
No dia 16 de junho, há 30 anos, morria em São Paulo o ex-deputado estadual Miguel Petrilli. Ele nasceu em Ibaté, no dia 20 de agosto de 1910, e morreu com quase 85 anos. Filho de imigrantes italianos, trabalhou em São Carlos, numa indústria de bebidas e refrigerantes de seus pais. Em 1947, mudou-se para São Paulo, atuando em atividades imobiliárias, além de trabalhar como lavrador e pecuarista.
Foi eleito para a ALESP em 1947, por três mandatos consecutivos, até 1959. Atuou pela instalação da USP São Carlos em 1948. Em virtude desse feito, foi nomeado presidente de honra do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO). Atuou também na criação do município de Ibaté, antigo distrito de São Carlos, em 1953. Foi o responsável pelo projeto de lei da Universidade de São Carlos.
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um intenso movimento para a criação de estabelecimentos de ensino superior em cidades do interior do Estado de São Paulo. A comunidade de São Carlos agiu fortemente nesse sentido, com o desejo de que a cidade fosse um dos municípios-sede, em função de suas credenciais.
Petrilli abraçou a nobre causa e submeteu à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) o Projeto de Lei número 10, no dia 25/7/1947, propondo a criação da Universidade de São Carlos.
Por razões similares, no dia 8/8/1947, o deputado estadual Luiz Augusto Gomes de Mattos apresentou à ALESP o Projeto de Lei número 37, propondo a criação da Universidade de Ribeirão Preto.
Embora gerando grandes debates na ALESP a partir de 25/7/1947, recebendo uma manifestação de desaprovação por unanimidade do Conselho Universitário da USP em 12/5/1948 e tendo o veto do governador do Estado de São Paulo em 10/9/1948, o embrião da proposta apresentado pelo deputado estadual Miguel Petrilli (Projeto de Lei número 10) evoluiu e alcançou êxito em 24/9/1948, em pouco mais de um ano, com a publicação da Lei número 161, criando, entre outros estabelecimentos de ensino superior, a Escola de Engenharia de São Carlos e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Durante esse período, Adhemar Pereira de Barros e o professor Lineu Prestes eram, respectivamente, o governador do Estado de São Paulo e o reitor da USP.
Tendo em mente o enorme sucesso alcançado pelos dois primeiros estabelecimentos de ensino superior criados no interior do Estado de São Paulo sob a tutela da USP no início da década de 1950 — a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) —, bem como de todos os outros campi e Unidades de Ensino e Pesquisa da USP originados na esteira desse movimento, não podemos nos esquecer do dia 24/9/1948, do propositor inicial dessa lei, deputado estadual Miguel Petrilli, nem daqueles que brilhantemente o auxiliaram aprimorando o projeto inicial, destacando-se o deputado estadual Luiz Augusto Gomes de Mattos.
Coube a honra de inaugurar as atividades da FMRP/USP em 1952, sob a direção do professor Zeferino Vaz, e da EESC/USP em 1953, sob a direção do professor Theodoreto de Arruda Souto, ao governador Lucas Nogueira Garcez. Durante esse período, o reitor da Universidade de São Paulo foi o professor Ernesto Moraes Leme.