quinta, 25 de abril de 2024
Transferência de Tecnologia ILPF

Técnicos treinados em São Carlos para expandir ILPF contam sucessos e desafios

19 Mai 2020 - 07h54Por Redação
O técnico Pablo Lopes, da Coopercitrus, em atendimento no campo - Crédito: DivulgaçãoO técnico Pablo Lopes, da Coopercitrus, em atendimento no campo - Crédito: Divulgação

Onze técnicos ligados à Coopercitrus (Cooperativa de Produtores Rurais) participaram de uma capacitação continuada oferecida em São Carlos pela Embrapa Pecuária Sudeste entre março de 2019 e março deste ano. Terminado o treinamento e, depois de visitas e palestras de sensibilização em diferentes locais para os cooperados, eles contam como têm tra o conteúdo sobre ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) junto aos cooperados.

Para quem não sabe, ILPF é uma tecnologia que integra na mesma área a lavoura, a pecuária e a floresta como forma de otimizar a produção, melhorar a renda e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, entre outros benefícios. A maioria dos produtores brasileiros ainda não adota o componente floresta nessas áreas, mas aderiu ao que se chama de ILP (Integração Lavoura-Pecuária).

De acordo com o analista Hélio Omote, do Setor de Transferência de Tecnologias da Embrapa Pecuária Sudeste o treinamento estimulou a implantação de Unidades Demonstrativas (UDs) em cinco regiões (Araçatuba, Mogi Guaçu, Piratininga, Ituiutaba e Itamogi). “Foram feitas uma visita em cada unidade e uma palestra de sensibilização em cada local para cooperados”, disse Hélio.

Ele conta ainda que está em fase de elaboração um Plano de Trabalho está em fase de elaboração para dar continuidade no acompanhamento da UD de Piratininga, que apresenta características para ser uma URT (Unidade de Referência Tecnológica) com alto potencial de gerar impactos positivos na adoção de sistemas de integração.

A Coopercitrus é uma das maiores cooperativas do Brasil e a maior do Estado de São Paulo na comercialização de insumos, máquinas e implementos agrícolas. Tem mais de 60 filiais, apoio técnico e estruturas para o atendimento de diversas culturas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, que atendem mais de 35 mil agropecuaristas, além do apoio de milhares de colaboradores.

A Embrapa é uma das integrantes da Rede ILPF, uma associação de empresas criada para acelerar uma ampla adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

Veja abaixo os relatos de dois técnicos:

Murilo Penha dos Santos

“Avalio todo esse curso, essa experiência, como excelente, algo que veio para acrescentar muito na minha vida profissional. Desde que me formei em agronomia, sempre tive contato com pastagem e sempre gostei muito dessa área. E quando tive contato com o curso de ILPF da Embrapa, enriqueceu demais meu conhecimento, ajudou a dar mais confiabilidade para falar a respeito de todo tipo de integração, não só ILPF, mas também ILP. O curso preparou demais a gente para falar de ILP. A gente tem muito mais segurança, já com resultados positivos apresentados. Conseguimos aplicar toda a nossa capacitação com produtores, todas as nossas aulas que tivemos na Embrapa.

Eu, pelo menos, estou aplicando com meus cooperados desde as primeiras aulas. Minha região é o sul de Minas e uma parte do Estado de São Paulo (eixo Anhanguera – Ribeirão Preto, Pirassununga, Porto Ferreira, Limeira, Mogi Mirim, Casa Branca). Vários cooperados nunca tinham feito nenhum tipo de integração.

No sul de Minas são cooperados que produzem leite. Normalmente plantam milho-silagem, e nunca pensaram na ideia de plantar o milho-silagem junto com o capim e ter o pasto formado após a retirada do milho-silagem. Essa tecnologia eu consegui aplicar em muita gente lá e os resultados foram excelentes, eles ficaram muito agradecidos. Justamente porque conseguiram ter um pasto quando mais precisam, na época da seca. Eles plantam a safra de milho, safrinha de milho, e junto com a safrinha já plantam o capim. Normalmente o piatã, o Ruziziensis. Quando eles tiram a safrinha do milho, em 25 ou 30 dias eles têm uma área de pastagem formada e pronta para pôr o gado.

A ILP já está bem consagrada, pelo menos nas minhas regiões. A gente acredita muito no trabalho. As expectativas futuras são ainda maiores. O tempo passa e a gente vai ficando mais experiente. Tem propriedades onde pretendo fazer dias de campo nas próximas safras. Com certeza a gente vai fazer pelo menos dois ou três dias de campo nas filiais da Coopercitrus que eu atendo. É mais uma oportunidade de espalhar e divulgar a tecnologia.”

Pablo de Carvalho Lopes

"Minha avaliação é excelente, eu gostei muito do curso, traz bastante informação para quem participa. É um curso de excelência dentro da Embrapa. Eu recomendo até para cooperados que eu atendo, falo para eles buscarem informações sobre esse tema na Embrapa em São Carlos. O Hélio [Omote] tem acompanhado comigo alguns casos de cooperados que vão até a Embrapa para buscar essa capacitação acima do que a gente consegue transferir para eles.

Estou aplicando bastante o conhecimento que adquiri. Sempre que eu tenho dúvidas eu busco informações novamente, eu volto na Embrapa para buscar algum tema, sobre reforma de pastagem, sobre ILPF propriamente dita, que coloca floresta no meio, busco também sobre ILP. Tenho bastante cooperado que pratica a ILP.

A gente tem um caso que a Embrapa está participando junto, que é da fazenda Santa Silvéria, em Piratininga. A gente está tentado fazer da Santa Silvéria uma Santa Brígida [propriedade modelo de Goiás famosa pela implantação bem-sucedida da ILPF]. É uma criadora de gado Bonsmara PO. A gente está tentando implantar uma URT ali. Esse ano já fez o plantio de soja e o plantio de braquiária após a colheita da soja.

Os resultados são excelentes. A safra de soja neste ano foi acima dos outros anos, os resultados no gado estão sendo atingidos. Ela vem aumentando a capacidade de lotação das pastagens. A gente quer realmente transformar a fazenda em uma URT, com futuros dias de campo e apresentação do trabalho feito lá.

Outro caso é em Cafelândia. No ano passado o produtor fez 20% da área dele de ILP e ficou muito contente com o resultado. Esse ano está indo para 100% da área, de 240 ha. Ele colheu soja, plantou milho safrinha consorciado com braquiária. Após a colheita desse milho safrinha ele vem com a pecuária nessa fazenda. Ele gostou muito.”

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