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Prefeitura tem estudo sobre árvores com risco de queda

25 Mar 2009 - 17h12Por Redação São Carlos Agora

A Prefeitura de São Carlos elaborou um diagnóstico das árvores que correm risco de queda nas praças centrais. O trabalho, que começou em 2007, teve a coordenação das engenheiras florestais Ana Paula Castral e Luciane Chaves e o objetivo foi traçar um panorama da situação em que se encontram as árvores das praças Paulino Botelho (Catedral), Elias Salles (Santa Cruz), São Benedito e Voluntários da Pátria (Baixada do Mercado).

Ao todo foram examinadas 384 exemplares. Destas, 37 foram diagnosticadas à supressão, 271 necessitam de manejo (tratamento fitosanitário, poda, aumento de área permeável)  e 76 estão em perfeito estado. Duas árvores que necessitaram de corte foram os Ipês localizados na Praça São Benedito, na última semana.

Segundo Ana Paula Castral, engenheira da Coordenadoria de Meio Ambiente, “o diagnóstico analisou toda a árvore, ou seja, a copa, o tronco, a base do tronco e o prato de raízes. Foi identificada a espécie, o número de exemplares por espécie, a situação das árvores e as recomendações de manejo”.

Com o trabalho concluído, o documento foi apresentado ao COMDEMA-SC (Conselho Municipal de Meio Ambiente de São Carlos), para manifestação sobre o resultado da pesquisa. “Essa foi a primeira vez que um trabalho técnico foi desenvolvido sobre a questão das árvores urbanas”, explicou Ana Paula.

O coordenador de Meio Ambiente, Paulo Mancini, explicou que a política pública adotada pela administração municipal é evitar o corte de árvores sem uma justificativa consistente. Ele citou o exemplo da árvore cortada na semana passada na Igreja São Benedito. “Esse exemplar de Ipê chegou a apresentar problema no passado, quando um enorme galho caiu no estacionamento durante a madrugada e que poderia ferir pessoas ou danificar veículos se a queda ocorresse em outro horário”, observou.

“Quando se fala em humanizar a cidade a preservação do meio ambiente está inserida nesse contexto. Tanto é que nesses três primeiros meses da administração do prefeito Barba foram plantadas 3 mil árvores”, completou. Mancini comentou que, entre plantios e doações, já foram distribuídas mais de 500 mil mudas nas áreas urbana e rural de São Carlos.

Serviço – Para outras dúvidas que possam ocorrer sobre poda e cortes de árvores, a população pode ligar para a Coordenadoria de Meio Ambiente (3371 7238 ou 3371 7239) e Secretaria de Serviços Públicos ( 3362 1300 ou 3362 1304).

Sobre o corte do Ipê na Praça São Benedito foram analisadas as seguintes descrições:

Inclinação:
Foi acompanhada a inclinação da árvore através de um clinômetro de tronco, através de um pêndulo, barbante, prancheta e um gabarito com as angulações (folha de papel). Em aproximadamente 1 ano, a inclinação do tronco foi de cerca de 40%, colocando a árvore em risco de queda. 

Raízes:
A característica da espécie Ipê é ter um sistema radicular raso, causando desestabilidade na árvore. Outro fato é que não havia área permeável no entorno da base do tronco, devido à impermeabilização do solo com asfalto, afetando diretamente o desenvolvimento do sistema radicular.
A árvore sofreu podas drásticas, o que afeta diretamente a translocação de nutrientes, causando falência de raízes. 

Tronco:
Quando o tronco do Ipê não está reto, pode-se dizer que é anormal, pois a característica da espécie é ter um crescimento retilíneo e formando o neloíde na base do tronco, características essas não encontradas nos Ipês.

Após o corte dos Ipês, constatou-se que o tronco não estava podre, mas o Ipê que caiu anteriormente (em outubro de 2006) também não havia apodrecimento no tronco, somente quando ocorreu a queda pode-se constatar que todo o sistema radicular estava infestado por cupins. 

Copa:
As copas das árvores apresentavam galhos esguios (devido a podas drásticas); muita infestação de erva de passarinho; uma das árvores sofreu poda unilateral, o que ocasiona total desequilíbrio da árvore. 

Escoramento:
Foram desenvolvidos vários trabalhos em outros municípios do país e constatado que o escoramento não é um mecanismo recomendado, pois a árvore irá continuar em risco de queda; teria que escorar até o topo para não haver ruptura na parte de cima da árvore.

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