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CAASO emite nota de esclarecimento sobre tiroteio na USP

29 Ago 2013 - 11h44
(Foto: Luciano Lopes / SCA) - (Foto: Luciano Lopes / SCA) -

Na manhã desta quinta-feira (29) o Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO) emitiu uma nota de esclarecimento a respeito do ocorrido na noite de ontem no bloco E do alojamento do campus. Um ex-aluno, que no inicio do ano alegou ter sido violentado sexualmente entrou no campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) efetuou vários disparos de arma de fogo em direção ao alojamento e chegou a ameaçar pessoas.

Abaixo a nota de esclarecimento do CAASO na íntegra:

Nota de esclarecimento do CAASO acerca do tiroteio ocorrido no bloco E do alojamento do campus, no dia 28 de Agosto de 2013.

O CAASO vem, por meio desta, esclarecer aos estudantes o ocorrido no bloco E do alojamento do campus nesta quarta-feira (dia 28).

 O ex-estudante do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, Alexandre J.R., no começo do ano alegou ter sido estuprado por 8 alunos no alojamento do Campus da USP São Carlos. Desmentidas as acusações, ele iniciou uma série de ameaças contra alguns estudantes, negando receber tratamento psicológico quando este lhe foi oferecido.

 No dia 28 de agosto, A.J.R. foi ao CDCC, onde ameaçou um aluno com uma faca. O estudante ameaçado fez boletim de ocorrência, e assim emitiu-se um mandado de prisão contra o agressor. Por volta das 19h30, ele entrou armado no alojamento onde agrediu um estudante e disparou três vezes contra outros estudantes, felizmente sem sucesso. A Polícia Militar, que já se encontrava dentro do campus, chegou ao local em poucos minutos, mas A.J.R. não foi encontrado e continua, até o momento, foragido.

 Após perícia, a PM recusou permanecer dentro do campus, embora o risco de uma nova ocorrência ainda persistisse. Por conta disso, foi necessário que a Prefeitura do Campus intervisse diretamente, junto à Diretoria do CAASO, e solicitasse a permanência de uma viatura da PM no Campus para a segurança dos moradores do alojamento, já que Alexandre ainda não foi detido. Por fim, a Polícia Militar, que a princípio mostrou-se indisposta a oferecer seu serviço à Universidade, disponibilizou a viatura solicitada.

 É importante relembrar que este estudante já esteve envolvido em situações de ameaças, contudo a notável morosidade em todo o processo e a falta de acompanhamento psicológico ao ex-aluno agravaram o problema e deixaram os estudantes expostos a graves riscos. Vale também retomar outros episódios recentes ocorridos nesta faculdade, como o caso do estudante que foi esfaqueado, ou os diversos furtos que aconteceram.

 A questão da segurança, portanto, tornou-se parte fundamental da agenda de reivindicações dos estudantes. Como resultado de diversas discussões sobre esta pauta, e mobilização dos estudantes, obtivemos uma vitória: uma comissão de segurança de caráter permanente e paritária foi criada em 2012. Porém, esta comissão não tem se reunido, e nem mesmo implementado as medidas propostas por ela ainda no ano passado. Por este motivo, dentre outras importantes reivindicações, construímos um ato, o "Vamos Parar?", que seria realizado nesta quinta-feira (29/08), agora cancelado em virtude dos fatos. Nesse sentido, o CAASO reafirma seu compromisso de lutar por um plano de segurança alternativo proposto pelos estudantes cuja efetivação urge.

Posto esse cenário, o CAASO, em reunião com o Prefeito do Campus na noite do ocorrido, chegou ao acordo de que se suspendessem as aulas na quinta-feira visando garantir a segurança de toda a comunidade universitária. Até o momento, estas são as informações que se tem sobre a situação. Na quinta-feira e nos próximos dias, os dirigentes da universidade, junto ao Centro Acadêmico, se reunirão para avançar na pauta. 

Mais esclarecimentos serão dados em breve.

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