorver a sobrecarga exercida sobre as articulações e estabilizar a coluna vertebral.

A deformação afeta especialmente as pessoas depois dos 50 anos, mas pode manifestar-se também em pessoas mais jovens expostas aos fatores de risco.

Além do desgaste natural dos discos intervertebrais próprio da idade e da predisposição genética, estão entre as causas mais frequentes do aparecimento do bico-de-papagaio (osteófito) a má postura, a obesidade e o sedentarismo. No entanto, traumas na coluna sofridos anteriormente e doenças reumáticas podem estar associados ao aparecimento da lesão.

Pode-se, de certa forma e até certo ponto, encarar tais osteófitos como parte do processo de envelhecimento do indivíduo. Sendo assim, as causas dos bicos de papagaio, na grande maioria dos casos, estão relacionadas aos principais aspectos que levam ao envelhecimento, Estresse, Mau humor, Medos, Alcoolismo, Tabagismo, Sedentarismo (associado ao diabetes), Dietas ricas em carboidratos, açúcar refinado e gorduras saturadas.

Outras causas menos comuns dos bicos de papagaio estão associadas à fatores genéticos como a espondilite anquilosante e às doenças autoimunes (processos que envolvem a produção de reação imunológica contra tecidos do próprio indivíduo) exemplos, Artrite reumatoide, Artrite psoriásica, Lúpus e Esclerodermia. Doenças infecciosas de longo curso, como a tuberculose e a sarcoidose, também podem se manifestar com osteofitose marginal da coluna, bem como alguns tumores de crescimento lento tanto benignos como malignos podem cursar com tais alterações.

Alguns dos sintomas que podem indicar a presença de 'bicos de papagaio' incluem: Dor forte localizada nas costas ou que irradia até à coxa, principalmente quando se movimenta; Sensação de formigamento nas pernas quando se desenvolve na região lombar ou nos braços caso se localize na cervical; Diminuição da força muscular.

Estes sintomas são comuns a outras doenças osteoarticulares principalmente da coluna e para confirmar o diagnóstico é fundamental ir ao ortopedista para realizar um raio X da coluna ou ressonância magnética. Através destes exames de imagem o médico detecta o desgaste do disco intervertebral, aproximação entre as vértebras e a formação de proeminências na região lateral das vértebras semelhante ao bico de papagaio.

O principal sintoma do bico de papagaio é a dor que decorre do processo inflamatório deflagrado pelo envelhecimento precoce do organismo. Porém, à medida que a doença avança, novos sintomas surgem como a claudicação neurogênica caracterizada pela dificuldade de caminhar, referida pelo paciente como um quadro doloroso nas pernas, e pela necessidade de sentar-se para aliviar a dor, estes sintomas decorrem do estreitamento do canal vertebral ósseo pelos osteófitos marginais e recebem o nome de estenose do canal lombar.

Nos casos mais graves, pode surgir a parestesia, que é a perda da sensibilidade dos membros inferiores no caso da doença lombar, ou a paresia que é a perda do movimento dos membros inferiores. Caso não seja cuidada inicialmente a doença pode evoluir para um quadro de paraplegia com ausência de sensibilidade e força nos membros inferiores.

Dentre os especialistas que você pode consultar para encontrar a razão do bico de papagaio estão: Ortopedista, Reumatologista, Clínico geral.

A avaliação clinica e o levantamento da história de vida do paciente são elementos básicos para estabelecer o diagnóstico de bico-de-papagaio. No entanto, exames de imagem como raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis para analisar a extensão e gravidade do problema.

Portanto, uma boa avaliação médica no início do problema é extremamente necessária e eficaz para detectar e tratar tais problemas. Assim é importante ficar alerta quanto ao aparecimento de algum sintoma e procurar ajuda médica prontamente.

Olá Caros Leitores como faço em algumas colunas quando o assunto abordado é extenso eu divido em partes para um melhor entendimento, então novamente dividirei este assunto, desde já muito obrigado e até a proxima coluna, abraço.

(*) O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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