terça, 16 de abril de 2024
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Zika Vírus

28 Fev 2019 - 06h50Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Zika Vírus -

Zika Vírus é um vírus transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti (mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya). O vírus Zika teve sua primeira aparição registrada em 1947, quando foi encontrado em macacos da Floresta Zika, em Uganda, somente em 1954 os primeiros casos em seres humanos foram relatados, na Nigéria, atingiu a Oceania em 2007 e a Polinésia Francesa no ano de 2013, e no Brasil notificou os primeiros casos de Zika vírus em 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia.

Zika virus é um tipo de vírus que pode ser transmitido aos humanos por insetos, mosquitos e carrapatos, nos quais ocorre parte de seu processo de replicação, pertence à família Flaviviridae, a mesma dos vírus da dengue e da febre amarela, e foi isolado, pela primeira vez em 1947, em macacos na Floresta de Zika, em Uganda, na África.

Anos mais tarde, o vírus zika foi identificado em humanos, na Nigéria. Depois, há notícias de sua presença em diversas regiões da África, no leste asiático, na Oceania e, mais recentemente na Ilha de Páscoa, no Chile, assim como na Colômbia, Paraguai, México e Venezuela.

É bem possível que o Zika virus tenha entrado no Brasil trazido por turistas que vieram assistir à Copa do Mundo de Futebol, em 2014, outra hipótese é que tenha sido trazido pelos atletas da Polinésia Francesa, que participaram de uma competição de remo no Rio de Janeiro, é fato que o Zika virus só foi identificado no nosso país em abril de 2015, por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. Em pouco tempo, ele se dispersou por 18 estados do País, levado pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que serve de vetor para os vírus da dengue, da febre chikungunya (que pertence a outra família viral) e da febre amarela.

Normalmente a transmissão do Zika vírus ocorre através da picada do Aedes Aegypti, mas já existem casos de pessoas que contaminaram outras através do contato sexual sem camisinha. Uma das maiores complicações desta doença ocorre quando a gestante é contaminada com o vírus, o que pode causar microcefalia, uma grave doença neurológica em seu bebê, após se alimentar com sangue de alguém contaminado, pode transportar o Zika Vírus durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele.

O ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água, ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana, após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias, uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o Zika vírus causar sintomas.

A infecção por zika vírus é transmitida para uma pessoa sadia pela picada da fêmea infectada do Aedes aegypti, que necessita de proteína do sangue para o amadurecimento de seus ovos. O vírus já foi identificado no sangue, no leite materno, no sêmen, na urina e na saliva das pessoas infectadas, a atenção das autoridades sanitárias está voltada para o risco de transmissão por transfusão de sangue e relações sexuais, uma vez  já está provado que o Zika vírus permanece no corpo da pessoa mesmo depois que os sintomas da doença desapareceram.

Os sinais de infecção pelo Zika vírus são parecidos com os sintomas de dengue, e começam de 3 a 12 dias após a picada do mosquito. A maior parte dos indivíduos, cerca de 80 %, após se infectar não desenvolverá qualquer sintoma da doença, os sintomas de Zika Vírus, quando presentes, costumam ter duração de cerca de 2 a 7 dias, em geral dez dias depois da picada, podem ser semelhantes aos da dengue, porém tão menos agressivos que chegam a ser confundidos com os sintomas de uma virose banal e passageira, como desaparecem espontaneamente depois de três a sete dias, na maioria dos casos, as pessoas nem chegam a procurar assistência médica e não recebem o diagnóstico da doença.

Por isso, é preciso estar atento aos seguintes sintomas que fazem parte do quadro típico da infecção pelo Zika vírus.

Os sintomas são Febre baixa (entre 37,8° e 38,5°C), Dor nas articulações (artralgia), mais freqüentemente nas articulações das mãos e pés, com possível inchaço, Dor muscular (mialgia), Dor de cabeça e atrás dos olhos, Erupções cutâneas, acompanhadas de coceira. Podem afetar o rosto, o tronco e alcançar membros periféricos, como mãos e pés, Conjuntivite um quadro de vermelhidão e inchaço nos olhos, mas em que não ocorre secreção.

Sintomas mais raros de infecção pelo Zika vírus incluem, Dor abdominal, Diarréia, Constipação, Fotofobia, Pequenas úlceras na mucosa oral.

O diagnóstico da infecção pelo Zika vírus pode ser feito apenas através dos sinais e sintomas em regiões onde sabidamente há circulação da doença e/ou por exames laboratoriais específicos. O diagnóstico é basicamente clínico, o médico leva em conta os sintomas e o histórico do doente.

Os exames laboratoriais atualmente estão mais disponíveis, e são basicamente de 3 tipos, Isolamento viral: técnica complexa, normalmente restrita a laboratórios de pesquisa, RT-PCR: detecção do material genético do vírus, usualmente realizada nos primeiros dias de doença, Sorologia: com vários métodos disponíveis, podendo ser realizada mesmo depois do RT-PCR ter se tornado negativo.

Em junho de 2016, a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS estabeleceu a inclusão extraordinária de testes para Zika para gestantes, bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como para os recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção pelo Zika no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Na prática isto estabelece a cobertura obrigatória desses exames pelos planos de saúde para os seus segurados, respeitadas as indicações mencionadas acima.

O tratamento para o Zika vírus é sintomático. Isso que dizer quer não há tratamento específico para a doença, só para alívio dos sintomas, para limitar a transmissão do vírus, os pacientes devem ser mantidos protegidos das picadas dos mosquitos transmissores, evitando assim que os insetos se contaminem e possam transmitir a doença para outras pessoas. Para isso, recomenda-se o uso de mosquiteiros, repelentes e demais medidas preventivas durante a fase de viremia período em que há circulação do vírus na corrente sanguínea que costuma durar cerca de 6 dias a partir do início dos sintomas.

Pacientes afetados com Zika Vírus podem usar medicamentos e analgésicos, os medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada devem ser evitados. Eles podem aumentar o risco de sangramentos. Antiinflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também devem ser evitados.

O paracetamol e a dipirona são os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas de dor e febre devido ao seu perfil de segurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da Saúde, como pela Organização Mundial da Saúde, é importante ainda ingerir muito líquido para evitar a desidratação. Os sintomas regridem espontaneamente após 4-7 dias. Na persistência dos sintomas por períodos mais longos, volte ao médico para investigar outras doenças ou complicações.

O importante durante a vigência da infecção é permanecer em casa, em repouso, redobrar os cuidados com a hidratação e ingerir uma alimentação saudável e balanceada. O mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor do vírus e suas larvas nascem e se criam em água parada, evitar esses focos da reprodução desse vetor é a melhor forma de se prevenir contra o Zika vírus.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia, atua em São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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