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Dólar fecha janeiro em queda de 3%, a R$ 3,15

31 Jan 2017 - 17h41Por Claudia Violante/Reuters
Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas - Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas -

O dólar subiu quase 1 por cento ante o real no último pregão de janeiro, para o nível de 3,15 reais, após o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sinalizar que pode rolar apenas parcialmente ou simplesmente não rolar os contratos de swap cambial que vencem em março.

O dólar subiu 0,75 por cento e fechou a 3,1510 reais na venda. Mas no mês de janeiro, a moeda norte-americana acumulou queda de 3,04 por cento. Foi o segundo mês consecutivo de recuo moeda norte-americana, após queda de 4,06 por cento de seu valor.

Na mínima da sessão, a moeda marcou 3,1022 reais e, na máxima, 3,1575 reais. O dólar futuro tinha variação positiva de 0,68 por cento.

"Se o BC não rolar integralmente, os investidores terão que analisar o que farão com a posição aberta que resta, podendo ir a mercado zerar essa posição e gerar pressão compradora de dólar", explicou um operador de câmbio de uma corretora nacional. "A fala acendeu a luz amarela dos investidores."

Em evento em São Paulo, o presidente do BC afirmou que a autoridade pode rolar os estoques de swaps cambiais tradicionais -equivalentes à venda de dólar - que vencem em março parcialmente ou não rolá-los. Dados do site da instituição mostram que os contratos que vencerão em março somam 6,954 bilhões de dólares.

Ele afirmou ainda que a redução no estoque de swaps cambias traz mais conforto para o BC, mas que "isso não significa que não podemos voltar a diminuir os estoques" no futuro.

"A fala de Ilan deu sustentação às cotações. Acho que a intenção do BC é não deixar o dólar cair muito para não prejudicar o setor exportador", comentou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.

Além de Ilan, o dólar também ganhou mais força de alta após a formação da taxa Ptax de final de mês, no começo da tarde.

A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais.

Foi durante a tarde que o BC também fez leilão de linha - venda com compromisso de recompra - para rolagem parcial do vencimento de 1,8 bilhão de dólares de fevereiro. O leilão teve oferta de até 1 bilhão de dólares.

No começo do dia, a moeda operou em queda, na casa de 3,10 reais, influenciada pela formação da Ptax, pelo ingresso de recursos e pela expectativa de mais fluxo.

O recuo da moeda norte-americana ante uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes como os pesos mexicano e chileno também favoreceu esse comportamento em parte do dia.

Profissionais comentaram que a trajetória firme de baixa do dólar em janeiro, quando chegou a operar na casa de 3,10 reais, pode ter algum sobressalto em fevereiro.

Isso por causa da escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), da expectativa com uma delação do empresário Eike Batista e também com a cautela com medidas a serem adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O substituto de Teori Zavascki na relatoria no STF deverá acontecer nesta quarta-feira.

Os especialistas ponderaram, no entanto, que o BC brasileiro estará atento e vai utilizar seus instrumentos da melhor forma possível para diluir esses repiques no câmbio.

"BC mostrou que vai se manter preparado para evitar volatilidade muito elevada e pode continuar rolando os swaps se assim julgar necessário", concluiu o trader da Ourominas Corretora Mauricio Gaioti.

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