sexta, 19 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Acne

17 Out 2019 - 07h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Acne -

Acne é uma condição da pele que ocorre quando os folículos pilosos (regiões em que nascem os pelos) ficam obstruídos por sebo e células mortas, sendo que colonizados por bactérias que geram inflamação. Muito comum, acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos, as glândulas secretoras de óleo (glândulas sebáceas) tornam-se inflamadas ou infectadas, provocando cravos, espinhas, cistos, caroços e cicatrizes.

Muito frequente na fase da adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres. Além do incômodo das lesões, como na adolescência a aparência é um fator importante, o comprometimento estético determinado por alterações da pele pode atingir o lado psicológico e tornar o adolescente inseguro, tímido, deprimido, infeliz, com rebaixamento da autoestima e com consequências sérias que podem persistir pelo resto da vida. 

A acne mais comumente aparece no rosto, pescoço, peito, costas e ombros. O tratamento para acne e suas cicatrizes pode envolver sabonetes, alimentação e até remédios

A acne aparece na puberdade induzida pelo início da produção de hormônios femininos (estrógenos) e masculinos (andrógenos), apesar da maioria dos casos de acne se resolver espontaneamente na segunda década da vida, há exceções e algumas pessoas continuam apresentando os sintomas durante a vida adulta, até cerca de 35 anos. A acne aparece com maior frequência no rosto, peito e costas, onde o número de glândulas sebáceas é maior.

Desenvolve-se em pessoas com tendência hereditária, isto significa que um jovem, cujo pai e mãe tiveram acne, tem maior chance de apresentá-la. No entanto, você pode ser o primeiro a ter espinhas em sua família, assim como todos os irmãos ou somente um deles pode apresentar pele acneica, a acne pode ter graus variados, com maior ou menor inflamação, sempre é mais grave quando apresenta cistos, caroços e muitas lesões.

Hormônios sexuais, que começam a ser produzidos na puberdade, são os principais responsáveis pelas alterações das características da pele, assim como pelo surgimento da acne. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem) quanto pelas glândulas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins) em ambos os sexos, a produção dos andrógenos é maior nos homens e a dos estrógenos é maior nas mulheres os andrógenos são os responsáveis pelo início do funcionamento das chamadas glândulas sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo, tais glândulas estão presentes desde o nascimento, mas são mais ativas na puberdade, época em que, em pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo.

Assim, os sintomas principais são: comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e eritematosas); pústulas (lesões com pus); nódulos (lesões caracterizadas pela inflamação, que se expandem por camadas mais profundas da pele e podem levar à destruição de tecidos, causando cicatrizes) e cistos (maiores que as pústulas, inflamados, expandem-se por camadas mais profundas da pele, podem ser muito dolorosos e deixar cicatrizes). Pode ocorrer piora relacionada a situações de estresse ou no período menstrual, medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos, época do ano (especialmente inverno) e, principalmente, o hábito de mexer nas lesões (“espremer cravos e espinhas”) pioram o quadro.

A acne não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue. segue algumas denominações de acne: cravos brancos, que são glândulas sebáceas obstruídas, com seu orifício fechado; cravos pretos, que são glândulas sebáceas obstruídas, cujo orifício está aberto, o óleo torna-se escuro quando exposto ao ar;  pústulas (espinhas), que são glândulas sebáceas vermelhas, inflamadas, infectadas, algumas vezes cheias de pus; e algumas espinhas podem ser dolorosas e, em casos graves, cistos (elevações cheias de líquido), podem desenvolver-se sob a pele.

Outras denominações: Cravo: pequenas lesões abertas (com o pontinho preto para fora) ou fechadas. Espinhas: as conhecidas lesões com a ponta amarelada ou branca. Pápulas: pequenos inchaços avermelhados. Pústulas: pequenas "bolhinhas" com pus que podem aparecer na pele. Nódulos: crescimentos anormais na pele ou qualquer tecido do corpo, formando elevações. Cistos: espécie de bolsa de tecido, que pode ser cheia de ar, líquido, pus ou outro fluido.

A acne também pode ser classificada pelo seu grau de manifestação:

Grau 1: é uma fase formada apenas por cravos abertos (com o pontinho preto aparente) ou fechados.

Grau 2: além das lesões (feridas, no caso os comedões) descritas no grau 1, há presença de pápulas (feridas pequenas) inflamadas, avermelhadas, algumas com a presença de pus.

Grau 3: apresenta lesões nodulares e císticas, que são aquelas lesões maiores, bem endurecidas , além das papulas, pústulas e cravos.

Grau 4: é um quadro chamado de acne conglobata em que as lesões do tipo nodulares e císticas se confluem formando abcessos e fístulas que levam a formação de cicatrizes.

Grau 5: chamado de acne fulminante, é um quadro bem raro em que as lesões de acne evoluem para úlceras e sintomas sistêmicos.

A acne hoje é um problema tratável e até mesmo suas cicatrizes e manchas podem ser amenizadas, por mais profundas que sejam. Acne tem controle, e quanto mais precoce o tratamento é iniciado, menos chances de desenvolver sequelas, quem apresenta pele oleosa com tendência acneica sempre terá que tratar a pele para prevenir o aparecimento de novas lesões, portanto, podemos sim dizer que é um problema com chances de cura.

Olá caros leitores, como faço em algumas colunas em que os temas abordados são extensos, neste tema terei que divir em duas partes para um melhor entendimento deste assunto que é tão comum em nossa sociedade, desde já obrigado e peço a gentileza em aguardar nossa segunda parte desta coluna semanal Qualidade de Vida.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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