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Pesquisadora da Embrapa diz que prêmio é reconhecimento, mas aumenta responsabilidade

Bianca Vigna recebeu o Prêmio Ciência e Tecnologia; para ela, honraria resultado das oportunidades que surgiram em sua carreira

15 Dez 2017 - 07h21Por Redação
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

A pesquisadora Bianca Baccili Zanotto Vigna, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), recebeu nesta quinta-feira (14) o Prêmio Ciência e Tecnologia de São Carlos (SP) na categoria Jovem Pesquisador. A solenidade aconteceu no Paço Municipal e está prevista na lei municipal 12.618/2000.

"É um reconhecimento e uma responsabilidade maior", disse a homenageada, referindo-se à grande concentração de doutores em São Carlos. A cidade tem um pesquisador doutor para cada 180 habitantes - no Brasil, a relação é de um doutor para cada 5.423 habitantes, de acordo com o Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Segundo Bianca, essa premiação é resultado das oportunidades que surgiram em sua carreira e das parcerias que conseguiu concretizar com outras Unidades da Embrapa, como a Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), a Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG) e a Embrapa  Cenargen (Brasília-DF), e com universidades, entre elas a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a UFSCar. "Ninguém faz nada sozinho", afirmou.

Bianca foi a pesquisadora mais nova a entrar na Embrapa Pecuária Sudeste: tinha apenas 27 anos quando foi contratada em 2011. Ela é doutora em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp.

TRABALHO

Desde a graduação, a pesquisadora trabalha com a genética molecular de plantas para alimentação animal, principalmente gramíneas. Trabalhos em biologia molecular já são bem estabelecidos em grandes culturas como soja e arroz, e, até mesmo, em forrageiras temperadas, mas os estudos nessa área com forrageiras tropicais estão sendo conduzidos no Brasil nos últimos 15 anos.  "Tem muitas oportunidades porque se conhece muito pouco sobre a genética dessas plantas", disse ela.

No doutorado, a pesquisadora desenvolveu o primeiro mapa genético de braquiária (Brachiaria humidicola) e sugeriu a hipótese da origem híbrida da espécie. Nos últimos anos, Bianca tem se dedicado à caracterização molecular de recursos genéticos e à identificação de genes e marcadores moleculares de interesse para as culturas.  "Tenho trabalhado bastante com a descrição da diversidade genética existente das plantas dos gêneros Brachiaria e Paspalum. Essa descrição permite entender e subsidiar programas de melhoramento - pode-se dizer que já é um pré-melhoramento", contou a pesquisadora.

Uma característica que vem sendo estudada é a apoximia, um modo de reprodução assexuada presente em algumas plantas forrageiras, a qual está sendo abordada com marcadores moleculares e transcriptômica (um conjunto global de genes expressos em determinado tecido num determinado momento) a fim de identificar um marcador associado à característica e de entender sua herança e regulação gênica. Além disso, outro projeto visa identificar genes envolvidos na resposta à seca e que conferem a capacidade de sobreviver a períodos de falta de água no solo, o qual está sendo estudado em espécies do gênero Paspalum, nativo do Brasil.

PREMIADOS

Além de Bianca, outros pesquisadores de São Carlos foram contemplados com a premiação. Luiz Henrique Mattoso (Embrapa Instrumentação) e Ruth Herta Goldschmidt Aliaga Kiminami  (UFSCar) foram os selecionados para a categoria Pesquisador Sênior. Daniel Corrêa (Embrapa Instrumentação) e Piter Gargarella (UFSCar) também foram escolhidos na categoria Jovem Pesquisador. Na categoria Professor de Ciência, Mariana Prado Borges foi a vencedora. Ela trabalha na Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Carmine Botta.

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