quinta, 28 de março de 2024
Solenidade oficial

Novos dirigentes dos Institutos da USP São Carlos tomam posse

20 Ago 2018 - 12h31Por Redação
Novos dirigentes dos Institutos da USP São Carlos tomam posse - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Perante autoridades civis e religiosas, dentre muitos convidados, a sede avenida do São Carlos Clube recebeu no dia 17 de agosto, às 19h, a sessão solene de posse dos novos diretores e vice-diretores de três unidades da Universidade de São Paulo instaladas no Campus USP de São Carlos,uma cerimônia conjunta que foi presidida pelo Reitor da USP, Vahan Agopyan, tendo a acompanhá-lo o Vice-Reitor, Antonio Carlos Hernandes e o Pró-Reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, dentre outros dirigentes da Universidade de São Paulo.

Nesta cerimônia foram empossados os seguintes dirigentes:

Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP): Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (Diretor) e Prof. Igor Polikarpov (Vice-Diretor);

Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP) – Profª Maria Cristina de Oliveira (Diretora) e Prof. André Carlos de Carvalho (Vice-Diretor);

Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP): Prof. Emanuel Carrilho (Diretor) e Prof. Hamilton Varela de Albuquerque (Vice-Diretor).

Dirigindo-se aos presentes, tendo destacado alunos, docentes e servidores o IFSC/USP e com ênfase nas presenças dos dirigentes da USP e de seus familiares, coube a Vanderlei Bagnato ser o primeiro orador após a assinatura de seu compromisso de honra como diretor do IFSC/USP, um discurso que, pela importância do conteúdo, transcrevemos abaixo:

“Deixem explicar para todos a razão de estarmos a fazer aqui uma posse conjunta.

O Campus USP de São Carlos tem hoje cinco unidades e temos que sinalizar o que seremos a partir de agora. Não mais seremos cinco unidades formando um Campus, mas seremos, sim, um Campus constituído por cinco unidades e, com esse propósito, nossa determinação e nossos esforços serão conjuntos a partir daqui e queremos realizar juntos, crescer juntos e nos sustentar uns aos outros. O Campus USP de São Carlos brilhará ainda mais nessa constelação da USP. Além disso, estamos realizando este Ato de Posse no centro da cidade de São Carlos, bem na frente da Câmara Municipal e da Praça Central. Isto para sinalizar que a USP está no centro da cidade e, com ela, suas lideranças pretendem promover ainda mais o desenvolvimento e bem-estar desta cidade que nos abriga. Não estamos apenas em São Carlos – somos parte de São Carlos. Dito isto, poderei falar algumas palavras sobre este ato. Esta é uma ocasião muito especial para os novos seis diretores e vice-diretores que estão aqui sendo empossados. Primeiro, somos pesquisadores de carreira e poderíamos estar continuando nossos trabalhos, orientando nossos alunos, trabalhando em nossos laboratórios, em nossos projetos. Achamos, então, que chegou a hora de dar um pouco mais ao todo e promover nossas unidades, criando condições de trabalho para os demais. Se temos tempo de semear e colher, queremos, como diretores e vice-diretores, semear o futuro, por forma a que nossa instituição possa produzir ainda mais e permitir colheitas muito mais fartas do que as anteriores. A missão não parece fácil perante a realidade atual, mas vou seguir como sempre fiz – e acredito que este seja o sentimento dos demais que hoje tomam posse. 

Pensar as possibilidades a partir das impossibilidades: quero olhar o futuro e ser capaz de fazer planos e promessas que todos esperam. Sinto que isso pode ser feito, pois temos um passado onde construímos qualidade e competência. Para dirigir, é preciso ter coragem, mas, mais ainda, sensibilidade e delicadeza para conduzir o tempo e o espaço da gestão. Estamos recebendo unidades da USP que foram relativamente bem administradas, mas todos sabem que nada é tão bom que não possa ser melhorado e não tem ruim que não possa piorar ainda mais. Estamos assumindo a obrigação de melhorar o que já está bom e nunca permitir o ruim de ficar pior. Os desafios são sempre maiores que nossas habilidades e o tempo disponível, mas é para isso que existem nossas equipes: contaremos com todos os funcionários e colegas de cada Instituto, para termos a certeza que nossas forças serão amplificadas e nosso tempo utilizado para a realização de nossa missão. Estamos assumindo unidades da maior Universidade do país, da América Latina e uma das maiores do mundo, e a mais democrática, também.

