A última coisa a morrer em nós é a esperança...
Todos nós entregamos diariamente às nossas atividades profissionais, ao nosso lazer, à nossa família, mesmo quando algo corre menos bem. A maioria de nós (e é uma pena não podermos dizer “todos nós”) faz, diariamente, “das tripas coração” para que tudo corra bem todos os dias da semana, todas as semanas do mês e todos os meses do ano, sempre com a esperança de podermos ter uma melhor qualidade de vida, mais justiça, mais saúde, um meio ambiente mais salutar, não só para nós, mas principalmente para nossos filhos e netos. E, quando, por alguma razão isso não acontece, por não estar ao nosso alcance, sentimos uma frustração enorme já que o nosso esforço diário, o nosso investimento pessoal para o bem comum não é compreendido, não é atendido. Temos plena consciência, transformada em obrigação, de contribuirmos para o “todo” que compõe a nossa sociedade, da qual fazemos parte integrante, e fazemos isso diretamente com nossos impostos que pressupõem uma devolução para a sociedade através de serviços públicos que tenham, no mínimo, uma qualidade equiparável às nossas contribuições - ou tributos, se assim quiserem chamar.
“Obra” do SAAE realizada há quatro dias atrás na Alameda dos Crisântemos - esquina com a Rua Alvarenga Peixoto. A devolução à minha contribuição mensal
E, quando esses desequilíbrios acontecem e perduram - e se repetem vezes e vezes sem conta -, muitos de nós se descontrolam, tendem a se deixar dominar pela raiva, reclamando em alto e bom som, às vezes ultrapassando alguns limites. Atitudes agressivas, que resultam de reações intempestivas, mal calculadas - como a que assistimos recentemente na entrega dos Óscares e que poderia ter tido um efeito demolidor se tivesse sido apenas através da palavra -, tendem a diminuir drasticamente com o avanço da idade, que traz com ela mais ponderação e sabedoria. Assim, além das palavras, nada melhor que, entre outras atitudes, o silêncio através de imagens para expressar o que vai em nós: a alegria, tristeza, sofrimento, incredibilidade, revolta, desânimo... Porque a esperança é a última coisa que morre... Concordam?
O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.
