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Família de jovem com doença do carrapato faz campanha e pede ajuda

23 Nov 2017 - 15h14Por Redação
Família de jovem com doença do carrapato faz campanha e pede ajuda -

Acometido da Doença de Lyme, transmitida por um carrapato, a família de Guilherme Zavaglia realiza uma campanha no intuito de obter recursos para um tratamento intensivo que é realizado nos Estados Unidos.

A mãe de Guilherme, Carla Zavaglia, disse ao São Carlos Agora que seu filho foi acometido em 2013. Os sintomas, que podem ser confundidos com o de uma virose comum, evoluíram e se tornaram crônicos.

Segundo ela, são mais de quatro anos nesta batalha e a última esperança da família é um tratamento nos Estados Unidos. Os custos são muito altos e é por isso que iniciada a campanha.

Carla disse que sua família não possui os recursos para arcar com o tratamento nos EUA. Desde os gastos com passagens e estadia, passando pelos exames e medicamentos - que não são gratuitos - é estimado um custo de pelo menos R$ 50 mil apenas na primeira viagem.

"Sabendo que existe pelo menos uma chance, nós voltamos a sonhar e é por isso que iniciamos esta campanha. Nossa meta inicial é arrecadar o necessário para a primeira viagem e, se necessário, um retorno para continuidade do tratamento", afirmou Carla.

OS CUSTOS

Os custos para um tratamento como esse são muito elevados. Desde o dinheiro para o passaporte e visto, passando pela hospedagem e alimentação, que no caso do Guilherme precisam ser especiais. Para o tratamento também é necessário

A primeira consulta com o médico fica em US$ 900, sendo que os retornos semanais custam US$ 300 cada. Além disso, existe um custo diário de cerca de US$ 100 para administração de soro e outros medicamentos, sendo que este valor ainda pode variar para cima. Já os exames têm um custo estimado de US$ 3 mil.

Uma vez feito o tratamento inicial, é necessário acompanhamento semestral por pelo menos dois anos. Estas viagens, mais curtas, têm um custo estimado de US$ 8 mil cada uma.

As doações podem pela Vakinha Virtual (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/necessidade-de-tratamento-de-doenca-de-lyme-cronica-p-meu-filho) ou diretamente depósito em conta-poupança no Banco Itaú (agência 7831 - Conta-poupança: 01676-6/500).

INÍCIO DO DRAMA

Em 2013, Guilherme foi picado por um carrapato em uma represa na região de Vinhedo. Cerca de dez dias depois começou a apresentar sintomas semelhantes aos de uma virose, como dores de cabeça, nas articulações e sudorese noturna, até que foi levado ao hospital. Lá, exames constataram alterações no fígado e no baço, queda de plaquetas, entre outros sintomas. Mesmo depois dos antibióticos, não apresentou melhoras.

Carla disse que fez pesquisas e encontrou em São Paulo um especialista em doença do carrapato. Infelizmente o médico estava no exterior e quem atendeu Guilherme foi uma médica de sua equipe e, pelos sintomas, fez o diagnóstico clínico da Doença de Lyme, que foi confirmado pelo exame específico da doença.

Desde 2013 Guilherme abandonou o trabalho e os estudos por conta dos sintomas. Em 2015, após diversos médicos consultados e exames feitos, voltaram ao primeiro especialista em São Paulo. Segundo o médico a bactéria ainda continuava ativa e, por isso, seria necessário fazer uma combinação de antibióticos. Ele administrou também remédios antirreumáticos e outros medicamentos para tentar administrar a dor. Meses de tratamento não resultaram em nenhuma melhora e alguns sintomas até se agravaram.

ESPERANÇA NOS EUA

Após a consulta com o especialista e sem melhora no quadro clínico, Carla começou a pesquisar alternativas de tratamento. Conheceu pessoas com a doença dentro e fora do Brasil, em países como México e Estados Unidos.

Os tratamentos em fase crônica no Brasil, infelizmente não são eficazes, o que faz necessário a busca de soluções fora do país.

"Descobrimos que os pacientes que apresentavam melhor quadro eram aqueles que tinham ido fazer o tratamento nos Estados Unidos, onde a doença é mais comum. O médico de São Paulo explicou que o carrapato, junto com a bactéria, pode transmitir outras doenças, algumas delas de difícil detecção e é por isso que fomos buscar o tratamento no exterior", disse Carla.

Diante dessa esperança, afirmou que tentará o tratamento em Foster City, CA com o médico Raj Patel. A primeira etapa envolve uma consulta e exames para coinfecções, além de um teste genético que pode apontar outras alterações que estejam agravando o caso de Guilherme.

Depois disso, são pelo menos 28 dias de tratamento e consultas aguardando o resultado dos exames.

SOBRE A DOENÇA

A Doença de Lyme é uma infecção causada por uma bactéria, transmitida pela picada do carrapato.

Os sintomas iniciais podem ser uma mancha vermelha ao redor da picada, febre, do de cabeça, dores musculares e articulares, fadiga e cansaço, que se manifestam dias ou até meses depois da infecção.

Por ser uma doença pouco comum no Brasil, o diagnóstico pode demorar e é o diagnóstico tardio que pode acarretar em danos mais graves, como a manifestação crônica da Doença de Lyme que afeta as articulações, coração e sistema nervoso.

Os especialistas americanos explicam que mesmo com o diagnóstico precoce não há garantia de que o tratamento será eficaz, seja por erros no tratamento ou por outras infecções transmitidas pelo carrapato. 

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