Com o término das obras de infraestrutura, o Parque Eco Tecnológico Damha (PETD) deu início nesta semana à fase de instalação das empresas, etapa mais esperada pelos gestores do empreendimento. Primeiro parque tecnológico de terceira geração do Brasil, o complexo localizado no pólo tecnológico de São Carlos (230 Km de São Paulo) irá abrigar - em sua primeira fase de implantação - cerca de 90 empresas divididas em dois condomínios, gerando investimentos na ordem de R$ 500 milhões.
A apresentação das primeiras empresas que irão se instalar no empreendimento foi feita pelo presidente do Instituto Inova (entidade gestora do PETD), José Octávio Armani Paschoal, em evento realizado ontem (19), na prefeitura de São Carlos. Além do prefeito Oswaldo Barba, o anúncio foi prestigiado pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva.
De acordo com Paschoal, as primeiras empresas a se instalarem no Parque (MIB, DBA Online, Razek, Getesi, Bio-Art e Systherm) irão ocupar uma área de, aproximadamente, 30 mil m2, o que corresponde a 23% da área total do primeiro condomínio. "A expectativa é que essas empresas iniciem a construção de suas edificações no próximo mês de janeiro. Concluída esta etapa, o Parque entra em operação", informou Paschoal.
CITESC - Além da instalação das empresas, o presidente do Instituto Inova também anunciou o início das obras de duas entidades que irão funcionar no complexo: a sede do Instituto (que irá abrigar incubadoras e núcleos de inovação) e o Centro de Inovação, Ciência e Tecnologia na Área da Saúde (Citesc), cujo edital de licitação foi publicado na semana passada.
Idealizado em 2005 durante a gestão do ex-prefeito e atual deputado federal Newton Lima (PT-SP), o Citesc será uma espécie de porta de entrada para que pesquisas na área da Saúde realizadas dentro das universidades se transformem em produtos prontos para o mercado. "O Citesc será um porto onde conhecimentos gerados nas universidades, na forma de protótipos, poderão ser desenvolvidos. Trata-se de um projeto inovador, que não tem similar no Brasil, e a expectativa é que ele trará grandes benefícios para a economia e, principalmente, para a população de São Carlos", destacou o presidente do CNPq, Glaucius Oliva.
Na opinião do prefeito Oswaldo Barba, o Citesc, construído em uma área doada pela prefeitura, é um exemplo que ilustra o pioneirismo tecnológico de São Carlos. "Cerca de 25% do parque industrial da cidade é composto por empresas de base tecnológica", lembrou Barba.
INVESTIMENTOS - Embora seja resultado de uma Parceria Público Privada (PPP), o PETD tem na iniciativa privada sua principal financiadora. Além dos R$ 500 milhões que deverão ser injetados pelas empresas durante a fase de instalação, o empreendimento conta com um investimento de R$ 20 milhões em infraestrutura feito pelo Grupo Encalso-Damha, proprietário do Parque. O grupo também irá investir outros R$ 2 milhões na área administrativa do complexo.
Em relação aos recursos públicos, o Parque Eco Tecnológico Damha conta com R$ 1 milhão do CNPq para a aquisição de equipamentos para a sede do Instituto Inova; cerca de R$ 4,7 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a primeira etapa das obras e aquisição de equipamentos do Citesc, além de uma negociação de R$ 7,8 milhões sendo feita entre o Instituto Inova e o Poder Público, na esfera de C&T.
Como pontuou o presidente do CNPq, a implantação do empreendimento ocorre num momento único na história do País, já que pela primeira vez o Governo Federal colocou a Ciência, a Tecnologia e a Inovação como pilastras mestras do desenvolvimento do Brasil. "Neste aspecto, somos um novo País, mas ainda temos muitos desafios. Ainda ocupamos a 47ª posição no ranking da inovação, e a nossa produção de patentes ainda é baixa. Por isso precisamos de um ambiente propício à inovação, como temos em São Carlos", finalizou Glaucius Oliva.
