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Divisão de Zoonoses orienta população sobre extermínio de caramujos africanos

14 Jan 2011 - 16h55

A Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde tem recebido reclamações de moradores sobre o aparecimento de caramujos em terrenos de diversos bairros da cidade. Foi identificado a presença de caramujos nos bairros Cidade Aracy, Presidente Collor, Romeu Tortorelli, Tijuco Preto, Jardim Cruzeiro do Sul e em vários terrenos da região central da cidade, próximo aos córregos do Monjolinho e Gregório.

O setor de Zoonoses enfatiza a importância da participação da população que ao identificar o molusco deve informar  a Prefeitura pelo telefone 3307-7405 para receber orientações de como ajudar a controlar diariamente a infestação.

Em 2010, a Divisão de Zoonoses recebeu 107 reclamações sobre caramujos e nos primeiros dias deste mês a média é de 10 reclamações por dia. 

Segundo Guilherme Marrara, chefe da Divisão de Zoonoses, quando a pessoa perceber a existência de caramujos africanos em casas ou terrenos, não há motivo para alarme, mas é preciso realizar a coleta dos animais corretamente. Primeiro é necessário identificar se a espécie é realmente o caramujo africano (achatina fulica). Para tanto, deve se observar (sem tocar) se a concha do animal possui cor marrom-escura com listras esbranquiçadas e formato espiral cônico. Além disso, o caramujo africano possui a abertura da concha com borda fina, ao contrário dos caramujos naturais do habitat brasileiro.

“A pessoa que coletar os caramujos africanos deve ter as mãos protegidas por luvas ou por sacos plásticos que, ao final do processo, devem ser descartados. Os caramujos africanos devem ser esmagados, quebrados e enterrados com cal. A cal é para que eles não contaminem o solo ou o lençol freático e essencial para a eliminação dos ovos. Não aconselhamos incinerar os animais, pois o fogo pode provocar algum acidente, principalmente com crianças”, orienta Marrara.

Segundo a Divisão de Zoonoses é muito difícil a erradicação completa do caramujo africano, um trabalho que pode levar anos com catação diária nas épocas de chuva, já que um simples caramujo não recolhido pode causar uma nova infestação de mais mil descendentes no período de um ano. Embora muito trabalhoso, o único controle segundo a Zoonoses é a catação manual com eliminação de todos os moluscos, pois um único caramujo avistado e não exterminado resulta em 200 em poucos meses.

A espécie
O caramujo africano (achatina fulica), é um molusco que foi introduzido em nosso país na década de 80 como uma possível fonte de alimento, substituindo o escargort Helix aspersas. Por ter uma carne dura e escura, não teve boa aceitação comercial e os produtores simplesmente os soltaram no meio ambiente.

Por serem hermafroditas, esses animais reproduzem facilmente, com capacidade de colocar até 200 ovos por ovipostura, podendo se reproduzir até 4 vezes ao ano. Também não existe em nosso país nenhum predador natural assim como nenhum patógeno específico da espécie que faça o controle natural, fazendo com que se multipliquem de forma exponencial.

Estudos recentes indicam que hoje o caramujo africano esta presente em 23 dos 26 estados brasileiros, representando 8% dos 5.561 municípios, encontrados inclusive em reservas florestais, áreas de preservação permanente e mata atlântica, oferecendo risco de extinção para espécies nativas de outros caramujos e para algumas espécies de plantas.

Por ser uma espécie exótica invasora, além das doenças que pode transmitir, o caramujo africano ataca, destrói plantações e compete por espaços com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção. O caramujo africano atinge 15 cm de comprimento de concha e pesa, em média, 200 gramas

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