quinta, 28 de março de 2024
Teorias e conceitos

A ciência resiste no festival Pint of Science

07 Mai 2019 - 13h20Por Denise Casatti
A ciência resiste no festival Pint of Science - Crédito: Nilton Junior/ArtyPhoto Crédito: Nilton Junior/ArtyPhoto

A ciência é construída a partir do acúmulo de uma série de conhecimentos que a humanidade reúne ao longo do tempo em um processo contínuo sem fim. Há indícios de que, desde que a vida humana surgiu no planeta, já praticávamos a arte de compartilhar conhecimentos e experiências. Mas se antes o diálogo se dava no escuro das cavernas, agora temos a oportunidade de realizar esse ritual em espaços mais agradáveis. Levar os pesquisadores a compartilharem seus conhecimentos e experiências diretamente com o público em bares, restaurantes e espaços fora das universidades é exatamente o que propõe o festival de divulgação científica Pint of Science.

Esta é a quinta vez que São Carlos, no interior de São Paulo, participa da iniciativa. Sob a coordenação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, os bate-papos científicos acontecerão nas noites de 20, 21 e 22 de maio, em sintonia simultânea com outras 86 idades brasileiras e com locais espalhados pelo mundo em 24 países.

As contribuições que Einstein, Freud e tantos outros cientistas do passado e do presente podem oferecer à humanidade estão entre os temas que serão debatidos em três locais que sediarão a iniciativa em São Carlos: dois bares – La Casa Conveniência e Mandala – e o espaço de inovação ONOVOLAB. Cada espaço vai abrigar um bate-papo por noite, a partir das 19h30, totalizando nove oportunidades para quem quer compreender melhor como se faz ciência no Brasil.

Os títulos da maioria dos bate-papos têm um viés divertido, já que a ideia do festival é abordar pesquisas das mais diversas áreas do conhecimento de um jeito descontraído. Na segunda, as atrações são O matemágico de 0s; Einstein não morreu: do eclipse ao buraco negro; e A ciência em campo: na vibe das AgriTechs. Já a terça é destinada a falar sobre O mito da criatividade: nem Freud explica; A tabelinha que deu certo; e Encontro marcado: como lidar com a morte. Finalmente, para encerrar as atividades, entram em cena Apertem os cintos, o cientista de dados sumiu; No meio do caminho tinha uma pegada fóssil; e Quando o ensino vai para o espaço. Para conferir a programação completa do evento, saber o que será discutido em cada bate-papo e conhecer os convidados, basta acessar o site https://pintofscience.com.br/events/saocarlos.

Durante o festival, os pesquisadores vão conversar diretamente com o público e responder perguntas. Não há formalidades como inscrição ou emissão de certificados. Também não é preciso pagar entrada, apenas o que for consumido nos estabelecimentos que sediam o evento. “Realizar uma iniciativa de divulgação científica em um local menos formal do que o meio acadêmico é de extrema importância por dois motivos principais. O primeiro deles é desmistificar a figura dos cientistas, mostrando que são pessoas de carne e osso, que trabalham para gerar conhecimento e formar recursos humanos”, explica o coordenador do Pint of Science em São Carlos, professor Moacir Ponti, que preside a Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC. Ele continua: “O segundo objetivo do Pint é mostrar à sociedade os conhecimentos que são gerados dentro das universidades e dos centros de pesquisa e como isso impacta a vida das pessoas.”

Para o professor, o Pint of Science contribui para evidenciar como as ciências básicas e as aplicadas podem contribuir para aprimorar a qualidade de vida da sociedade e para a construção de uma sociedade melhor. “Os motivos que atestam a importância do festival vão ao encontro de uma necessidade urgente da sociedade brasileira em conhecer quais seriam os impactos de uma redução nos investimentos no ensino superior e na pesquisa científica”, finaliza Moacir.

Em São Carlos, o evento conta com o patrocínio da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UFSCar (FAI.UFSCar), da Tokenlab e do Kamzoo Cookie Shop. Além disso, a iniciativa tem o apoio de mais quatro empresas (Raccoon, Birdie, Cia Peculiar e Folhetos & Cia), da Embrapa Pecuária Sudeste, da Embrapa Instrumentação e de dois centros de pesquisa vinculados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) e o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Certev).

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