quinta, 25 de abril de 2024
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Sem-terra invadem e ocupam área da Prefeitura

08 Jun 2010 - 15h42Por Redação São Carlos Agora

Cerca de 40 trabalhadores rurais ocuparam na tarde de domingo (06) uma área do Centro Tecnológico de Agricultura Familiar (Cetaf), pertencente ao Centro Municipal de Mostras e Agricultura Rural de São Carlos (Cemosar), que fica no km 1 da rodovia Domingos Inocentini, a Estrada do Broa. Eles são membros de um assentamento, apoiado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que desde o dia 3 de janeiro ocupa a área da antiga Fazenda Capão das Antas, atrás da Fabrica de Motores da Volkswagen, na estrada para Ribeirão Bonito. A ocupação, segundo eles, é para protestar contra a ordem de reintegração de posse do terreno ocupado, que determinou que as 70 famílias saíssem da área, de cerca de 200 alqueires. O prazo dado pela justiça foi de dez dias a partir da emissão da liminar, no dia 28 de maio, e terminou ontem (07). 

Segundo Pedro Bueno de Oliveira, porta-voz do grupo, o ato serve para pressionar a Prefeitura de São Carlos a se manifestar sob a situação da área da Capão das Antas. “O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] já mostrou interesse em comprar aquele terreno, mas a Prefeitura não quis negociar”, afirma. Segundo Oliveira, a Prefeitura alega que a área reivindicada é de reserva ambiental. “Mas atualmente ela está sendo usada como pasto para gado”.

Na tarde de ontem (07), Regina Bortolotti, secretária Municipal de Agricultura e Abastecimento, esteve no local da ocupação. De acordo com Oliveira, ela conversou com os ocupantes para fazer um relatório, que seria entregue ao prefeito Oswaldo Barba.

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que tomará todas as providências administrativas e judiciais necessárias para a desocupação da área. Segundo a prefeitura, a área não é apropriada para assentamentos, e no local funciona o Cetaf, que “cumpre papel fundamental e essencial na capacitação, treinamento e assistência de centenas de agricultores de São Carlos e região”. Paulo Oliveira, porém, ressaltou que os trabalhadores não têm interesse em assentar-se na área do Cetaf. “Nós escolhemos esse local para forçar a Prefeitura a conversar, e para tentar conscientizar a população de São Carlos. Além disso, a área do Cetaf está abandonada, servindo de curral”, diz Oliveira.

Por André Dantas/A Folha

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