Aqui, cada centavo que uma criança coleta de esmola em um farol, para comprar uma bala na padaria, faz com que parte desse dinheiro venha – através de imposto – viabilizar a missão da Universidade. Isto é uma responsabilidade de tirar o sono e o fôlego. Mantida pelo enorme esforço de nossa população, não podemos virar a face às necessidades da sociedade; é necessário que façamos a melhor ciência possível e com ela a melhor possibilidade de soluções para a sociedade. É necessário formarmos os melhores profissionais, sem, contudo, deixar de prepará-los para darem o melhor de si pelo país. Como dizia Einstein – sou físico, portanto tenho que o citar – “O homem erudito é um descobridor de fatos que já existem, mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ela faz existir”. Pois bem, apesar de não ser um homem sábio, terei que ser um diretor sábio, pois é necessário pensar diferente para criar novas condições e valores, que são a busca constante da nossa Universidade.

Temos que ousar em fazer coisas diferentes por forma a mudar o status atual das coisas. Como recentemente escrevi em um plano acadêmico elaborado para o meu Instituto, trabalharemos com valores norteados por alguns princípios:

- Ética profissional, permitindo dessa forma o respeito aos direitos de todos;

- Lisura em todas as atividades;

- Transparência nos atos administrativos e acadêmicos;

- Pluralismo para aceitar tos os pontos de vista e poder conviver com a opinião de cada um;

- e Comprometimento com todos os que estaremos dirigindo – estudantes, funcionários e docentes -, de forma a produzirmos o melhor possível em termos de preparo para o exercício da cidadania e para o avanço do conhecimento na área da Física. Nossa Visão de futuro é ser uma unidade de ensino superior em constante desenvolvimento, constituída por princípios de qualidade, sendo formadora de profissionais capazes de dar resposta pronta aos anseios da sociedade e do mercado de trabalho. Queremos, sendo parte da USP, estar alinhados com seus macros propósitos, além de ser uma unidade referência do país e atingir os padrões internacionais de qualidade. Nunca estaremos contentes se não atingirmos o todo. Tudo isso, sem perder a nossa elevada responsabilidade social.

Para nós, o dia de hoje antecipa o futuro, onde temos a responsabilidade de começar a traçá-lo. Este ato de posse é, para nós, mais do que um desafio dentre os vários que já investimos em nossas vidas; é um momento onde todos apostam em nossa capacidade e em nossas promessas que fazemos perante todos os que contribuem para nossa comunidade universitária. Ao fazer essas promessas, que RO dizer que neste mesmo instante tudo já se modifica, pois algo acontece: estamos comprometidos com todos. Como diz Eduardo Cagliano “A utopia está no horizonte: me aproximo do espaço e ela se afasta do espaço, Caminho pelo espaço e o horizonte corre pelo espaço. Por mais que caminhe, jamais o alcançarei. Para que serve então a utopia? Serve exatamente para que eu não deixe de caminhar”. Aqui é o mesmo! Por vezes seguimos utopias e, acreditem, esta é a forma de podermos alcançar locais ainda não explorados; e, ao chegarmos lá, ainda teremos mais para alcançar. Esperamos contribuir para a melhoria de tudo aquilo que nos incomoda, inclusive a grande desigualdade social que existe no nosso país.

Concluindo: o nosso conceito de passado não é aquilo que passou, mas aquilo que ficou do que passou. Iremos deixar um bom passado para quem vier depois de nós.

Agora, fora do conceito oficial, gostaria de falar um pouco com o coração. Meu querido Vahan, Hernandes, Sylvio Canuto e restantes colegas, a nossa Universidade passa por pequenos tremores que não chegam a ser terremotos e que vocês têm gerido de forma brilhante, sem nenhuma vítima – e é difícil suportar esses tremores sem causar vítimas e vocês têm conseguido isso.  Numa linguagem que meu querido Reitor e amigo entende bem, não podemos sustentar um edifício apenas com uma coluna, nem se pode estabilizar uma edificação com muitas colunas totalmente desalinhadas, com cargas mal distribuídas. O Campus USP de São Carlos é para a USP um conjunto de cinco colunas, nas quais a Universidade pode se sustentar. Em São Carlos, essas cinco colunas têm a estrutura necessária para contribuir para a estabilidade que a USP necessita. Meu querido Reitor, meu colega do IFSC e Vice-Reitor Hernandes. Sobre as colunas do Campus USP de São Carlos a Universidade de São Paulo pode ampliar suas edificações, pois a nossa solidez está ao seu dispor e ao dispor da sociedade de São Carlos.

Muito obrigado a todos e que Deus me ajude a ser um bom diretor”. (Rui Sintra)

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