quinta, 18 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Escoliose do Adulto

09 Mai 2018 - 07h03Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Escoliose do Adulto -

O termo escoliose quer dizer curvatura, no caso, aplicado à coluna vertebral. Essa doença caracteriza-se por uma curvatura em “S” ou em “C” quando vista de frente ou de costas, que pode ser medida em graus. Sua causa não é bem definida, mas já se sabe que componentes do disco intervertebral, grupos musculares, além de fatores genéticos e degenerativos estão envolvidos.

Os discos intervertebrais servem como amortecedores entre as vértebras, sustentando e controlando os movimentos da coluna, juntamente com as facetas articulares. O desgaste dessas estruturas leva a uma instabilidade focal ou global da coluna, o que pode gerar a curvatura da escoliose, os discos intervertebrais perdem a irrigação sanguínea normal, e quando doentes ficam desidratados e rígidos, a degeneração do tecido leva ao rompimento do anel fibroso, formando protrusões e hérnias de disco (hérnia discal ou protrusão discal), freqüentemente há o fechamento (estenose) dos forames de conjugação por onde passam as raízes dos nervos, levando a dores irradiadas para os membros inferiores (dor ciática).

Juntamente com a escoliose degenerativa são observados outros eventos concomitantes, como perda da lordose (retificação da lordose lombar), rotação axial, listese lateral, espondilolistese, claudicação intermitente (dificuldade em caminhar curtas distâncias), hipertrofia das facetas e estreitamento do canal vertebral. Na escoliose degenerativa, a curvatura da coluna vertebral se inicia geralmente após os 50 anos, podendo manter-se assintomática por longos anos.

A dor nas costas (lombalgia) é um dos sintomas mais relacionados à escoliose degenerativa, curvatura da coluna causa desconforto constante por ter alterado toda a anatomia das articulações e dos músculos, as articulações (discos intervertebrais e facetas) passam a trabalhar de forma não harmônica, gerando movimentos descontrolados da coluna que, por conseqüência, sobrecarregam os músculos e geram dor. O disco doente também é fonte de dor, pois pode estar em um processo inflamatório ou ter rompido seu anel exterior. Essa dor é chamada discogênica ou de origem discal.

Mas as dores irradiadas (dor ciática ou dor no ciático) para os membros inferiores (pernas e pés) pode ser o principal componente da incapacidade física. Com o estreitamento do espaço por onde passam os nervos (estenose de canal ou estenose foraminal) a pessoa pode não conseguir andar sem ter que parar e descansar um pouco até que se aliviem as dores antes de recomeçar a andar (Claudicação), pessoa passa a sentir dificuldade em caminhar médias distâncias ou ficar em pé durante certo período de tempo.

O alívio normalmente se dá quando se curva para frente, como por exemplo, quando apoiado em um carrinho de supermercado ou auxiliado por um andador. Esta restrição da caminhada causada pelo pinçamento de nervos é chamada Claudicação Intermitente ou Claudicação Neurogênica.

Ainda, pode aparecer fadiga muscular em forma de queimação, sendo que existe um importante desequilíbrio também na utilização dos músculos das costas, abdômen e pernas.

O diagnóstico e a avaliação da escoliose degenerativa são feitos por exames de imagem (RX, ressonância magnética e/ou tomografia computadorizada).

Mas os sintomas são sempre mais importantes do que os achados radiológicos, e eles definirão a conduta de indicação de tratamento conservador ou cirúrgico.

O exame clínico durante consulta com um especialista de coluna é essencial para diagnosticar a existência da escoliose e qual a sua influência no quadro clínico do paciente.

Mesmo existindo a curvatura, se a pessoa não tem sintomas advindos da coluna, não é necessária cirurgia. Caso haja sintomas iniciais, esses devem ser tratados com medicamentos ou com programas de tratamento conservador, tais como fisioterapia e hidroginástica (tratamento não cirúrgico).

Por se tratar de uma patologia degenerativa, ela não pode ser evitada, mas o aparecimento de seus efeitos pode ser retardado. O acompanhamento clínico deve ser contínuo, e toda musculatura envolvida na estabilização da coluna necessita estar constantemente ativa e fortalecida com exercícios específicos.

Caso o paciente não alcance alívio dos sintomas com ao menos 6 meses de tratamento conservador, a opção cirúrgica pode ser avaliada para correção da curva e descompressão dos nervos.

Geralmente não existe a necessidade de correção total da curvatura para que o paciente sinta melhora em seu quadro, sendo que os sintomas mais importantes vêm da compressão dos nervos e da movimentação dolorosa da coluna lombar. Sendo assim, pode ser feita a retirada dos discos intervertebrais, com descompressão dos nervos e com correção parcial através de fusão da coluna lombar (artrodese).

Quando se opta por tratamento cirúrgico, existem diferentes abordagens cirúrgicas que podem ser utilizadas no tratamento, sendo elas tradicionais e abertas, ou minimamente invasivas (minimamente invasivas). Dentre as contra indicações dessa técnica para a população idosa são as grandes incisões que levam a um elevado sangramento intra-operatório, necessitando transfusões de sangue e longas internações, além de retardar a recuperação pós-operatória.

