Entenda os desajustes nas profundezas do ouvido por trás da sensação de vertigem e enjôo.
A labirintite é uma doença do ouvido que afeta o labirinto e suas estruturas responsáveis pela audição (cóclea) e pelo equilíbrio (vestíbulo). As pessoas costumam chamar qualquer distúrbio na região do ouvido interno de labirintite.
Para entender melhor o que é labirintite, uma doença que pode comprometer o equilíbrio, é preciso conhecer um pouco a anatomia da orelha interna, que fica atrás da membrana do tímpano. Ele é constituído pela cóclea, uma estrutura enovelada semelhante a um caracol, que contém as terminações do nervo auditivo, e por três canais semicirculares, logo abaixo deles está o vestíbulo, os órgãos responsáveis pelo equilíbrio e pela audição estão situados dentro da orelha interna e se comunicam com o sistema nervoso central através dos nervos da audição e do nervo vestibular.
A labirintite é uma doença que pode acometer tanto o equilíbrio quanto a parte auditiva. Todas as células que revestem essas estruturas têm a capacidade de receber as ondas sonoras que fazem vibrar o tímpano e, identificando-as, transformá-las em estímulo nervoso, ou seja, num sinal elétrico que, através do nervo auditivo, alcança o cérebro onde são decodificados os impulsos recebidos, quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas podem provocar os sintomas próprios da labirintite.
A pessoa consegue manter o equilíbrio, porque seu cérebro processa um conjunto de informações que recebe para definir qual é a posição do seu corpo no espaço. São informações táteis percebidas pela pele, que chegam através dos músculos e articulações, informações óticas (por isso, quando fechamos os olhos, podemos perder a noção do equilíbrio) e as informações auditivas que vêm através dos sons.
A labirintite tem várias possíveis causas, inclusive a alimentação, as causas da labirintite ainda não são claras. Mas sabe-se, porém, que infecções e inflamações sejam as principais causas para a doença, como a otite média e o resfriado, outros fatores, ainda que com menos freqüência, também podem provocar labirintite, a exemplo de tumores, doenças neurológicas, compressões mecânicas, alterações genéticas, alergias e o uso de medicamentos perigosos para a saúde do ouvido interno.
Além das situações acima, outras condições abrem alas à labirintite.
Restrição de sangue: Alterações posturais e doenças que prejudicam o fluxo sanguíneo, como deposições de placas nas artérias afetam o labirinto.
Ataque químico: Diabetes descontrolado e uso inadequado de certos remédios podem irritar a pequena estrutura, o que resulta em zonzeira.
Enxaqueca: Pessoas com esse tipo de dor de cabeça são mais expostas à vertigem rotatória, sensação de que tudo está girando.
Virais: ou seja, oriundas de infecções por vírus na boca, nariz e vias aéreas.
Bacterianas: invasão de uma bactéria no labirinto, muitas vezes ligada à meningite.
Emocionais: causada pelo estresse.
Fatores considerados de risco aumentam as chances de uma pessoa desenvolver labirintite: Ter idade acima dos 40 ou 50 anos, Hipoglicemia, Colesterol alto, Hipertensão, Triglicérides, Consumo exacerbado de álcool, Tabagismo, Consumir café em excesso, Uso de medicamentos, como alguns antibióticos, anti-inflamatórios e remédios para estresse e ansiedade, Altas taxas de ácido úrico, Má alimentação, Jejum prolongado, Consumir açúcar em excesso.
O principal sintoma da labirintite é a vertigem, em que a pessoa sente que tudo ao seu redor está girando. Muitas vezes ela pode vir acompanhada de outros sintomas, como: Tontura, Náuseas e vômito, Sudorese, Alterações gastrintestinais, Perda de audição, Desequilíbrio, Zumbidos no ouvido, Audição diminuída, Queda de cabelo.
Sintomas como tonturas, dificuldade de equilíbrio e zumbido que surgem de repente merecem uma visita ao médico para entender a questão, os médicos que podem diagnosticar Labirintite são o Clínico geral e o Otorrinolaringologista.
Os tratamentos variam desde medicamentos que sedam o labirinto que costumam ser a primeira opção, mas existem outras possibilidades como a Fisioterapia vestibular, exercícios ensinam o sistema nervoso a compensar os problemas lá no labirinto e fonoaudiólogo em que são estimulados todos os componentes do equilíbrio.
Os sintomas graves da labirintite normalmente desaparecem em uma semana. A maioria dos pacientes melhora totalmente de dois a três meses, a tontura contínua tende a durar mais em pacientes com mais idade.
A audição normalmente volta ao normal. Em alguns casos, porém, a perda auditiva pode ser permanente.
Acreditava-se que labirintite não tinha cura. Hoje, sabe-se que permanecer na ativa pode ajudar o paciente a melhorar, mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir as crises de labirintite e com todas essas informações as pessoas acometidas por labirintite podem ter uma ótima qualidade de vida !!!
O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Atua em São Carlos.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.