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Canadá vai comprar dirigíveis fabricados em São Carlos

23 Fev 2018 - 10h07Por Abner Amiel/Folha São Carlos e Região
Foto: Abner Amiel/Folha São Carlos e Região - Foto: Abner Amiel/Folha São Carlos e Região -

O diretor da empresa  Airship do Brasil, Marcelo Augusto de Felippes , recebeu nesta quinta-feira, 22, o presidente da empresa canadense Buoyant Aircraft Systems International (BASI), Barry Prentice, para assinar um memorando de entendimentos, oficializando um acordo de cooperação com duração de mais de 10 anos para a fabricação de dirigíveis. O projeto trata-se do desenvolvimento de um dirigível cargueiro, batizado de ADB 3-15, de até 15 toneladas, que possa operar dos climas tropicais do território brasileiro até as temperaturas gélidas canadenses.

"Começamos uma nova era de colaboração entre Brasil e Canadá, com oportunidade para trabalharmos  juntos, termos parceria, desenvolver uma nova tecnologia. Temos muitas similaridades e podemos crescer e se tornar empresas de grande porte, como uma Boeing", declarou no evento Barry Prentice, ao lado do engenheiro da BASI Dale George, do delegado de Desenvolvimento para Aeroespacial, Defesa e Segurança do Consulado do Canadá, Alex Krell. 

A iniciativa vem embasada em um acordo de cooperação bilateral já assinado entre Brasil e Canadá, o Acordo de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação, ratificado em 2010.

"Estamos sendo pioneiros e fazendo o acordo se tornar uma realidade. O Canadá tem as mesmas dificuldades que o Brasil tem na questão de transporte. Os talentos que temos aqui juntando com as habilidades canadenses podemos fazer uma grande revolução nessa nova concepção de transporte", discursou ontem o diretor da Airship, Marcelo Augusto de Felippes.

O que atraiu os olhos dos canadenses de elaborarem um acordo de cooperação com a Airship, a primeira empresa a fabricar dirigíveis na América Latina, foram a estrutura de última geração e  o preço dos dirigíveis, que é menor do que é vendido no mercado internacional.

"A empresa BASI recebeu uma subvenção do governo canadense e buscaram esse dirigível em empresas de diversos países. Só que eles viram tudo o que precisavam aqui. Hoje somos uma empresa ponta no mundo, única que consegue fazer pesquisas, desenvolvimento, construção, operação e serviços", explicou Marcelo Augusto de Felippes.

"Nós últimos três anos essa tecnologia de dirigíveis evoluiu muito e nós conseguimos acompanhar. Americanos e canadenses voaram nos nossos dirigíveis e disseram que nós temos uma Ferrari. Eu não vou tão longe assim, temos que manter o pé no chão, mas dos dirigíveis no mundo, o nosso é o mais avançado e posso antecipar que o nosso vai custar ¼  do valor de outros países", acrescentou.

O canadense Barry Prentice disse que o dirigível será usado para transportar minerais (riqueza do Canadá) e no futuro produtos agrícolas do Brasil para o Canadá. Ele antecipou que a BASI tem expectativa grande, tendo em vista que no projeto com a Airship envolve sustentabilidade. "Nós temos tecnologia verde, livre de emissão de carbono, ela pode ser totalmente livre de emissão de carbono. Hoje ela queima apenas uma pequena quantidade de carbono, mas em pouco tempo ela poderá ser uma tecnologia totalmente livre de emissões de carbono. Nossa expectativa é de sucesso e esperamos que  em pouco tempo que possamos ter uma  aeronave capaz de transportar até 15 toneladas ou mais de produtos".

O diretor da Airship Marcelo Augusto de Felippes disse que a empresa tem um plano de negócio que está dentro um plano  estratégico que ultrapassa  10 anos, a primeira fase, e que a empresa tem capacidade para atender a demanda canadense. "Eles querem vários dirigíveis. Temos total capacidade para atendê-los. O dirigível menor já foi testado e já começamos a desenvolver a engenharia do maior".

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