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Pesquisa na UFSCar avalia os protocolos de exercícios físicos em idosos

30 Jul 2012 - 10h44

Diante do aumento da expectativa de vida no Brasil, pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) avalia os protocolos de exercícios físicos mais eficazes para a população idosa. Os estudos são desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade pela aluna de mestrado Juliana Hotta Ansai, sob orientação de José Rubens Rebelatto, docente aposentado do Departamento de Fisioterapia (DFisio).

Para a elaboração dos estudos, a pesquisadora convida idosos de São Carlos e região, com idade acima dos 80 anos, que apresentam situação de sedentarismo e capazes de andar sozinhos, com ou sem auxílio de algum dispositivo. Os participantes que apresentem algum agravo cardiovascular ou infeccioso que impeça a realização de atividade física serão excluídos da atividade. Assim, antes de qualquer exercício, os voluntários serão submetidos a um exame, com testes clínicos rápidos de força, composição corporal, equilíbrio e presença de quedas, mobilidade e cognição. A avaliação não provocará riscos à saúde e, caso o paciente apresente leve dor durante ou após a avaliação, serão dadas orientações para alívio.

Após a avaliação física, os participantes serão divididos em três grupos. Um grupo será constituído por indivíduos submetidos a um protocolo de exercício físico multicomponente, que abordará flexibilidade, resistência aeróbia, força muscular e equilíbrio. Outros participantes serão submetidos a um treinamento contra-resistência, com a utilização de aparelhos de musculação adaptados para idosos. As atividades físicas serão supervisionadas por fisioterapeutas especializados na área e acontecerão três vezes por semana, com duração de 50 a 55 minutos por sessão, durante 16 semanas. Também será formado um grupo de acompanhamento com indivíduos não participantes dos protocolos de exercícios físicos. No final, serão verificados e comparados os efeitos dos diferentes tipos de treinamento.

Como explica Juliana, embora os procedimentos de treinamento multicomponente e de resistência sejam aplicados à população idosa, ainda existem poucos trabalhos que apontem os exercícios físicos mais apropriados. "Apesar de existirem diversos estudos relatando os benefícios da atividade física em idosos, há uma carência na literatura sobre os efeitos de diferentes treinamentos em idosos sobre cada variável. Com a pesquisa, também será possível verificar por quanto tempo os benefícios dos exercícios podem ser mantidos", afirma a pesquisadora.

Juliana explica que os resultados da pesquisa podem auxiliar os profissionais da saúde na escolha do treinamento mais eficaz para cada pessoa, conforme seu biotipo. "Os idosos estão mais vulneráveis a doenças crônicas múltiplas e incapacidades relacionadas à idade. Assim, preocupações com os cuidados da saúde vêm aumentando nessa população. O aumento da expectativa de vida no Brasil precisa ser acompanhado por melhorias e incrementos na qualidade de vida, a fim de preservar a autonomia e a capacidade funcional dessas pessoas", explica a mestranda.

A pesquisadora aponta que as atividades físicas regulares e moderadas podem levar a importantes benefícios, tanto em idosos saudáveis quanto em doentes crônicos. "O estudo poderá ajudar profissionais da área a ter uma melhor atuação na promoção de saúde e prevenção de doenças e incapacidades em idosos longevos", acredita.

As atividades acontecem no Ginasinho da UFSCar, localizado na área Sul do campus São Carlos. Para se inscreverem, os interessados podem entrar em contato com a pesquisadora pelo e-mail juansai@msn.com ou pelos telefones (16) 3351-8704 e (11) 9506-3121.

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