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Artrite reumatoide

16 Mai 2019 - 07h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Artrite reumatoide -

A artrite reumatóide é uma das doenças reumatológicas mais freqüentes, afetando até 1% da população adulta em todo o mundo. É uma doença auto-imune, em que o sistema imunológico passa a atacar as membranas que revestem o interior das articulações, chamadas de sinóvia, ainda não se sabe ao certo o motivo exato por que alguns indivíduos a desenvolvem, porém se sabe que fatores genéticos e ambientais (em especial o tabagismo) influenciam o seu surgimento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite reumatóide acomete cerca de 1% da população e qualquer pessoa pode desenvolver a doença, desde crianças até idosos, na infância, entre dois e quinze anos, o quadro é chamado de artrite reumatóide juvenil e na fase adulta, recebe o nome de artrite reumatóide.

A doença costuma se manifestar com maior freqüência entre o público feminino, estudos relatam que é causa do fator hormonal, pois o estrogênio poderia mexer com o sistema imune da mulher, afirma. Segundo a Sociedade Brasileira de Auto-imunidade, a incidência de artrite reumatóide é de três mulheres para cada homem e inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.

Pela ausência de tratamentos específicos, a artrite reumatóide levava a deformidades articulares incapacitantes irreversíveis em uma parcela significativa dos pacientes, nas últimas décadas, com o surgimento de novos tratamentos que apresentam eficácia e segurança comprovadas em diversos estudos mudou o prognóstico da artrite reumatóide, tornando o controle dos sintomas e a prevenção das seqüelas um objetivo perfeitamente alcançável na maioria dos casos.

Os sintomas mais comuns são os da artrite dor, edema, calor e vermelhidão em qualquer articulação do corpo sendo mais evidente em mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna cervical é freqüentemente envolvida, articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional.

As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (a famosa joanete), no entanto, punhos, cotovelos, ombros, joelhos e tornozelos podem ser acometidos com a progressão da doença. Porém menos comumente outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações.

Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de artrite reumatóide é feito quando pelo menos quatro dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos seis semanas: rigidez articular matinal durando pelo menos uma hora, Artrite em pelo menos três áreas articulares, Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas proximais (articulação do meio dos dedos) e metacarpofalangeanas (entre os dedos e mão), Artrite simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no direito), Presença de nódulos reumatóides, Presença de Fator Reumatóide no sangue, Alterações radiográficas de erosões articulares ou descalcificações localizadas em radiografias de mãos e punhos.  Além disso, a inatividade da doença também pode ser percebida nos exames laboratoriais.

Especialistas que podem diagnosticar artrite reumatóide são o Clínico geral e o Reumatologista.

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.

Na artrite reumatóide, assim como em várias outras doenças reumáticas crônicas, o seguimento pelo médico reumatologista é imprescindível e deve ser contínuo. Em alguns casos avaliações mensais são necessárias enquanto em outros casos, com a doença de menor gravidade ou controlada, intervalos maiores entre as consultas podem ser estabelecidos, exames de acompanhamento são feitos com freqüência para avaliar a atividade da doença e efeitos colaterais das medicações.

Apenas o médico pode diminuir ou aumentar a dose das medicações, modificar o tratamento quando necessário ou indicar a terapia de reabilitação, mas adequada a cada caso.

O tratamento medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, devendo ser mais agressivo quanto mais agressivo for à doença.

Os antiinflamatórios são a base do tratamento seguidos de corticóides para as fases agudas e drogas modificadoras da doença.   O tratamento com antiinflamatórios deve ser mantido enquanto se observar sinais inflamatórios ou o paciente apresentar dores articulares.

Fisioterapia e Terapia Ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária, proteção articular deve garantir o fortalecimento da musculatura Peri articular e adequado programa de flexibilidade, evitando o excesso de movimento. 

O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância de cada paciente.

Não foram descobertas formas eficientes de se prevenir a artrite reumatóide, além de manter uma vida saudável e, se ainda fuma, deixe de fumar. Contudo, o tratamento precoce adequado pode ajudar a evitar danos adicionais às articulações.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Atua em São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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