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Artigo Rui Sintra: Tudo se desmorona!!!

27 Abr 2016 - 10h18Por (*) Rui Sintra
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Nosso país tem particularidades muito próprias. Algumas delas podem ser interpretadas em face á notória falta de um sistema educativo que deveria envolver o cidadão desde os seus primeiros anos de vida: outras estão diretamente ligadas ao crime, nos seus mais variados aspectos e tipologias, crime esse que grassa nas grandes cidades e que contamina todo o território nacional. Outras, ainda, eclodem em nome de ideologias, posicionamentos e até de filosofias políticas.

É atípico vivermos em um país moderno (que é!) que teima em não querer se desenvolver e que apenas tem 30% de saneamento básico concluído em seu território, só apenas para citar um exemplo: em contraponto, quase todo o cidadão brasileiro possui, no mínimo, um celular de última geração.

Mas, voltando ao primeiro parágrafo, relativo às particularidades, ainda não entendi muito bem o motivo porque, de forma gratuita e perfeitamente imbecil, se queimam ônibus em protestos ditos populares. É perfeitamente natural as pessoas se manifestarem contra injustiças, contra acontecimentos que interrompam e prejudiquem o cotidiano de suas vidas: só não entendo qual é o objetivo que se pretende alcançar ao queimar um  ônibus, só por mero protesto. Mas, será que esses atos são protestos, mesmo, ou são, tão só, atitudes de puro vandalismo selvagem, atendendo a que o prejuízo é do cidadão comum, principal usuário do transporte público?

Por outro lado, é normal e tolerável, em manifestações populares pacíficas (principalmente aquelas que acontecem sem a presença de bandeiras político-partidárias), surgirem grupos de vândalos encapuzados, apenas com o objetivo de destruir propriedades públicas e privadas? A propósito, que é feito dos Black Blocs? Afinal, quem eram eles? Alguém foi preso? Cadê os inquéritos e os resultados das investigações? Atuavam em nome de quem? Simplesmente, se evaporaram, é isso?

Que dizer e que pensar quando um caminhão carregado de caixas de cerveja, ou transportando carne, arroz, detergente, etc., tomba ou sofre outro tipo de acidente nas estradas e é imediatamente saqueado? E, note-se, não são apenas pessoas de baixo poder aquisitivo que desaguam nas estradas, vindas de todos os lados, que "depenam" os caminhões: são também (e em grande número) os próprios motoristas (muitos deles dirigindo Mercedes e BMW) que circulam nessas estradas e que se propõem cometer esses atos lamentáveis.

O termo "particularidade" fica assim anulado, pois está visto que quando a educação de um povo não é encarada como uma prioridade de Estado, tudo o resto desmorona com o tempo.

(*) O autor é formado em História e Jornalismo desde 1985 nas áreas de Política, Social, Ciência e Tecnologia. Possui credenciamento profissional emitido pelos Estados Brasileiro e Português e é correspondente internacional para a União Europeia pela GNS - Internacional Press Association.

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