quinta, 28 de março de 2024
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Esgotamento Psicológico

17 Set 2018 - 07h00Por (*) Bianca Gianlorenço
Esgotamento Psicológico -

Há momento em que desmoronamos. Ficamos disponíveis por muito tempo, assumimos muitas responsabilidades. Quando há muitos “demais” em nossas vidas o esgotamento psicológico torna-se “normal”.

O esgotamento psicológico é geralmente um processo lento que não percebemos. O problema é que explode em situações “sem importância” as quais, em outras circunstâncias, nem daríamos importância. A gota d´água pode ser qualquer coisa que nos impeça de avançar. Então, despencamos.

É um estado de muito cansaço mental e emocional, diversas vezes acompanhado de falta de força física. Este estado de desgaste extremo é causado por excesso de recursos emocionais e cognitivos exigidos. Em outras palavras: Deixamos de dar conta de nós mesmos. É como uma sensação de “preguiça” ou “inércia” física e mental, um “peso” carregado no dia a dia.

As causas da exaustão psicológica são variáveis, mas aparece como resultado de uma entrega excessiva, seja no trabalho, aos outros, a um grande projeto. Mas também pode aparecer em situações cotidianas, tarefas rotineiras.

Na prática, é como se fizéssemos saques no nosso caixa emocional e não nos preocupássemos em obter alguma renda. Não descansamos o suficiente, dedicamos pouco tempo a nós mesmos.

Há também casos em que o cansaço mental é efeito de muitas mudanças, até mesmo positivas, em pouco tempo. Quando tudo acontece muito rápido, perdemos a habilidade de gerenciar e nos sentimos sobrecarregados. É quando a gente sente que tem tudo o que quer, mas na nossa cabeça parece ter um sensor avisando de que algo está errado.

Sintomas mais frequentes:

Perda de energia. A sensação de exaustão geralmente se reflete primeiro fisicamente, por conta disso é normal que você se sinta sem disposição para levantar de manhã, parece que ao abrir os olhos é difícil ter coragem para o encarar o dia.

Irritabilidade. Um dos sintomas mais óbvios do esgotamento é o nervosismo, irritabilidade, hipersensibilidade, porque você perde o autocontrole. Simultaneamente, passa a interpretar situações comuns como se fossem ameaças, o que faz você ficar na defensiva.

Insônia. É comum não conseguir dormir por conta de problemas mal resolvidos, e também que problemas sejam mal resolvidos por conta de noites ruins de sono. Um ciclo se forma.

 Anedonia.  Você se torna incapaz de desfrutar das coisas que gostava de fazer. É como se você estivesse num limbo, flutuando, distante da realidade.

Perda de Motivação. Quando você está esgotado psicologicamente, é comum aparecerem sentimentos de desencanto, desespero, apatia.

Falhas de atenção. Atenção é um dos primeiros processos psicológicos afetados pelo esgotamento. É provável esquecer mensagens, onde deixou algo importante. Isso acontece porque sua mente está saturada demais para continuar processando informações.

Pensamento Lento. O esgotamento afeta brutalmente a sua capacidade de raciocínio. Aquilo que antes era uma moleza de fazer, passa a ser difícil porque seus processos cognitivos estão travando.

Todos nós podemos nos esgotar psicologicamente, especialmente quando passamos por situações muito estressantes. Mas existem características de personalidade que tornam alguns mais vulneráveis que outros, como os perfeccionistas, pessoas com dificuldade para compartilhar tarefas, aqueles que possuem hipersensibilidade emocional e os chamados “mãos para toda obra” que se tornam incapazes de relaxar de seus afazeres. 

Todos devem encontrar seu próprio remédio para seu esgotamento, o que significa que você deve detectar o que está te deixando assim. Lembre que há momentos que uma simples mudança de perspectiva já altera as coisas significativamente.

No entanto, aqui estão algumas dicas para lidar com o esgotamento mental:

  • Faça terapia!
  • Descanse! 
  • Reveja as prioridades. 
  • Seja menos exigente consigo mesmo. 
  • Seja mais compassivo. 

(*) A autora é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista. CRP:06/113629, especialista em Psicologia Clínica Psicanalítica pela Universidade Salesianos de São Paulo e Psicanalista. Atua como psicóloga clínica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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