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Artigo Rui Sintra: Santa Casa da Misericórdia de São Carlos ruim? Melhor conhecê-la bem

29 Set 2017 - 14h18Por (*) Rui Sintra
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Muitas vezes temos a tendência de, sob pressão, angústia, irritação ou mesmo ansiedade, criticarmos a esmo pessoas, serviços ou estruturas, sem antes avaliarmos a realidade dos fatos que as rodeiam. É claro que não encontramos nada perfeito, seja onde for: sempre há algo que foge aquilo que julgamos ser o ideal - e isso se passa no Brasil, ou em qualquer outro país no mundo. Também é certo que muitos brasileiros (talvez a esmagadora maioria) criticam fortemente - às vezes com ênfase exacerbado - muitas coisas do seu cotidiano que não se adequam a uma boa qualidade de vida, a leis defasadas, a algumas (muitas) injustiças, e a um bom conjunto de serviços públicos deficitários, entre os quais destaco a Saúde que, de fato, está praticamente jogada nas traças - ou melhor dizendo "... que praticamente a jogaram às traças".

As Santas Casas da Misericórdia, e principalmente a São Carlos, é um dos exemplos que posso salientar, já que, com alguma frequência, essa instituição é motivo de notícia ruim: do atendimento precário, à falta de infraestrutura, passando ainda pela falta de leitos e outras reclamações dos usuários. É óbvio que a Santa Casa da Misericórdia tem muito que melhorar, enquanto instituição como um todo, mas essa melhoria depende de um olhar atento e diferente das autoridades, do poder público. Certamente que sempre haverá reclamações como os serviços que citei acima, mas uma coisa é certa: se uma vida corre sério perigo, não duvidem que é lá, na Santa Casa, que ela terá maior chance de ser salva. A área externa do Serviço de Urgências até pode convidar a que um usuário desista imediatamente de ser atendido - só a entrada assusta e a morosidade no atendimento parece comprovar uma desorganização generalizada, um descaso. Mas, não é bem assim. Quem adentra o Serviço de Urgências pode observar o quão sério é o trabalho que é desenvolvido nessa área nevrálgica da Santa Casa. Não há sorrisos nem gargalhadas pelos corredores, não tem papos distribuídos pelos cantos, não tem cafezinho na mão, não tem gente encostada sem fazer nada, não tem moleza. E você vai reparar (como eu reparei) que, quer o pessoal médico e de enfermagem, quer o pessoal auxiliar, todos eles estão concentrados ao máximo em suas tarefas, numa infraestrutura antiga que não ajuda em nada, mas que não tem lixo espalhado no chão, não tem desarrumação. E, como já afirmei, ali se salvam pessoas e a prioridade desse serviço é essa mesmo.

E, se o Serviço de Urgências é a área talvez mais conhecida, exatamente por ser aquele onde existe a demanda mais importante, onde as vidas têm que ser salvas "naquele momento", o certo é que talvez muita gente não saiba de outros serviços que a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos oferece e que talvez (digo TALVEZ) sejam de igual qualidade a muitos que existem, por exemplo, na Europa. A "Santa Casa Clínicas", dedicada a consultas de cerca de trinta especialidades médicas, é certamente um desses exemplos, com um atendimento espetacular de grande qualidade e um corpo clínico de altíssima competência, que merece a pena ser conferido. Outro serviço que talvez muitos desconheçam ainda é a Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos, com tratamentos gratuitos à base de luz para câncer de pele, artrites e artroses, mucosites, "pé de diabético", úlceras varicosas, etc.

A Santa Casa da Misericórdia de São Carlos - como as outras Misericórdias - deve ter a confiança e o agradecimento da população, bem como o devido apoio do poder público, porque sem ela as coisas estariam bem piores na Saúde.

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