quarta, 24 de abril de 2024
Cidade

Leitor denuncia descarte de grande quantidade de gesso próximo ao córrego Monjolinho

28 Ago 2013 - 14h52
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Um problema antigo que ocorre na maioria das cidades se agravou em São Carlos nos últimos meses. Hoje em dia é muito comum encontrar pessoas e até mesmo empresas descartando lixos e entulhos em terrenos baldios, estradas de terra e até mesmo nas margens dos córregos.

Depois do fechamento da entulheira do Aracy, local que foi desativado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) no mês de abril, a única área licenciada e que pode receber descartes de restos de construção civil e massa verde é a empresa particular AMX Ambiental, que passou a cobrar para receber este material.

Para entender o porquê de tanto descarte irregular é simples: além de educação e consciência ambiental, o que tem agravado o problema é o alto valor cobrado para o descarte das caçambas, que passou a ser inviável para o prestador de serviço e consequentemente para o consumidor final.

Em conversa com os caçambeiros, eles nos explicaram que antes da cobrança o valor do aluguel de uma caçamba de 3m³ era em média de R$ 80 e para as caçambas de 5m³ entre R$ 90 e R$ 100. Hoje o aluguel de uma caçamba de 3m³ custa em média R$ 150 e de 5m³ é de R$ 200, para resíduos de classes A e B (entulho e madeira), já da classe C (gesso e amianto) o valor pode passar de R$ 600.

O empresário do ramo, Eduardo Araujo, explicou que antes da cobrança pelo descarte, como o valor da caçamba era baixo e viável os consumidores optavam pelo aluguel, porém após o aumento dos preços, a maioria dos consumidores (de pequeno porte) passou a optar por alternativas irregulares.

"O cara (sic) ia fazer uma reforma em casa, uma obra e preferia alugar uma caçamba, que o preço era viável, hoje ele já não contrata mais caçamba, ele paga para carroceiros ou joga na traseira de uma caminhonete e joga em algum lugar. O cara não vai parar uma obra ou deixar o entulho jogado em frente de casa por causa de uma caçamba", explicou ele.

O valor também tem prejudicado os empresários do ramo de aluguel de caçambas, que tiveram os serviços reduzidos pela metade e em alguns casos em mais de 60%.

Denúncias

O São Carlos Agora tem recebido constantemente reclamações e denúncias de descartes irregulares de lixos e entulhos em terrenos baldios, final de ruas, estradas e até mesmo em beira de córregos.

Gesso descartado próximo ao córrego do Monjolinho (Foto enviada por leitor).No início da semana um leitor entrou em contato com a nossa reportagem, denunciando descarte irregular de gesso às margens do Córrego Monjolinho.

"Após a privatização do descarte de entulhos de construção civil, estamos vendo constantemente esses resíduos jogados na natureza, em estradas de terra e canaviais. Hoje (26) encontramos quase 3 toneladas de gesso descartado às margens do Monjolinho Esse tipo de material é muito poluente se descartado desta forma, além de ser proibido. O pior, e infelizmente, é que ninguém toma providências", denunciou ele.

Ele explicou ainda que é possível encontrar "montanhas" de entulhos por todas as estradas que rodeiam a cidade, principalmente a do Matadouro e da Água Quente (SCA-050). No mapa abaixo ele mostra alguns pontos onde são descartados lixos e entulho, que em sua maioria são provenientes de caçambas, já que a quantidade é grande.

http://media.saocarlosagora.com.br/uploads/entulhosestrada.jpg

Prefeitura

Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura para repassar o caso. Além da fiscalização que é feita pela Prefeitura, eles pedem o apoio da população para chegar até as pessoas e as empresas que realizam descartes irregulares na cidade.

Segundo eles, após a cobrança pelo descarte, as empresas repassaram o valor aos clientes o que acabou proporcionando o aumento dos descartes irregulares. Hoje a única área licenciada pela CETESB para descarte de resíduos de construção civil é da AMX Ambiental, o que não impede de outras empresas legalizarem outras áreas e se instalarem na cidade.

Fomos informados ainda que além dos descartes feitos por pessoas que realizam pequenas reformas em casa, algumas empresas de caçamba estão cobrando o valor (quadro acima) do descarte e despejando suas caçambas em locais irregulares.

A Prefeitura informou também que tem equipes de fiscalização, porém como os descartes ocorrem em diversas áreas da cidade e até mesmo em áreas rurais, inclusive a noite, eles pedem o apoio da população que denuncie esses descartes, que anotem as placas dos veículos, que fotografe, e repassem à ouvidoria do município, pois todas as denuncias serão verificadas e os responsáveis autuados. Ouvidoria: 0800-7701552.

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