quarta, 24 de abril de 2024
Artigo Rui Sintra

Precisa-se de coveiros em São Carlos

16 Fev 2019 - 06h50Por (*) Rui Sintra
Precisa-se de coveiros em São Carlos -

O recente episódio registrado no passado dia 12 do corrente mês no Cemitério Santo Antônio de Pádua, na Vila Prado, em nossa cidade, quando uma família teve que terminar o enterro de um ente querido devido ao fato de o funcionário encarregado de jogar terra sobre o túmulo estar de folga, independente de estarem presentes outros dois coveiros, mas cujas suas atribuições alegadamente não compreendiam “jogar terra” para terminar um serviço que merece o maior respeito, mostra o lastimável ponto a que chegaram os serviços públicos de São Carlos, não só por parte de quem os executa, como, também, de quem os coordena e fiscaliza. Quer então dizer que os outros coveiros presentes no sepultamento não podiam jogar terra para terminar o sepultamento, porque não era sua atribuição???? Quer dizer que no seu contrato de trabalho ou na CLT do funcionário que estava de folga está explicitamente dizendo que a função dele é apenas jogar terra?

Entendi!... Vai ver que um profissional da CPFL de São Carlos quando precisa colocar uma lâmpada num poste da via pública, precisa ser içado por uma meia dúzia de colegas que têm como missão rodá-lo, já que possivelmente sua função é apenas encostar a lâmpada no bocal, mas não enroscá-la. E em relação ao triste acontecimento ocorrido no cemitério, o poder público argumentou (segundo se sabe) que vai contratar mais coveiros: vai ver que é para distribuir melhor o trabalho, do tipo: um apenas carrega as flores, outro só terá a missão de entregar a pá para o companheiro jogar terra, ou outro que apenas terá a incumbência de dirigir o carrinho de mão – vazio -, porque terá outro profissional para dirigir o mesmo carrinho carregado de terra.

De fato, não são os funcionários do Cemitério Santo Antônio de Pádua que têm culpa: quem tem culpa é quem admite um absurdo desses e não toma providências perante uma família enlutada e, nesse caso, ofendida. Em última instância, nós próprios temos culpa porque não agimos no momento certo.

(*) O autor é Jornalista profissional / Membro da GNS Press Association (Alemanha) / Correspondente internacional freelancer.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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