sábado, 20 de abril de 2024
Mais de 100 demissões

Após demissão em massa, Sindicato dos Metalúrgicos diz que Tecumseh descumpre acordos

18 Jun 2020 - 18h26Por Marcos Escrivani
Após demissão em massa, Sindicato dos Metalúrgicos diz que Tecumseh descumpre acordos - Crédito: Arquivo/SCA Crédito: Arquivo/SCA

Mais de 100 trabalhadores, das plantas 1 e 2 foram demitidos na tarde desta quinta-feira, 18, pela Tecumseh do Brasil. O motivo alegado pela indústria seria a grave crise econômica que afeta o país devido à pandemia da Covid-19.

As informações foram passadas ao São Carlos Agora pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Vanderlei Strano que acusou a indústria de não cumprir acordos pré-estabelecidos com a entidade.

“Fizemos dois acordos com a indústria que era para manter justamente os empregos. Existia inclusive a possibilidade de um terceiro, com mais 330 trabalhadores que teriam seus contratos suspensos temporariamente. Mas a direção desistiu na última hora e cancelaram esta iniciativa. Na oportunidade ficamos até contentes, pois acreditamos que a situação estaria melhorando com novos pedidos”, comentou o sindicalista.

De acordo com Strano, anteriormente a Tecumseh, após acordo fechado com o Sindicato suspendeu os contratos de 530 funcionários por cinco meses (deverão retornar ao trabalho em dezembro) e um segundo acordo reduziu em 25% a jornada de trabalho e os salários de aproximadamente 350 funcionários administrativos.

“Nós, do sindicato, acreditávamos que tudo estaria acordado e que não ocorreria nenhuma demissão”, comentou Strano.

PEGO DE SURPRESA

Porém, às 14h desta quinta-feira, 18, a notícia da demissão, segundo ele, de mais de 100 demissões surpreendeu a todos. “Foi uma atitude unilateral, sem aviso prévio. Na terça-feira (16) nos reunimos com a direção pois havia boatos das demissões. Mas ninguém respondeu aos questionamentos pelo WhatsApp”, assegurou o sindicalista.

CONTRASSENSO

A atitude da Tecumseh, na ótica de Strano, é um contrassenso, pois a indústria, através dos dois acordos já feitos, se comprometeu a manter os postos de trabalhos utilizando inclusive dinheiro do governo.

“Mas a indústria não cumpriu a palavra e fez estas demissões. Há ainda demissões pontuais de aposentados e realizamos uma representação no Ministério Público. Vamos esperar e ver agora o que acontecerá”, comentou.

MANIFESTO E PROTESTO

Diante do atual cenário, Strano afirmou que às 6h30 desta sexta-feira, 19, está marcada uma assembleia na planta 2 com os funcionários para deliberar ações a serem tomadas.

“Vamos fazer um manifesto e um protesto. Existe a perspectiva de novas demissões e a apreensão é grande. Mas o que podemos fazer no momento é isso”, lamentou Strano.

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