quinta, 25 de abril de 2024
Estiagem prolongada

Produtor rural de São Carlos sofre com a falta de chuvas e têm prejuízos

Com uma propriedade de 14 hectares na rodovia Domingos Inocentini, Paulo Souza luta contra as adversidades

10 Ago 2021 - 08h28Por Marcos Escrivani
Produtor rural de São Carlos sofre com inverno rigoroso: produção secou com a estiagem - Crédito: Marcos EscrivaniProdutor rural de São Carlos sofre com inverno rigoroso: produção secou com a estiagem - Crédito: Marcos Escrivani

Mais de dois meses sem chuvas e, além da estiagem, geadas intensas marcadas pelo inverno de 2021. Os produtores rurais têm sofrido para buscar alternativas e combater as adversidades recorrentes durante esta época.

Em São Carlos, as preocupações são diárias para aqueles que trabalham com a terra. É o caso de Paulo Sérgio de Souza, 50 anos. Sua área é a produção de grãos convencional e orgânico no Recanto São Vicente, um sítio de 14 hectares às margens da rodovia Domingos Inocentini. Presta serviços em sua área de atuação e é arrendatário para plantar grãos.

“É herança de família. Aprendi com meu pai (Vicente Paulo de Souza), ainda no Paraná. Depois mudamos para Conchal/SP onde a gente trabalhava com hortifrúti. Mas em 1993 deu uma grande geada em todo o Estado e perdemos tudo. Ai mudamos para São Carlos onde adquirimos uma propriedade e nossa família foi pioneira na região, em 1994 na produção de alface. Desde então passamos a diversificar a produção e paralelamente mecanizar”, disse Paulo que possui hoje mais três funcionários.

Em entrevista ao São Carlos Agora, o produtor rural afirmou que na atualidade tem vários pés de limão Taiti e plantação de milho em sua propriedade, que leva o nome do seu pai. “Hoje estamos na terceira geração, pois meu filho trabalha ao meu lado”, disse, satisfeito.

INVERNO RIGOROSO

O inverno de 2021 fez Paulo relembrar a intensidade do frio que marcou 1993. Bem como a estiagem. Como consequência, sofre na pele os problemas causados pela falta da chuva. “A vegetação secou e encontramos dificuldades para fornecer alimento para o gado. Com isso cai a produção de leite”, explicou. “Como prestador de serviços, temos dificuldades em encontrar capim para cortar. As máquinas param, os trabalhadores também”, comentou.

Segundo Paulo, nesta época do ano os animais ficam confinados em compost barn e alimentados com silagem de milho e volumosos.

A falta de chuva ainda causou uma quebra de 30% na produção de milho. Em anos considerados normais, chegamos a colher 150 sacas por hectare. Esse ano foram 110 sacas”.

Apesar das adversidades neste período do ano, Paulo buscou pontuar ao menos algo positivo. “Com a geada, as pragas diminuem também”, relatou, ao se referir a cigarrinha. O frio intenso elimina este inseto e proporciona um controle biológico, embora os danos causados pelo impacto do clima. Mas não deixa de ser um benefício.

PRÓXIMOS MESES ASSUSTA

Para Paulo, devido à estiagem (não há previsão de chuva a curto prazo) os próximos meses assustam para os produtores rurais. Ele acredita que os trabalhos nas próximas semanas serão com o “freio de mão puxado, pois o custo está alto para se produzir. “Temos que esperar a chuva. Acredito que na segunda quinzena de setembro se normaliza. Já a recuperação da pastagem aconteça somente no final de outubro ou início de novembro. As primeiras chuvas deverão ser insuficientes”, finalizou.

Leia Também

Últimas Notícias