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Saúde

Pesquisadores de São Carlos contribuem para a descoberta de novo tratamento da malária

13 Jun 2018 - 08h27Por Redação
Pesquisadores de São Carlos contribuem para a descoberta de novo tratamento da malária - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Um artigo publicado no Journal of Medicinal Chemistry, da autoria de um grupo de pesquisadores brasileiros, com a participação dos docentes e pesquisadores do IFSC/USP, do Instituto de Química da Unicamp e da Faculdade de Farmácia da USP, dá a conhecer a descoberta de derivados de produtos naturais marinhos com atividade contra o parasita.

Nesse trabalho que contou com apoio financeiro da Fapesp, CNPq e Instituto Serrapilheira, foi avaliada a atividade inibitória dessas moléculas contra o parasita, tendo-se realizado um estudo focado em melhorar a potência em matar o parasita e, ao mesmo tempo, manter baixa a propriedade tóxica contra células saudáveis.

Esses estudos permitiram a descoberta de novas moléculas com potência aprimorada e baixa toxicidade. O composto mais potente identificado é um inibidor de ação rápida com atividade contra a forma do parasita que se localiza no sangue e fígado do paciente. Além disso, a molécula mostrou um efeito aditivo, quando testada em combinação com o medicamento padrão para o tratamento da malária (ex. artesunato), ou seja, a combinação com o fármaco padrão, aumentou a capacidade de inibição do crescimento do parasita.

Por fim, a molécula foi testada em modelo animal da doença, no qual foi possível verificar que todos os animais sobreviveram após o tratamento e, além disso, a molécula desenvolvida neste estudo foi eficaz em reduzir a infecção nos animais.

Todos esses dados indicam que a molécula derivada de produto natural marinho tem potencial para ser uma nova alternativa para o tratamento da malária.

As próximas fases do estudo incluem o melhoramento de propriedades químicas e biológicas dessa molécula, de modo que ela possa ser segura e eficaz no tratamento do paciente com malária.

A malária é um problema de saúde pública global que apresenta altas taxas de mortalidade, principalmente em países do continente Africano. A doença é causada por um parasita chamado Plasmodium.

Em 2016, a doença matou 445 mil pessoas, número que equivale a uma morte por minuto. A grande maioria dessas mortes foram crianças com menos de 5 anos de idade. No Brasil, em 2016 foram reportados 118 mil novos casos de malária.  Em 2017, esse número aumentou, para 175 mil casos, ou seja, um acréscimo de cerca de 50%. Neste cenário, novas formas de tratamento são extremamente necessárias.

Esse trabalho foi o resultado de uma parceria entre os pesquisadores do IFSC/USP, Profs. Glaucius Oliva e Rafael Guido, Dra. Anna Caroline C. Aguiar, Me. Guilherme E. de Souza e Me. Mariana Lopes Garcia; do Instituto de Química da UNICAMP, Profs. Carlos Roque D. Correia e José Luiz Costa, Dra. Michele Panciera, e Me. Eric F. S. dos Santos; e da Faculdade de Farmácia da USP, Profa. Celia Regina S. Garcia, Dra. Myna Nakabashi e Me. Maneesh Kumar Singh. (Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP)

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