quinta, 25 de abril de 2024
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Artigo Rui Sintra: Cidadão não deve dormir

25 Mai 2016 - 13h19Por (*) Rui Sintra
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A recente divulgação da denominada "Resolução do Diretório Nacional do PT", que aborda a atual conjuntura política e que, em determinada passagem do texto, se debruça, de forma autocrítica, sobre algumas metas não alcançadas pelo partido, assusta e obriga a uma reflexão muito apurada da sociedade civil que é e se sente, principalmente, patriota.

Nessa "Resolução", o Partido dos Trabalhadores lamenta o fato de não ter podido, em tempo hábil, reformar o Estado, principalmente "(...) modificar os currículos das academias militares (...) (...) promovendo oficiais com compromisso democrático e nacionalista (..)". Está visto que uma das gêneses do partido seria (é!), transformar paulatinamente as forças armadas em redutos pseudo-revolucionários - com lencinhos vermelhos no pescoço - e com elas obter um verdadeiro braço armado dessa força política: aliada à criação de diversos grupos civis - que desde há algum tempo se conseguiram rotular de "movimentos sociais", fazendo crer a todos que seus objetivos eram sociais e não políticos (em nome de uma legenda) - essa cultura de criar um novo tipo de militar pseudo-revolucionário seria, à partida, o corolário de uma intervenção que abriria completamente as portas a um regime totalitário, consolidando uma estratégia desde há muito tempo arquitetada para a América Latina. Só que o partido se esqueceu de "falar com os russos", ou seja, nem sequer pensou em qual seria a reação das forças armadas perante tão ridículo projeto, forças armadas essas que, até o presente momento, se têm mantido - como é seu dever - afastadas das disputas político-partidárias, mas, contudo, atentas ao que se passa no país.

Outra passagem digna de registro na citada "Resolução" diz respeito à necessidade de, segundo o documento "(...) impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de comando da Polícia Federal e do Ministério Público (...)", o que reforça a tese anterior em relação às forças armadas. Estamos, assim, perante um "streap-tease" do Partido dos Trabalhadores, que expõe suas verdadeiras intenções de querer protagonizar, em curto tempo, uma espécie de poder e de controle absoluto, não só para governar como, também, para alcançar a impunidade para qualquer crime. É claro que atrás das intenções manifestadas acima e que constam da citada "Resolução do Diretório Nacional do PT", podemos pensar que outras estariam pressupostas, como, por exemplo, "democratizar" a Procuradoria-Geral da República e o próprio Supremo Tribunal Federal.

Sobre este assunto, considero importante a leitura do Editorial escrito no "Jornal Primeira Página", edição de 22 de maio último: direto e clarividente.

Se é nossa obrigação cívica e democrática atender todas as opiniões contrárias, ouvir e analisar as diversas propostas sociais, sindicais e políticas, e respeitar os partidos políticos, enquanto órgãos que pertencem por direito ao regime democrático, também é certo que devemos rechaçar todas e quaisquer manobras ou intenções individuais e/ou partidárias que vislumbrem atentar contra a nossa própria Liberdade, contra a Nação e contra o Estado Democrático de Direito: um verdadeiro golpe idealizado cuidadosamente, que deveria ser concretizado nas sombras do cotidiano de cada cidadão (aquele que se considera como tal).

É bom que o cidadão não durma...

(*) O autor é formado em História e Jornalismo desde 1985 nas áreas de Política, Social, Ciência e Tecnologia. Possui credenciamento profissional emitido pelos Estados Brasileiro e Português e é correspondente internacional para a União Europeia pela GNS - Internacional Press Association.

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