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São Carlos celebra Nossa Senhora Aparecida da Babilônia

15 Ago 2020 - 07h11Por Da redação com Cirilo Braga
Capela de Nossa Senhora Aparecida da Babilônia - Crédito: Diocese de São CarlosCapela de Nossa Senhora Aparecida da Babilônia - Crédito: Diocese de São Carlos

O dia da Assunção de Nossa Senhora, em 15 de agosto, é feriado municipal em São Carlos desde 1950, quando o prefeito Luis Augusto de Oliveira sancionou a Lei Municipal No. 1176, cumprindo a Lei Federal 605, de 1949, que permitia aos municípios instituir 7 feriados religiosos anuais.

Desde 1941 os católicos realizavam nesta data em São Carlos a festa de “Nossa Senhora da Babilônia”, que lembrava um fato ocorrido na década de 1860 quando um grande incêndio consumiu a mata da Fazenda Babilônia, a 18 quilômetros da Vila de São Carlos do Pinhal. Restou intacta apenas uma árvore com sua copa verdejante, aos pés da qual, numa bifurcação do tronco, moradores locais encontraram uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ali foi construída uma ermida em 1870, próxima ao local onde eram sepultados escravos (por causa disso a região teve o apelido de “Babilônia dos Pretos”). Em 1894 uma cruz de ferro foi fincada no lugar e nas duas primeiras décadas do século XX correu a fama das graças alcançadas pelos moradores das cercanias. Os fatos estão narrados no livro “Aspectos do Folclore São-carlense: contribuição ao estudo do folclore na região de São Carlos”, da professora Ligia Temple Garcia Gatti (1982).

Em 1925 foi construída uma pequena capela, substituída por uma nova no ano de 1944, quando a celebração de “Nossa Senhora da Babilônia” já era aceita pela Igreja. Começavam as peregrinações de fieis, o que levou a administração municipal a oficializar a data como feriado religioso em 1949.

O feriado são-carlense foi sucessivamente confirmado por leis editadas em 1967 (gestão de Antonio Massei), 1974 (Mário Maffei) e 1990 (Neurivaldo De Guzzi). A oficialização se fundamentou num histórico sobre as origens da capela produzido em 1946 por Pedro Altenfelder Cintra e Silva que coletou depoimentos dos moradores mais antigos do bairro e de devotos que afirmavam conhecer a história. A Lei Municipal 10 257, de 1990, cumprindo a legislação federal, fixou em quatro os feriados municipais: Sexta Feira Santa, Corpus Christi, 15 de Agosto e 4 de Novembro (Dia de São Carlos Borromeu).

Assim como eu fiz, a maioria dos fiéis costuma fazer romaria a pé até a capela para cumprir uma promessa ou alcançar uma bênção.  A propósito, a paróquia de Vila Izabel (que cuida dos ofícios religiosos na capela de Nossa Senhora da Babilônia, hoje elevada a santuário), organiza uma romaria anual no dia 7 de setembro.

ORIGENS DA CAPELA

Pedro Altenfelder Cintra e Silva publicou um pequeno histórico sobre as origens da capela, coletando vários depoimentos dos moradores mais antigos daquele bairro e de devotos, que afirmavam conhecer a história. O documento registrou o "milagre da santa" que se passou às margens de um córrego também chamado de Babilônia 150 anos atrás, quando o misticismo do povo simples começou a levar muitos habitantes das fazendas vizinhas a procurarem o local para rezar ao pé da imagem. Fez-se então uma ermida e correu pela região a fama das graças ali alcançadas.

Passados alguns anos, foi construída a capela que funcionou até 1925. Foi então iniciada a construção da nova igreja, cujas obras estiveram paralisadas por algum tempo. Isso não diminuiu a devoção. Antes, aumentou, acreditando-se que era uma provação de Nossa Senhora.

Em 1944 as obras foram reiniciadas e o templo foi erguido. Milhares de peregrinos, até de outros estados, procuram-no, às vezes com ingentes sacrifícios. Em 1968 a Capela do Santuário foi incluída pela Comissão de Turismo local como um dos pontos turísticos religiosos de São Carlos e atualmente o Santuário integra o Caminho da Fé, que conduz ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

 

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