sábado, 20 de abril de 2024
Amor, dedicação, carinho

Mamães bombeiras não temem o perigo; rainhas em casa e guerreiras no trabalho

As cabos Ludmila Torres e Mariane Vituri servem a corporação são-carlense; realizadas, são exemplos em casa e no trabalho

07 Mai 2021 - 08h14Por Marcos Escrivani
No embalo do amor e da felicidade: a cabo Ludmila e a pequena Louise em um ato de paixão sem tamanho - Crédito: DivulgaçãoNo embalo do amor e da felicidade: a cabo Ludmila e a pequena Louise em um ato de paixão sem tamanho - Crédito: Divulgação

O domingo, 9 de maio, promete ser muito especial para muitas famílias. É dia de homenagear as rainhas, as nossas matriarcas. É o Dia das Mães e para as cabos Ludmila Letícia Torres Campos e Mariane Vituri, serão momentos de felicidade plena, recheados de amor, carinho.

Ambas prestam serviços no Corpo de Bombeiros de São Carlos. São mamães e paralelamente, auxiliam a comunidade. Afirmam que podem ser rainhas em seus lares, mas o lema principal é ajudar ao próximo sem medo. Se necessário for, colocar a própria vida em risco.

Simpáticas, prestativas, amorosas, dedicadas. Mas seguras, determinadas, perseverantes e obstinadas. Assim são as duas profissionais retratadas nesta reportagem, elaborada pelo São Carlos Agora.

“PAPAI E MARIDO INFLUENCIARAM”

A cabo Ludmila, 31 anos, é casada com o também bombeiro Matheus Rodrigues Pereira Campos, 35 anos. O lar tem a alegria da ‘sapequinha’ Louise, de 1 ano e 2 meses. Há seis anos presta serviços na corporação e atua na Prontidão (reveza no caminhão auto bomba e na unidade resgate).

Ela disse que sua ida para o Corpo de Bombeiros teve influência direta do pai (Milton Ap. Torres, 65 anos, PM aposentado) e do marido que era bombeiro civil. “Enfim, a família era toda dedicada a este segmento. Então dei sequência”, afirmou.

Mas para ser uma bombeira, Ludmila conta que teve que entrar inicialmente na Polícia Militar. “Mas neste período observava o trabalho do Corpo de Bombeiros e as ocorrências. Eu sou também educadora Física e adorava dar aulas, mas meu sonho passou a ser entrar para corporação e ajudar as pessoas de um outro jeito, nos momentos em que elas e/ou seus patrimônios estão em risco e não sabem mais o que fazer, nós estaremos lá dando o nosso melhor”, afirmou. “Hoje me sinto realizada e faço o que mais gosto: é estar na Prontidão, ajudar quando necessário e a cada ocorrência, tenho uma lição de vida”, assegurou, ao lembrar que, quando atuava em Campinas, ajudou a salvar a vida de um homem que, em uma queda teve o pulmão perfurado e estava em difícil acesso. Profissionais realizaram procedimento no local, pois se esperasse por socorro, a vítima poderia ir a óbito. “A equipe foi sensacional e prestativa. Sentimos orgulho”.

Os anos se passaram e com ele chegou Louise e o dom da maternidade. “Ser mãe é difícil”, brincou. “Mas é prazeroso, é intenso. São novos aprendizados, é um amor sem tamanho. Ser bombeira e ser mamãe são realizações maravilhosas”, garantiu Ludmila que faz uma previsão. “Daqui uns três anos, quer ser mamãe de novo”.

Sobre conciliar o trabalho e os afazeres domésticos, já que trabalha na Prontidão e são 24h a cada jornada, ela disse que no começo causou apreensão, mas agora “tira de letra”: “No começo fiquei preocupada, pois ficaria 24h longe de casa e quando a Louise nascesse seria complicado. Ficar longe dela dava muita saudade e não tinha como cuidar. Mas com o tempo, tudo se encaixou, menos a distância (risos). Mas quando acaba meu turno, estou mortinha de saudade. Mas quando chegou em casa, sou recebida com um sorriso puro, um olhar de paz. É a sensação mais gostosa do mundo. É a sensação de que tudo valeu a pena. E eu busco o carinho dela sim”, disse, emocionada.

E sobre o domingo, é dia de folga para a cabo Ludmila. Vai estar ao lado da filha e também será filha, quando estiver perto da mamãe Rosemary, 58 anos. “Vai ser um domingo intenso, para emocionar. Três gerações juntas. Vai sobrar amor e união”, assegurou.

AJUDAR O PRÓXIMO E SENTIR ÚTIL

Cabo Mariane Vituri e os filhos. Foto: Arquivo Pessoal

A cabo Mariane Vituri, 37 anos está há 9 anos no Corpo de Bombeiros. É casada com o gerente administrativo Josemar de Paula Rios, 38 anos e mãe de Gustavo, 6 anos e Marília, 2 anos. A família reside em Ibaté.

Paulistana de nascimento, a cabo Mariane é formada em Fisioterapia e chegou a atuar no Hospital Militar de São Paulo, quando era policial militar e paralelamente conheceu o marido que é ibateense. Após a união passou a residir no interior e por gostar da área de saúde, ingressou na corporação.

“Quero sempre me sentir útil, ajudar o próximo. Hoje consigo fazer muita coisa que eu acreditava que não era capaz. É uma sensação de superação”, disse a cabo que atua no Departamento de Segurança Contra Incêndio. “Trabalhamos em conjunto com o setor de fiscalização da Prefeitura na emissão de alvarás. Hoje realizamos vistorias no sentido de garantir a segurança plena em prédios”, comentou.

Além do profissionalismo que exerce na corporação a cabo Mariane tem “jornada dupla”. Quando chega em casa, Gustavo e Marília esperam pela mamãe. “É puxado. Fico cansada e em casa, temos uma nova rotina. Mas é uma sensação indescritível estar ao lado dos nossos filhos. Recebendo e dando amor e carinho”. Para ela, ser mãe é um privilégio único. “Me sinto feliz, salientando que é impossível dizer o que é mais difícil. Sempre treino para ser bombeira e quando somos mãe, Deus nos dá a sabedoria e o dom da maternidade”.

Neste domingo, a cabo Mariane disse que o dom irá aflorar de uma forma mais forte. Estará em casa e promete um almoço bem especial. Mas será filha ao pedir o carinho de dona Márcia, 64 anos. “A mamãe me passa doses de amor que repasso aos meus filhos. Aprendi a ser filha de fato, quando me tornei mãe, pois a gente passa a ter a exata noção o que faria por um filho. São ensinamentos da vida. Me sinto feliz, realizada e plena. Sonho apenas em ver meus filhos crescerem, com saúde e unidos. Serem cidadãos de bem e formarem suas famílias”, finalizou.

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