terça, 23 de abril de 2024
Cidade

“Albergue Infantil será transferido em janeiro”, diz Altomani

31 Dez 2012 - 12h18

Preocupado em resolver o problema do Albergue Infantil Cláudia Picchi Porto, o prefeito eleito Paulo Altomani (PSDB) visitou na manhã do último sábado (29), as instalações do Centro de Pastoral da Diocese de São Carlos.

Acompanhado do promotor da Vara da Infância e Juventude, Mário José Corrêa de Paula, do padre Márcio André Massola Gaido, da sua esposa Alice Altomani, e dos futuros secretários Wiviane Spaziani Tiberti (Cidadania e Assistência Social), Beatriz Aparecida Tolentino (Infância e Juventude), e Júlio Soldado (Governo), Altomani conheceu o espaço que lhe foi oferecido pelo bispo Dom Paulo Sérgio Machado.

“Viemos com o doutor Mário para fazer uma avaliação e aprovamos o espaço. Agora só vamos acertar os detalhes burocráticos para efetuarmos as reformas de adequação do prédio às crianças”, contou o prefeito eleito. “Vamos ver se já conseguimos mudar logo em janeiro para cá”, completou.

Altomani fez questão de falar sobre as condições atuais do abrigo. “As crianças parecem que vivem dentro de uma gaiola, numa instalação improvisada há muitos anos atrás do SAAE, sem as mínimas condições de estarem naquele ambiente”, disse. “Aqui teremos jardins, vamos instalar playgrounds, dando todo o conforto para que essas crianças que já enfrentam problemas familiares, não sofram um segundo impacto, e passem a morar em um ambiente totalmente satisfatório”.

O prefeito eleito fez questão de lembrar que seria difícil encontrar local melhor. “Esse prédio está localizado entre uma igreja e o seminário sacerdotal, então, essas crianças terão a oportunidade de frequentar missas, fazer a primeira comunhão, tendo catequese com pessoas da própria igreja, enfim, vai melhorar muito a vida delas”, disse. “Para nós, sem dúvida, isso foi um presente de Deus no começo de mandato”.

Altomani ressalta que com essa conquista, a prefeitura vai zerar um passível que tem com a promotoria da Infância e Juventude de São Carlos, que ingressou com uma Ação Cível Publica contra a Prefeitura Municipal, em razão das más condições materiais do Albergue Infantil, Cláudia Picchi Porto.

O promotor Mario de Paula enfatizou que o prédio é totalmente adequado para receber o albergue. “Felizmente, estamos tendo todo o apoio e sensibilidade do prefeito eleito Paulo Altomani e a Cúria Diocesana também se mostrou bastante compassiva fornecendo um prédio fantástico para nós”. Ele ainda ressaltou que esse pedido era bastante antigo, porém, infelizmente, a promotoria tinha as portas da administração municipal fechadas para resolver o problema. “Faltou vontade de resolver o problema daquelas crianças que, realmente, estão precisando de um local decente para ficar”, afirmou.

O padre Márcio fez questão de agradecer ao bispo Dom Paulo pela sensibilidade em atender ao pedido de Altomani e relatou que para a igreja é uma alegria poder concretizar o evangelho. “Deixai vir a mim os pequeninos. Tenho certeza que as famílias dessas crianças irão ganhar um grande presente no inicio desse ano. Só tenho que parabenizar o nosso prefeito eleito pela conquista”, contou.

Em seguida, Altomani aproveitou para visitar as crianças e os funcionários, onde anunciou a conquista do novo prédio.

 

A AÇÃO – Em setembro de 2012, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Carlos ingressou com uma Ação Cível Publica contra a Prefeitura Municipal de São Carlos, em razão das más condições materiais do Albergue Infantil, Cláudia Picchi Porto, alegando que o local apresentava inúmeras irregularidades, entre elas quartos utilizados muito acima da capacidade, falta de isolamento acústico, ventilação inadequada, ausências de separação de idade nos quartos, ausência de espaços individuais, precariedade total das salas de atendimento e atividades, berçário superlotado, paredes danificadas, móveis em estado precários e superlotação de sua capacidade.

De acordo com o apurado, em julho, o Poder Judiciário pediu informações a Prefeitura de São Carlos sobre as condições do Albergue Infantil, porém, a administração petista negou-se a prestar qualquer informação, preferindo-se manter-se calada até o ingresso da ação pública. Várias reuniões foram feitas com a Secretaria Municipal da Promoção Social, sendo proposto pela promotoria a assinatura de um termo de ajuste de conduta, fixando prazo razoável para a prefeitura adequar o abrigo, à regulamentação para equipamentos de abrigo, mas não houve resposta.

Diante do descaso da Prefeitura, com aquelas crianças abrigadas, não houve outro recurso senão o ingresso da Ação Cível Pública. A ação diz que a situação é triste e que a Prefeitura de São Carlos se comporta como quem varreu o lixo para debaixo do tapete, e aparentemente o lixo, para ela, são aquelas vinte e oito crianças. “Onde está a “cidade moderna e humana” que é slogan da administração?”, questionou o Ministério Público.

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