quinta, 18 de abril de 2024
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Caos na saúde: demora no atendimento chega a mais de seis horas nas UPAs

19 Jan 2017 - 14h26
Foto tirada no começo da tarde pela leitora Mariana mostra UPA da Vila Prado lotada. - Foto tirada no começo da tarde pela leitora Mariana mostra UPA da Vila Prado lotada. -

A situação da saúde em São Carlos está critica. Nos últimos dias o São Carlos Agora recebeu dezenas de denúncias de atendimento precário nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA´s) do município. A principal reclamação é quanto a demora que chega a passar de seis horas em alguns casos.

Através do Whatsapp do portal, a leitora Mariana disse que está na UPA da Vila Prado com dores na garganta desde às 8h40 e até às 14h ela não havia sido atendida. "Não há nem previsão de atendimento. Fui orientada pela enfermeira para procurar outra unidade de pronto atendimento, pois os três médicos que estão aqui não recebem seus salários desde novembro e por isso estão fazendo pouco caso dos pacientes", disse a leitora.

Na UPA localizada na rua Sebastião Lemos, no Cidade Aracy, a Polícia Militar foi chamada no começo desta tarde, pois estaria ocorrendo tumulto devido ao atendimento.

Na UPA do Santa Felícia a situação não é diferente. A leitora Juliana informou que nesta quarta-feira (18) levou a sua filhinha de apenas sete meses que está com febre há três até a unidade, mas saiu de lá sem atendimento. Segundo ela, os funcionários informaram que apenas casos graves estavam sendo atendidos. Hoje ela conseguiu ir até um postinho do bairro, onde descobriu que a menina está com infecção de urina, garganta e ouvido.

FALTA DE PAGAMENTO

O São Carlos Agora recebeu uma carta pública de um médico plantonista do município relatando o problema que estão enfrentando. Eles estão sem salário desde novembro do ano passado.

Veja na integra a carta:

Nós, médicos plantonistas das Unidades de Pronto Atendimento do município de São Carlos, vimos por meio desta nota tornar pública a situação grave a qual estamos enfrentando.

Sem pagamento desde novembro do ano passado e buscando tentativas de negociações, simplesmente somos repetidas vezes enganados pela administração municipal com falsas datas e informações inverídicas sobre nosso pagamento. Sob a alegação por parte das autoridades municipais de ilegalidade do regime salarial vigente há anos, simplesmente não temos perspectivas de recebimento pelo trabalho realizado nesse período em que prestamos serviços à população.

Nesse contexto, com a dificuldade de preenchimento das escalas médicas diante dessa perspectiva pouco promissora, manteremos o atendimento seguindo as normas do ministério da saúde que determina um número mínimo de atendimentos por hora e retaguarda em urgências e emergências nas UPAs do município até que algum representante da administração nos de uma posição concreta sobre a situação.

Esperamos que a população compreenda a nossa situação, de muitos pais de família e trabalhadores honestos que estão sendo privados de seu salário, o direito mais básico de um trabalhador.

 

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