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Pesquisa em São Carlos aponta que propulsor e uso de luz podem corrigir retração da mandíbula

04 Jan 2018 - 13h31Por Redação
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

O uso intensivo de chupetas e mamadeiras, bem como o hábito de manter o dedo na boca, podem causar, nas crianças, uma deformação na mandíbula, provocando sua retração e o consequente desnivelamento dos lábios inferior e superior. Normalmente, para o tratamento destes casos, utilizam-se aparelhos dentários fixos que ajustam os dentes superiores, fixando-se o dispositivo metálico nos primeiros dentes molares inferiores e superiores (exceto nos sisos) para que então haja o reposicionamento correto da mandíbula - ou seja, o queixo é deslocado para frente.

Foto: DivulgaçãoO Dr. Vitor Hugo Panhóca, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tratou dois destes casos, denominados "classe 2 de angle", a partir da instalação de um dispositivo metálico inovador, adaptado (propulsor mandibular), e com aplicação de laser de baixa potência (luz infravermelha) na região da mandíbula.

Panhóca explica que adaptou o propulsor, tendo se baseado em um dispositivo comercial - o Mandibular Anterior Repositioning Appliance - MARA. A adaptação (imagem à direita), segundo o pesquisador, é de fácil higienização e mais resistente, permitindo que se mastigue alimentos sem danificá-lo. Nos dois casos clínicos em que pacientes utilizaram o propulsor mandibular adaptado, Panhóca efetuou a aplicação de laser (como na imagem à esquerda) e observou que a associação da luz ao uso do propulsor estimulou o crescimento da região da cabeça da mandíbula, um fenômeno comum nos tratamentos destes casos e que pode causar dor. No entanto, Panhóca deduz que o laser usado por ele tenha provocado um efeito analgésico, já que em ambos os casos clínicos não houve reclamação de desconforto nem dor.

Cada um desses casos tratados por Panhóca durou entre doze e quatorze meses, com aplicações de laser executadas uma vez ao mês. Os resultados desse estudo foram publicados recentemente na revista brasileira Clínica de Ortodontia da Dental Press.

O pesquisador do IFSC explica que o uso de aparelhos fixos para tratar a "classe 2 de angle" foi proposto por volta de 1870 pelo dentista Norman W. Kingsley, sendo que a eficiência dessa proposta, segundo Panhóca, foi comprovada em um artigo mais recente publicado pelo American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.

Panhóca acredita que seu artigo é o primeiro a descrever o uso concomitante de propulsor mandibular e laser para estimular o crescimento da cabeça da mandíbula em seres humanos. Sendo assim, o pesquisador pretende promover cursos para popularizar o novo método a colegas odontologistas, em especial a protéticos que poderão personalizar o propulsor inovador de acordo com o molde da mandíbula de cada paciente, sendo que o pesquisador não descarta a possibilidade de fabricar o dispositivo metálico, caso haja interesse industrial. (Assessoria de Comunicação - IFSC/USP)

 

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