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Campanha Julho Amarelo: Mês da luta contra as hepatites virais

Em São Carlos o Centro de Atendimento de Infecções Crônicas realiza o teste rápido; resultado sai em 15 minutos

09 Jul 2021 - 08h29Por Redação
Em São Carlos o Centro de Atendimento de Infecções Crônicas realiza o teste rápido; resultado sai em 15 minutos - Crédito: DivulgaçãoEm São Carlos o Centro de Atendimento de Infecções Crônicas realiza o teste rápido; resultado sai em 15 minutos - Crédito: Divulgação

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Trata-se de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Em São Carlos, ocorreu 55 casos novos (entre hepatites B e C) em 2020 e de janeiro a 6 de julho de 2021, 30 casos novos. É fácil fazer os testes rápidos para saber se a pessoa é portadora do vírus das Hepatites B e C. “Procure uma unidade de saúde próxima à sua residência ou o Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC), e saiba o resultado após 15 minutos”, orienta Cintia Martins Ruggiero, coordenadora no CAIC do Programa IST/Aids/Hepatites Virais.

O HBV (vírus da hepatite B) pode sobreviver por períodos prolongados fora do corpo (BOND et al., 1981), e tem maior potencial de infecção que os vírus da hepatite C (HCV) e da imunodeficiência humana (HIV), em indivíduos suscetíveis. As principais formas de transmissão são: Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam); na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade); transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993).

Alguns grupos são considerados mais vulneráveis à infecção pelo aumento de sua exposição ao vírus, como trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação de rua.

A hepatite crônica pelo HCV (vírus da hepatite C) é uma doença de caráter silencioso, que evolui sorrateiramente e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. Uma vez estabelecido o diagnóstico de cirrose hepática, o risco anual para o surgimento de carcinoma hepatocelular (CHC) é de 1% a 5% (WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014).

A hepatite C é considerada uma epidemia mundial. No Brasil, um modelo matemático desenvolvido em 2016 estimava que cerca de 657 mil pessoas tinham infecção ativa pelo HCV e, portanto, indicação de tratamento. Entre os anos de 1999 a 2018, foram notificados 359.673 casos de hepatite C no Brasil. A maior parte dos indivíduos infectados pelo HCV desconhece seu diagnóstico.

A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos, sendo mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste do país. Pessoas submetidas a hemodiálise, privados de liberdade, usuários de drogas e pessoas vivendo com HIV são exemplos de populações mais vulneráveis à infecção pelo HCV.

A transmissão do HCV pode acontecer por: contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos); reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os devidos cuidados de biossegurança; uso de sangue e seus derivados contaminados; relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum), transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).

Fique atento: o diagnóstico das hepatites virais é rápido, existe tratamento, a hepatite pode evoluir para câncer de fígado se não tratada, contra a hepatite B tem vacina, gestantes façam o pré-natal já que a hepatite é transmitida de mãe para o feto.

O Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC São Carlos) está localizado na avenida São Carlos, 3.392. Outras informações sobre os testes podem obtidas pelo telefone (16) 3419-8240.

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