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Governo anuncia trégua, mas fim da greve de caminhoneiros é dúvida

25 Mai 2018 - 08h36
Governo anuncia trégua, mas fim da greve de caminhoneiros é dúvida -

Na noite desta quinta-feira, ministros do governo Temer anunciaram ter chegado a um acordo com representantes dos caminhoneiros para suspender as manifestações e greves por 15 dias. No entanto, na manhã desta sexta-feira 14 estados e o Distrito Federal ainda registravam protestos, portanto, já é o quinto dia de paralisação, causando problemas de desabastecimento de combustíveis e de alimentos.

O ACORDO

O acordo foi assinado por algumas entidades representativas, incluindo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). No entanto, outros grupos, como a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) e a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) rejeitaram a proposta.

Na reunião, além de se comprometer a zerar a Cide sobre o diesel – medida já anunciada na terça – o governo disse que vai ressarcir a Petrobras para que a estatal estenda por um mês o desconto de 10% sobre o preço do diesel na refinaria. No entanto, o acordo para a trégua deixou de fora a isenção do PIS/Cofins sobre o óleo diesel, principal reivindicação da categoria.

CAMINHONEIROS NÃO ACEITAM

Caminhoneiros autônomos parados nas rodovias disseram, após a divulgação do acordo, que não acabarão com a greve.

“Os supostos sindicatos que estão negociando não representam os caminhoneiros que estão na rua”, disse o motorista Aguinaldo José de Oliveira, 40, que trabalha com transportes há 22 anos e para quem o movimento não tem um líder.

“São uns aproveitadores que não falaram com a gente antes da greve e chegaram agora, quando já estava tudo parado”, afirma o caminhoneiro que está parado na av. Anhaguera, Campinas. “Estou em mais de 30 grupos de WhatsApp e em nenhum aceitaram esse acordo.”

Segundo ele, os caminhoneiros pretendem manter a paralisação porque o acordo não atinge as suas principais reivindicações. “São 14 itens que a gente nem conhece. O principal é a redução do diesel, mas não essa esmola temporária de 15 centavos.”

Outro caminhoneiro de 48 anos, parado em Campina Grande, na Paraíba e que preferiu não se identificar, concordou que o acordo não representa os trabalhadores autônomos.

“Nenhum caminhoneiro vai aceitar esse acordo. O Brasil vende diesel para a Bolívia a R$ 1,80 e a gasolina a R$ 2,50. Por que não pode vender aqui também?”, questionou.

E reclamou de outros pontos que não apareceram no acordo. “Por que só caminhoneiros têm que usar tacógrafo e fazer exames toxicológicos?”. Para ele, ou todos os motoristas deveriam ser obrigados a cumprir tais exigências ou que nenhum fosse.

“Pagamos R$ 400 para um exame toxicológico, IPVA, diesel caro e ainda temos que pagar pedágio”, disse. “Não está faltando nem comida, nem bebida para gente, vamos continuar nas estradas”, afirmou o caminhoneiro. (Com informações da Folhapress)

 

 

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