Dentre os tratamentos minimamente invasivos para a escoliose degenerativa é o acesso lateral (XLIF). Sua abordagem é feita pela lateral do corpo e, por não violar a musculatura posterior da coluna e manter intactos os ligamentos e tecidos adjacentes, a técnica fornece correções mais estáveis através de menores incisões e menos sangramento.

A recuperação lenta associada às antigas técnicas foi minimizada, enquanto os resultados clínicos foram maximizados, possibilitando aos doentes de escoliose uma nova chance de reconquistar sua qualidade de vida. Independentemente da idade, a escoliose degenerativa tem cura.

A Escoliose no Adulto tem cura? O objetivo das pesquisas sobre os tratamentos da escoliose é querer entender como conter as curvas na idade adulta para evitar perturbações na vida diária, os exercícios bem orientados desempenham um papel vital em manter os músculos saudáveis ??e a combater a tendência de piora da escoliose, como demonstrado por um estudo publicado, dos Exercícios Científicos do tratamento a escoliose (SEAS), pode reduzir a progressão de curvas graves na escoliose idiopática do adulto: um estudo de coorte de longo prazo.

Isto depende do tamanho das curvas: se permaneceu rapidamente, embora a parte de trás não seja perfeitamente reta, funciona bem e, portanto, não esperamos nenhum problema. No entanto, se a escoliose é mais severa, ele pode criar perturbações na vida adulta: as curvas podem progredir lentamente, pode haver dor e alterações posturais nas costas, tornando difícil de lidar com as atividades de trabalho e vida diária. Nos últimos anos, vários estudos têm sido publicados sobre escoliose e os idosos, que estão investigando tanto a história natural, quanto os possíveis tratamentos.

“Nós temos seguido ao longo dos anos alguns pacientes com escoliose importante, que realizam regularmente exercícios específicos para esta condição – explica Alessandra Negrini, fisioterapeuta ISICO e autor do estudo publicado, (Exercícios específicos para escoliose pode reduzir a progressão de graves curvas na escoliose idiopática do adulto: um estudo de coorte de longo prazo, se eles podem ser eficazes para impedir um agravamento das curvas na idade adulta”.

O estudo considerou 35 pacientes, e o tamanho médio da escoliose foi de 56° Cobb, os pacientes com curvas tão importantes.

“Alguns desses pacientes tiveram raios-X antes do início da terapia que mostram uma escoliose regular agravamento na vida adulta, com uma diminuição média de 10 ° em 25 anos – continua Alessandra Negrini – Após 2 anos de tratamento, 68% dos pacientes reduziu as curvas A melhora média de todo o grupo de pacientes foi de 5 ° Cobb”.

Assim, parece que exercícios específicos podem ajudar não só evitar o agravamento que é fisiológico quando as curvas exceder 45-50 °, mas até mesmo reduzir as curvas: “Se os músculos que sustentam a coluna são mais eficientes – conclui Negrini – pode contrariar a tendência típica do adulto e do idoso de se “entortar” mais e mais, causado por uma insuficiência dos músculos na luta contra a força da gravidade”.

A maioria dos casos de escoliose adulta é tratada utilizando métodos não-cirúrgicos. Estas podem incluir:

- Medicamentos para a dor, tais como anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos para aliviar a dor aguda.

- Fisioterapia Motora com exercícios e técnicas específicas focados na analgesia e posterior ativação de músculos importantes para sustentação da coluna.

Em conjunto com estes tratamentos, objetivamos criar uma educação para os pacientes sobre os fatores de risco para o aparecimento de uma hérnia, além de uma postura saudável e uma boa mecânica corporal com exercícios adequados. A educação de qualidade pode levar a uma coluna mais saudável em longo prazo.

Em alguns casos, a órtese pode ser utilizada (mas apenas para controlar a dor, não para corrigir a deformidade)

correção cirúrgica da escoliose degenerativa adulto não é comum. No entanto, pode ser necessário sob as seguintes condições: Quando o tratamento conservador falha e houver persistência da dor, Em casos onde a curvatura é progressiva ou é muito grande, Quando há evidências de problemas causados ??pela curvatura (coração e pulmão)

Se a cirurgia for necessária, pode incluir uma fusão combinado com instrumentação e descompressão dos elementos neurais da coluna vertebral (a utilização de hastes ou parafusos ou outros implantes para estabilizar a coluna vertebral) de duas ou mais vértebras.

A escolha por qual método será utilizado depende do tipo de deformidade e do tipo de paciente  com sua condição específica. A certeza de que, se a cirurgia for necessária, todos os aspectos do processo, incluindo os riscos e benefícios, serão totalmente discutidos e a melhor opção, da maneira menos mórbida, com a técnica menos invasiva possível, será a escolhida.

Tenha em mente, que muitos casos de escoliose do adulto não precisam de cirurgia. Uma abordagem do tipo "acompanhamento" pode ser utilizada para ver se a curva progride ao longo do tempo. Entretanto, será importante para você manter sua saúde através do exercício regular para manter a flexibilidade e força, comer direito, não fumar, e aprender a mecânica do corpo corretos (postura, a maneira correta de transportar cargas pesadas, etc.) Estas é as melhores formas de evitar mais problemas nas costas.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Dúvidas e Sugestões: paulinhok10@hotmail.com / Facebook Paulinho Rogério Gianlorenço.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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