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Dados da Oncologia da Santa Casa mostram aumento de casos de câncer

31 Out 2014 - 17h04

O levantamento ainda indica qual tumor tem maior incidência é o câncer de mama, seguido pelos casos de tumores da próstata

Levantamento dos últimos cinco anos da Oncologia da Santa Casa de São Carlos indica crescimento no número de casos e tratamentos de câncer. De 2009 a 2013 foram registrados no hospital 2.431 pacientes a procura de tratamento quimioterápico, tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como também através de convênio médico.

Comparado o número de pacientes dos últimos cinco anos registra-se um crescimento na quimioterapia de 21,68%. Em 2009, passaram por tratamento do câncer pela Santa Casa, 438 pacientes. Os dados de 2013 apontam que 533 pacientes foram tratados no hospital. O levantamento aponta um crescimento de 29,8% no número de sessões de quimioterapia, passando de 6.249 realizadas em 2009 para 8.117 no ano passado. A procura pela radioterapia também mostra um crescimento ascendente. No mesmo período, foram tratados mais de 2 mil pacientes.

“No Brasil, o câncer representa a segunda causa de morte na população adulta, dos quais, de acordo com as previsões do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência da doença continuará aumentando se as medidas preventivas não forem amplamente adotadas”, afirmou o médico oncologista Flávio Guimarães.

O levantamento da Santa Casa ainda indica qual tumor tem maior incidência. O câncer de mama está em primeiro lugar, seguido pelos casos de tumores da próstata, cólon e reto.  Os dados ratificam a campanha Outubro Rosa dedicada ao alerta sobre o câncer de mama e o início do movimento Novembro Azul, que traz a precaução ao homem sobre o câncer de próstata.

Ao classificar a incidência da doença na mama e próstata e analisar, por exemplo, os dados de 2013, dos 3.422 pacientes que buscaram tratamento quimioterápico, 71% registrou tumor de mama e 29% de próstata. Essa estatística não se difere nos anos anteriores.

O câncer de mama é o mais incidente na população feminina mundial e brasileira, excetuam-se os casos de câncer de pele não melanoma. Para a oncologista Patrícia Ratto, a mobilização da sociedade como acontece na Campanha Outubro Rosa serve para fortalecer a importância da prevenção, possibilitar o diagnóstico precoce da doença e com isso o tratamento recomendado no menor tempo possível.

“As mulheres devem fazer o autoexame e paralelamente, manter as consultas ao ginecologista e a partir dos 40 anos incluir a mamografia na rotina dos exames anuais. É importante ressaltar que mesmo não percebendo nódulos no autoexame, a mulher deve procurar manter avaliação regular com médico especialista e realizar exames preventivos conforme recomendado”, declarou.

O tumor da próstata atinge 10% dos casos de câncer da população mundial, por isso é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos, ou 75%, no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

O aumento observado no número de casos pode ser justificado pelo aumento na expectativa de vida da população, pela evolução dos métodos diagnósticos (exames) e pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação e notificação da doença.

“Nos últimos anos o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) realizado na investigação do câncer de próstata, por exemplo, possibilitou o diagnóstico mais precoce da doença em pacientes que não apresentavam nenhum sintoma”, afirma Guimarães.

Na avaliação dos especialistas, culturalmente, o homem ainda apresenta algumas restrições na realização dos exames preventivos da próstata, diferente do cuidado que as mulheres têm com o próprio corpo.

O médico valorizou a iniciativa da campanha Novembro Azul, que alerta quanto às necessidades do homem fazer os exames preventivos após os 50 anos, ou antes, quando houver indicação.

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