
O Espaço Múltiplo de São Carlos lança o livro “Arte e Resistência em Tempos de Silêncio”, do professor, escritor e ator Ney Vilela, na quarta-feira, 19 de junho, às 19h.
O livro Arte e Resistência em Tempos de Silêncio: Teatro Amador Paulista (1963-1975) surgiu como tese de doutoramento, defendida na PUC-SP por Vilela, no ano de 2018. Organiza-se em quatro capítulos.
A obra tem como autor o professor, historiador e escritor Mauriney Eduardo Vilela, 67 anos. Ele é doutor em História Social (PUC-SP), mestre em Comunicação Midiática pela UNESP-Bauru, além de ter sido presidente da Federação de Teatro Amador do Centro do Estado de São Paulo – FETAC, no início da década de 1980.
O livro possui 230 páginas, no formato 23,5 x 15 cm, e foi publicado em coedição pela RiMa Editora (São Carlos-SP) e pela Editora da Academia Jahuense de Letras. A impressão foi realizada nas gráficas da Editora Vozes, em Petrópolis (RJ).
O primeiro capítulo da obra é uma espécie de pré-história do movimento federativo de teatro amador: começa com um esboço da atividade amadora ocorrida nos primeiros séculos do Brasil e segue – ainda como esboço – com o aparecimento do teatro profissional no século XIX e nas primeiras décadas do século XX.
No segundo capítulo, o escritor mostra como os artistas amadores se organizaram para realizar seu trabalho. “Começamos por conhecer as células básicas do movimento teatral amador, que são os grupos de teatro; a seguir veremos como se constituíram as federações regionais e, a seguir, a Confederação de Teatro Amador do Estado de São Paulo. Acompanharemos reuniões, assembleias e congressos, em suas discussões e deliberações, dialogando com as diferentes situações, espaços e práticas de teatro amador no período”, explica o escritor.
Um dos pontos altos da obra está registrado no terceiro capítulo, que mostra a realização dos Festivais de Teatro Amador do Estado de São Paulo, entre 1963 e 1975, espaço privilegiado em que os fatores de planejamento, organização, estrutura técnico-artística, concepções e perspectivas se fazem prática. “No decorrer dessa exposição, clarificam-se propostas, obstáculos, embates e resistências que indicam como o movimento federativo chegou a suas conquistas e dilemas”, comenta Vilela.
Segundo ele, no quarto capítulo é realizada uma análise do espetáculo amador, conhecendo a estrutura das encenações, temas e linguagens, dramaturgia, e nos aventuraremos a esquadrinhar (em um diálogo instigante com os estudos culturais de Raymond Williams) as concepções e perspectivas da obra artística amadora. “Aqui – após conhecermos um pouco mais sobre atuação, autoria, iluminação, cenografia e direção amadoras – teremos subsídios para encontrar o que o movimento amador trouxe de inovações para o teatro e para a televisão. Mas não só isso: a abertura para novas posturas de comportamento social também se descortinará como parte do legado do teatro amador”.
Finalmente, encontraremos uma nova cena cultural, na qual os amadores perdem parte de sua força, momento em que chegaremos a algumas conclusões e a muitas perguntas novas.