quinta, 25 de abril de 2024
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São Carlos “deixa a desejar” em acessibilidade para pessoas com deficiência

20 Ago 2019 - 11h58Por Marcos Escrivani
São Carlos “deixa a desejar” em acessibilidade para pessoas com deficiência - Crédito: Marcos Escrivani Crédito: Marcos Escrivani

“São Carlos precisa melhorar em acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiência”. A afirmação foi feita ao São Carlos Agora pelo professor Paulo Henrique Verardi na manhã desta terça-feira, 20, no auditório do Sesc São Carlos durante o lançamento para a imprensa do Simpósio de Atividades Físicas Adaptadas 2019. O evento contou ainda com o nadador ACD (atletas com deficiência) Henrique Nasser, que integra a equipe de competição LCN/Aquário Fitness e o professor Edison Miron.

Antes do bate-papo com a imprensa, PH Verardi respondeu alguns questionados do portal e, solícito, não omitiu suas opiniões. “Em São Carlos, por exemplo, a acessibilidade para as pessoas com deficiência deixar a desejar. “Calçadas, semáforos, prédios públicos, intérpretes de LIBRAS não condiz com a realidade. A arquitetônica não favorece as pessoas que possui deficiências”, admitiu.

Mestre em Educação Especial, Verardi disse ainda que na área esportiva São Carlos (e o Brasil) oferece boas condições para as equipes competitivas. “Mas o município poderia melhorar”, afirmou.

Quanto às praticas de lazer e iniciação esportiva, ou até mesmo academias e praças esportivas, a situação não é a melhor possível. “Na rede municipal e estadual faltam professores para crianças e jovens com necessidades especiais. Na realidade, nesta área, quem tem necessidade especial passa por muitas dificuldades”, assegurou.

O SIMPÓSIO

Verardi é um dos idealizadores do Simpósio de Atividades Físicas Adaptadas e participa desde a primeira edição do evento que hoje, é internacional e receberá a visita de especialistas de todo o país.

“O encontro tem duas metas. A primeira acadêmica e levar capacitação aos professores para que possam atender melhor as pessoas com deficiência e a segunda, mostrar para a sociedade as potencialidades dos ACDs, pois temos grandes ícones no esporte”, disse Verardi, salientando que o Simpósio terá ainda palestras, vivências e shows, com apresentação de espetáculo de teatro, músicos e dança. “Serão quatro dias de intensa atividade”, garantiu.

PIONEIRISMO

O Simpósio de Atividades Físicas Adaptadas, que é um evento pioneiro do Sesc que discute a inclusão e acessibilidade nas atividades físico-esportivas chega a 20ª edição e será de 28 a 31 de agosto em São Carlos.

Após 20 anos e muitas edições, o simpósio desempenha um importante papel de promotor e difusor do conhecimento para a área no Brasil e com uma programação diversificada, acolhe profissionais de diferentes países e frentes de atuação no país.

Segundo os organizadores esporte e lazer são direitos garantidos pela Constituição Brasileira. As atividades físico-esportivas no lazer são importantes meios para o desenvolvimento integral da pessoa, pois influenciam e provocam mudanças e ganhos fisiológicos/metabólicos, psicológicos e sociais.

Diante desse cenário e ampliando o conhecimento profissional e a consciência sobre as infinitas possibilidades do ser humano, o simpósio pretende discutir quais competências e fatores podem influenciar de maneira positiva para a oferta eficaz de atividades físico-esportivas e de lazer para pessoas com deficiências.

Evento de projeção internacional, o simpósio terá conferência de abertura com o professor John Dattilo, da Universidade da Pensilvânia/EUA e uma mesa redonda sobre a formação profissional com a participação da professora Aija Klavina, da Academia Letoniana de Esportes que trata exemplos de programas de formação profissional em atividades físicas adaptadas realizadas na Europa. Além disso acontecem cursos, vivências, grupos de trabalho, relatos de experiência, atividades esportivas e culturais.

Destaque será ainda um colóquio para discutis as questões da oferta versus a demanda no mercado de atividade física e esportiva para pessoas com deficiência, com a participação da professora Mey Van Munster, da UFSCar, do advogado nadador ACD Henrique Nasser e do empresário José Fernandes Franco com mediação de Silvia Aguilhar.

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