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quinta, 19 de junho de 2025
Sangue no asfalto

Acidentes de trânsito matam 315 pessoas em São Carlos nos últimos 10 anos

Os menores números foram registrados em 2016 e 2020, quando 26 pessoas perderam a vida nesta modalidade de sinistro

17 Mai 2025 - 08h05Por Marco Rogério
Maioria dos acidentes com morte envolvem motociclistas - Crédito: arquivoMaioria dos acidentes com morte envolvem motociclistas - Crédito: arquivo

Um total de 315 pessoas morreram em São Carlos entre 2015 e 2024 após acidentes de trânsito. O maior número de óbitos neste tipo de ocorrência foi registrado em 2015, com 45 mortes. Os menores números foram registrados em 2016 e 2020, quando 26 pessoas perderam a vida em casa ano. Mesmo assim, os dados revelam mais de duas mortes por mês. Os dados são do InfoSiga, do DETRAN SP. 

O maior número de vítimas fatais, 84%, são homens. As mulheres representam apenas 16% das vítimas. Deste total, 39 vítimas tinham entre 20 e 24 anos, sendo que estes, 33 eram homens e 6 eram mulheres. Outras 31 vítimas tinham entre 30 e 34 anos, sendo 27 homens e 4 mulheres. 
A terceira faixa etária com mais vítimas é a de 35 a 39 anos, com 30 mortes. Deste total, 27 eram homens e apenas 3 eram mulheres. Com idade entre 25 a 29 anos, 28 pessoas morreram em ocorrências de tráfego. Deste oral, 20 eram homens e 8 eram mulheres. 
Assim, concluímos que 128 das vítimas fatais de acidentes de trânsito em São Carlos nestes dez anos tinham entre 20 e 39 anos. 

VEÍCULOS – Um total de 29% das vítimas fatais de acidentes estavam em motocicletas. Outros 20% eram pedestres que foram atropelados. Um total de 19% das vítimas que perderam a vida estavam em automóveis. Um total de 8% das vítimas estavam de bicicleta, 4% constam como “não definido” e somente 3% das vítimas fatais de acidentes de trânsito estavam em caminhões. 
Com relação aos tipos de acidentes, a grande maioria dos acidentes fatais com motos registram “colisões”, os de pedestre foram “atropelamentos” e os envolvendo automóveis foram “colisões e choques”. 

EDUCAÇÃO, PUNIÇÃO E ENGENHARIA - O professor do Departamento de Transporte e Trânsito da USP de São Carlos, Antonio Clóvis Pinto Ferraz, o Coca, ex-secretário de Trânsito de São Carlos e Araraquara, afirma que os números dos acidentes de São Carlos são muito elevados. “A situação do Brasil se reflete na região. Outros países em desenvolvimento têm números parecidos e isso preocupa até a ONU em nível mundial”.
Para Coca, o caminho para um trânsito mais seguro é investir muito em educação para o trânsito com gestão apropriada e eficaz, voltada para motociclistas, motoristas, ciclistas, pedestres e etc, começando nas escolas e campanhas permanentes de conscientização. “O segundo ponto é o esforço legal, com fiscalização constante. Se o ser humano não for cobrado e fiscalizado ele relaxa na conduta. Outro ponto importante é a punição dos infratores”.

O especialista destaca que outro ponto relevante é a engenharia com vias mais seguras. “Temos que criar uma cultura de paz no trânsito com respeito às regras que existem. Educação, punição e obras adequadas são o caminho para reduzirmos estes números preocupantes”, afirma Coca. 

Coca Ferraz, especialista em trânsito
Coca Ferraz, especialista em trânsito

TRÁGICA REALIDADE - Para o presidente da AEASC (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de São Carlos), Laert Rigo, As mortes no trânsito são uma trágica realidade que pode ser evitada. A maioria desses acidentes, segundo ele, está diretamente relacionada ao desrespeito às leis de trânsito e à imprudência de algum dos envolvidos. “É fundamental que as leis de trânsito sejam obedecidas, pois elas são criadas para salvar vidas. No entanto, é necessário ir além da simples obediência às leis”, afirma Rigo.

Uma abordagem mais eficaz, de acordo com Rigo, envolve uma combinação de educação, conscientização e fiscalização. “Campanhas de educação de trânsito e conscientização dos riscos à vida que a má condução pode trazer são essenciais para mudar o comportamento dos motoristas”, ressalta. 
Além disso, segundo ele, é fundamental aumentar a fiscalização, utilizando tecnologias avançadas, como câmeras de monitoramento e radares, além da presença física de agentes fiscalizadores.

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