sexta, 29 de março de 2024
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Moradores do Recanto das Oliveiras recebem ordem de despejo e fazem protesto na Câmara

01 Out 2019 - 20h47Por Redação São Carlos Agora
Moradores do Recanto das Oliveiras recebem ordem de despejo e fazem protesto na Câmara - Crédito: Abner Amiel/São Carlos Agora Crédito: Abner Amiel/São Carlos Agora

Os moradores de um conjunto de chácaras conhecido como Recanto das Oliveiras, localizado na Rodovia na Washington Luis, KM 219, próximo ao Posto Castelo, receberam uma ordem de despejo e a justiça deu um prazo de 30 dias para a desocupação do local. A reação dos moradores foi um ato de protesto na Câmara Municipal nesta terça-feira (1º).

Silvani Ferreira Gomes, morador que usou a Tribuna Livre da Câmara durante a sessão, afirmou que São Carlos está preste a cometer uma das maiores injustiças.

“Não invadimos esta terra, compramos e queremos morar lá. Todos esses moradores vão lutar. Vai ter gente que vai deitar na frente das máquinas e vão ter que passar por cima de mim para tirar minha casa”, esbravejou.

Gomes explicou que os habitantes compraram as chácaras há 20 anos de uma mulher conhecida como Cida Schmidt. Ele não soube informar se Cida tinha recebido a terra como herança ou por usucapião.

De acordo com Gomes, na época os proprietários compraram as propriedades e assinaram um contrato com a promessa que futuramente teriam registro da escritura e o espaço se tornaria uma vila agrícola. Ele disse, ainda, que o promotor de Justiça Edvardo Pereira Filho fez um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) autorizando a compra para construção de moradia. A CPFL chegou a instalar postes no local.

Em 2008, porém, o promotor de Justiça Marcos Funaro pediu o despejo dos moradores alegando que o espaço era usado como chácara de recreio e não moradia.

Gomes sublinhou que a situação piorou este ano quando a Justiça acatou um pedido do promotor Flavio Okamoto e decretou ordem de despejo. Okamoto alegou que eles moram em área de proteção ambiental.

A ordem dá autorização à Prefeitura derrubar as casas num prazo de 30 dias.

Gomes desmentiu o promotor dizendo que a maioria das pessoas moram no local e sobrevivem criando galinhas, vacas, cabras, produzindo hortaliças, bem como leite e queijos.

O morador declarou ainda que tem um documento com imagens áreas afirmando que há no conjunto de chácaras 25 alqueires com área de cerrado, mas sem vegetação.

Gomes sustentou que cerca de 40 famílias moram no local e muitos são pessoas idosas, com enfermidades, como câncer.

“Compramos com a promessa de termos a casa própria e hoje não temos. A Justiça disse que quem tem casa na cidade tem que sair de imediato e desocupar as chácaras e, quem não tem, a Justiça quer incluir em um programa habitacional, mas não é isso que queremos”, declarou Gomes.

Sérgio Rocha, Moises Lazarine e Dimitri apoiaram o protesto.

Leandro Guerreiro, contudo, disse que os vereadores não tinham o poder de ajudar os moradores nesta situação e que não era para eles acreditarem nos discursos de seus pares. Guerreiro sugeriu que os vereadores poderiam participar de um protesto no dia marcado para a derrubada das casas, entrando na frente das máquinas.

 

 

 

 

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