sexta, 29 de março de 2024
Lei sancionada por Jair Bolsonaro

Restaurante adere a lei que permite doação de alimentos prontos; Sindicato irá incentivar gesto solidário

26 Jun 2020 - 09h23Por Marcos Escrivani

A Lei nº 14.016/2020 sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que autoriza a doação de alimentos e refeições não comercializados por parte de supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos reflete positivamente em São Carlos.

Um restaurante localizado na esquina das ruas Sete de Setembro com a São Joaquim, no centro de São Carlos doa aproximadamente 50 refeições/dia (equivalente a 350 por semana e 1,4 mil por mês). O Sinhores (Sindicato dos Hoteis, Restaurantes e Similares) de São Carlos irá incentivar o gesto solidário com os demais associados e com estabelecimentos congêneres. Tudo por uma causa humanitária devido a crise mundial da saúde causada pela pandemia da Covid-19.

Na manhã desta sexta-feira, 26, a reportagem do São Carlos Agora foi até o restaurante e entrevistou o comerciante José Afonso de Oliveira Júnior que há 26 anos atua no ramo de alimentação, dos quais, 18 anos somente em São Carlos. Ao lado da esposa Michele e das irmãs Simone Ruth de Oliveira e Viviane de Oliveira praticam o gesto solidário há anos e que agora ganha amparo e respaldo do Governo Federal. Júnior é, paralelamente, um dos diretores do Sinhores, que possui aproximadamente 150 associados.

NÃO AO DESPERDÍCIO

Há 18 anos o comerciante enfatizou que faz a prática da doação de alimentos prontos para frequentadores do albergue noturno e, principalmente para famílias que passam por dificuldades. Principalmente nesta época de pandemia.

“São aproximadamente 50 refeições por dia”, disse Júnior. “É o excedente da produção que não é vendida e que não foram expostos. Tudo é embalado e encaminhado para doação”, emendou. “A gente oferece arroz, feijão, carnes, saladas, refogados e guarnições. Não jogamos nada fora. Sou contra o desperdício”, enfatizou, salientando que o resto de comida oriundos de fregueses são descartados. “Doamos somente o excedente”, frisou.

RESPALDO

Indagado sobre o gesto, considerado nobre pela sociedade, Júnior disse à reportagem que o estabelecimento ao qual dirige já fazia doação antes da pandemia do Sars-Cov-2 e com a lei sancionada foi um reforço a sua atitude.

“Agora nos sentimos resguardados, uma vez que antes da lei, caso ocorresse algo a quem consumia e tivesse um problema de saúde, poderíamos ser penalizados perante a lei. Mas agora, não havendo dolo (intenção em prejudicar alguém), não seremos responsabilizados”, comentou.

CORRENTE HUMANITÁRIA

Feliz com a iniciativa do Governo Federal em amparar comerciantes que realizam a doação de alimentos prontos, Júnior, como diretor do Sinhores disse que o próximo passo é ampliar a corrente humanitária e fazer com que mais comércios passem a ser doadores.

“Tenho conhecimento que outros estabelecimentos da cidade doam, mas no anonimato com medo de doar. Mas agora tudo muda”, disse, salientando o que motiva oferecer alimentos prontos a quem necessita. “É uma questão de consciência. Graças a Deus fomos privilegiados e temos que fazer bom uso daquilo que conseguimos. E se praticarmos o desperdício vai contra o ensinamento humano. Aprendi que temos que compartilhar”, afirmou, salientando que, paralelamente promove ações sociais.

Como diretor do sindicato da categoria que possui 150 associados, irá solicitar que todos tenham a sensibilidade de aderir a lei federal.

“Agora que estamos amparados, vou pedir apoio de todos e aqueles que puderem, que doem alimentos prontos excedentes. Toda nova informação é solicitada que o Jurídico do Sinhores faça uma circular e encaminhe a todos os associados e estabelecimentos do ramo. Além disso temos um grupo de WhatsApp com 300 participantes e vamos incentivar que todos doem e ajudem famílias carentes, cujos membros perderam o emprego. Sou contra o desperdício de alimentos e considero justo que o excedente seja encaminhado a quem precise”, finalizou.

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